Panorama completo das fontes que movem o país: combustíveis fósseis, biomassa, aproveitamento hídrico, vento e sol; participação na geração elétrica, campeões por estado, perfis de consumo regional e tendências anuais, com mapas e números atualizados.
O Brasil está entre os maiores consumidores de energia do planeta e possui uma matriz energética complexa, que combina diferentes fontes para atender às necessidades de uma população de mais de 200 milhões de pessoas. Essa diversidade garante não apenas o funcionamento da economia, mas também a expansão da infraestrutura nacional.
Antes de mergulhar nos números, é essencial compreender a diferença entre matriz energética e matriz elétrica. A primeira é formada por todas as fontes de energia utilizadas para diferentes propósitos, como o petróleo que move automóveis ou a biomassa que gera calor em processos industriais. Já a matriz elétrica corresponde apenas às fontes usadas para gerar eletricidade, como hidrelétricas, usinas eólicas ou solares. Assim, toda a matriz elétrica está dentro da matriz energética, mas nem toda energia consumida no país vira eletricidade.
Outro conceito-chave é a distinção entre fontes renováveis e não renováveis. As primeiras, como a luz solar, o vento e a água, são naturalmente reabastecidas e tendem a ser sustentáveis a longo prazo. Já as não renováveis — como petróleo, carvão mineral e urânio — se esgotam mais rapidamente do que conseguem se regenerar.
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Como o Brasil se destaca no cenário mundial
No mundo, cerca de 85% da energia consumida ainda vem de fontes não renováveis, enquanto apenas 15% têm origem renovável. O Brasil, no entanto, apresenta um cenário diferente e mais equilibrado: 45% da matriz energética nacional é renovável, contra 55% não renovável.
Quando olhamos apenas para a matriz elétrica, o país se torna referência global: aproximadamente 85% da eletricidade gerada no Brasil vem de fontes renováveis, contra apenas 15% de não renováveis. Esse dado coloca o país em posição de destaque quando comparado a grandes potências mundiais.
Apesar disso, o petróleo ainda é a principal fonte de energia do Brasil. Ele responde sozinho por cerca de 36% de toda a energia consumida no território nacional. Isso inclui derivados como gasolina e óleo diesel, fundamentais para o transporte de cargas e pessoas.
Petróleo: a base da matriz brasileira
Além de grande consumidor, o Brasil é também um relevante produtor mundial de petróleo. Atualmente, ocupa a oitava posição no ranking global, responsável por quase 4% da produção mundial. Para efeito de comparação, os Estados Unidos lideram com 17%, seguidos pela Rússia, com pouco mais de 12%.
Internamente, dez estados brasileiros produzem petróleo, mas o Rio de Janeiro domina o cenário, respondendo por 35% da produção nacional. Em segundo lugar aparece São Paulo, com pouco mais de 8,8%, seguido do Espírito Santo, com cerca de 4,5%. Juntos, esses três estados concentram 70% do petróleo extraído no país, principalmente graças às reservas do pré-sal, localizadas em águas profundas.
Outro dado marcante: 97% do petróleo nacional vem do mar, contra apenas 3% em terra firme. Nessa pequena fatia terrestre, os destaques são os campos do Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte e na Bahia.
Cana-de-açúcar: energia renovável que move veículos e gera eletricidade
A segunda maior fonte de energia do Brasil é a cana-de-açúcar e seus derivados, responsáveis por 15% de toda a energia consumida no país. Além de ser a matéria-prima do etanol, amplamente utilizado como combustível automotivo, a cana também desempenha papel relevante na geração elétrica.
São Paulo é o maior produtor nacional, seguido por Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. No Nordeste, estados como Alagoas e Pernambuco também têm destaque. O etanol produzido nesses polos abastece tanto o mercado interno quanto o externo, consolidando o Brasil como líder mundial nesse setor.
A cana ainda responde por cerca de 5% da eletricidade gerada no país, principalmente pela queima do bagaço de cana em usinas de biomassa. Para se ter uma ideia, 80% da energia elétrica de biomassa no Brasil vêm dessa fonte, o que mostra sua importância estratégica para a matriz elétrica.
Hidrelétricas: a espinha dorsal da eletricidade brasileira
Mesmo ocupando a terceira posição na matriz energética, a energia hidráulica é disparada a maior responsável pela geração de eletricidade no Brasil. Sozinha, ela contribui com pouco mais de 12% de toda a energia do país, mas representa cerca de 62% de toda a matriz elétrica nacional.
Com 12% da água doce superficial do planeta, o Brasil aproveita esse recurso com grandes usinas espalhadas pelo território. A bacia do rio Paraná concentra a maior capacidade instalada, sendo também a região de maior demanda.
A maior usina do país é Itaipu, localizada no rio Paraná. Metade da energia gerada lá é destinada ao Paraguai, fruto de um acordo de cooperação binacional. Outra gigante é Belo Monte, no rio Xingu, na Amazônia. Apesar da relevância energética, sua construção foi cercada de controvérsias devido à inundação de florestas e ao deslocamento de comunidades locais.
Gás natural, eólicas e solares: fontes em ascensão
O gás natural aparece como a quarta principal fonte de energia no Brasil, responsável por 10% da produção nacional e cerca de 6% da eletricidade. O Rio de Janeiro novamente lidera, com 70% da produção, seguido por São Paulo (12%) e Amazonas (10%).
Na sequência vêm as energias eólica e solar, que juntas respondem por apenas 3,5% da matriz energética, mas já somam quase 16% da matriz elétrica.
- Energia eólica: representa cerca de 12% da eletricidade nacional, com o Nordeste produzindo 90% do total, em estados como Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí.
- Energia solar: já corresponde a 4% da eletricidade nacional, com Minas Gerais liderando a produção, seguido por São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia.
Energia nuclear e carvão mineral
As usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ) são responsáveis por 2% da eletricidade nacional, dentro de um contexto em que a energia nuclear responde por 10% da geração mundial. Apesar de emitir poucos gases de efeito estufa, carrega riscos de acidentes, como Chernobyl e Fukushima.
Já o carvão mineral, altamente poluente, ainda é utilizado como fonte primária de energia elétrica em estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Quem consome mais energia no Brasil?
O Sudeste lidera o consumo de eletricidade no país, com 49% do total nacional, seguido pelo Sul (18%), Nordeste (17%), Centro-Oeste (8,8%) e Norte (7%).
Por setor, a indústria consome 36%, residências 30%, comércio 17%, e iluminação pública e áreas rurais, outros 16%. Dentro da indústria, metalurgia, alimentos e produtos químicos são os segmentos mais intensivos em energia.
Conforme divulgado pelo canal Mapalogia, esses números sofrem variações anuais, já que novas usinas são construídas, antigas perdem capacidade ou são desativadas. O grande desafio, entretanto, é conciliar o crescimento econômico com a segurança energética e a preservação ambiental.
Depois de conhecer em detalhes de onde vem a energia consumida no Brasil, qual ponto mais chamou sua atenção? Compartilhe sua visão nos comentários.