A Aston Martin confirmou nesta semana a venda de sua participação de 4,6% na equipe Aston Martin Aramco Formula One Team, em uma medida emergencial para conter os prejuízos acumulados nos últimos trimestres. A negociação foi avaliada em aproximadamente US$ 146 milhões, atribuindo um valor total de US$ 3,2 bilhões à equipe de Fórmula 1.
A operação ocorre em meio a uma crise financeira severa, marcada por uma queda de 50% nas ações da empresa no último ano e uma retração de 34% na receita do segundo trimestre. Mesmo sendo um nome emblemático na história do automobilismo e símbolo de luxo britânico, a montadora se vê forçada a buscar liquidez de todos os ativos disponíveis.
Apesar de carregar o nome da marca, a Aston Martin sempre teve uma participação simbólica na escuderia. Com as vendas dos modelos de alto desempenho como o Valkyrie e Valhalla abaixo do esperado, a saída da equipe se tornou uma decisão estratégica.
Tarifa dos EUA e queda nas vendas acentuam o declínio da montadora britânica
Outro fator que agravou o cenário foi a imposição de tarifas de importação dos Estados Unidos, que, mesmo reduzidas de 27,5% para 10% após novo acordo com o Reino Unido, só se aplicam aos primeiros 100 mil veículos por ano. Acima disso, os custos disparam novamente, penalizando marcas de baixo volume e alto valor agregado, como a Aston Martin.
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Mesmo com esse obstáculo no mercado americano, a venda da participação na Fórmula 1 superou as expectativas iniciais. A empresa esperava arrecadar cerca de US$ 100 milhões, mas o crescimento global da categoria aumentou o valor do ativo em cerca de 50%.
Um fator relevante é que, mesmo com a venda, o nome Aston Martin continuará estampado nos carros da equipe. Isso será possível graças a um acordo com o bilionário Lawrence Stroll, atual proprietário da escuderia e acionista majoritário da montadora.
Equipe de F1 mantém otimismo enquanto sede luta para sobreviver
Internamente, a equipe de Fórmula 1 continua apostando alto no futuro. A chegada de Adrian Newey, renomado engenheiro vindo da Red Bull, e as novas regras da categoria previstas para 2026, alimentam expectativas de melhora no desempenho competitivo.
No entanto, fora das pistas, o cenário é crítico. O movimento de se desfazer de ativos valiosos mostra que a sobrevivência da marca está em jogo, mesmo com seu histórico centenário e a imagem icônica construída ao longo das décadas, incluindo sua associação com a franquia James Bond.
Desafios da Aston Martin
A situação da Aston Martin acende um alerta para outras marcas de nicho do setor automotivo de luxo, especialmente aquelas que dependem de mercados regulados e de baixo volume de vendas. As medidas emergenciais sinalizam uma necessidade urgente de reestruturação e possíveis novos desinvestimentos.
A informação foi divulgada pelo portal “Noticias Automotivas”, que destacou o impacto da crise financeira da empresa e os desdobramentos da venda de sua fatia na Fórmula 1.