O McDonald’s enfrenta nos Estados Unidos uma redução significativa na presença de clientes de baixa renda, tradicionalmente seu público mais fiel. Entre abril e junho de 2025, a queda ultrapassou 10%, segundo dados divulgados pela agência AFP, resultado de aumentos expressivos nos preços e transformações nos hábitos de consumo.
Entre 2019 e 2024, os preços médios no cardápio subiram cerca de 40%, ritmo acima da inflação norte-americana. O aumento afetou até itens icônicos, como o Big Mac, tornando-os menos acessíveis para famílias e trabalhadores de menor renda.
Essa mudança alterou a percepção da rede entre consumidores mais sensíveis a preço, que antes viam o McDonald’s como uma opção prática e econômica. Hoje, para muitos, uma refeição na rede deixou de ser conveniência e passou a ser um gasto evitado.
Pesquisas de mercado apontam para uma queda de dois dígitos na frequência com que esses consumidores visitam redes de fast food, um movimento que se estende para além do McDonald’s.
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Estratégias promocionais para conter a queda
Para tentar recuperar esse público, a rede lançou o cardápio McValue, com refeições a 5 dólares, além de combos com itens adicionais por 1 dólar e lanches abaixo de 3 dólares. Essas ofertas foram mantidas por mais de um ano em diferentes regiões do país.
A medida trouxe resultados parciais: as vendas globais cresceram 3,8% no segundo trimestre, e nos Estados Unidos o aumento foi de 2,5% nas mesmas lojas. No entanto, a alta foi impulsionada principalmente por clientes de renda média e alta.
Ou seja, apesar dos esforços, o público de baixa renda ainda não retomou sua frequência nos restaurantes da rede.
Desafio além das promoções
O cenário atual reflete um desafio estrutural: consumidores de alta renda mantêm hábitos, enquanto os de menor renda reduzem gastos com alimentação fora de casa. Essa retração atinge especialmente setores que antes dependiam de preços competitivos e alto volume de vendas.
Para especialistas, o McDonald’s precisará repensar seu equilíbrio entre margem de lucro e percepção de valor, considerando custos crescentes e a renda estagnada de milhões de norte-americanos.
Segundo o Financial Times, parte dessa pressão vem da própria estratégia de repassar custos operacionais para o consumidor final, o que pode ampliar a distância entre a marca e seu público historicamente mais fiel.
Como os hambúrgueres são feitos
A informação foi divulgada por agências internacionais como AFP e por veículos como o Financial Times e O Antagonista, que destacam o impacto da inflação e das mudanças no comportamento de consumo no setor de fast food.
O McDonald’s mantém presença robusta e reconhecimento global, mas a continuidade dessa perda de frequência entre clientes de menor renda levanta alertas sobre mudanças mais permanentes no mercado norte-americano.