Douglas Ramos deixou o trabalho de faxineiro, virou sócio de uma agência FIFA e hoje orienta jovens promessas em clubes brasileiros e espanhóis
O sonho de Douglas Ramos nasceu de forma inesperada. Foi em um posto de gasolina, meses antes de viajar à Espanha para acompanhar o filho Endrick no Real Madrid. Ele havia deixado o trabalho de faxineiro no Palmeiras três anos antes e saiu de casa em São Paulo para um café com o empresário e amigo Adriano Ribeiro.
O encontro deveria ser apenas uma conversa informal. Acabou se transformando em uma sociedade.
“Ali começou o sonho que eu tinha desde moleque, porque tentei ser jogador e nunca consegui“, contou Douglas em entrevista ao ge.
-
Como Abilio Diniz transformou uma pequena doceria familiar no Grupo Pão de Açúcar, um império varejista com mais de 100 mil funcionários e faturamento superior a R$ 100 bilhões, tornando-se um dos empresários mais influentes do Brasil
-
Homem de 69 anos caminha diariamente pelo deserto carregando 12 garrafas de água para aliviar a sede de animais e inspira o mundo com seu gesto de empatia
-
Garoto de 10 anos monta microfábrica dentro do quarto com impressora 3D, aprende tudo no YouTube e já fatura R$ 10 mil
-
Praia do Cassino desafia o mapa: a faixa de areia gaúcha que pode ser vista do espaço e fez o Guinness Book rever seus recordes
Da faxina à gestão de atletas
Aos 39 anos, sem ter feito carreira como jogador, Douglas encontrou outro caminho. Virou empresário, gestor de carreiras e, como gosta de dizer, realizador de sonhos no futebol.
Desde 2023, ele trabalha com Adriano Ribeiro como sócio da DSA, sigla para Dream Soccer Agency. A empresa é certificada pela Fifa e gerencia atualmente 51 atletas em dezenas de clubes brasileiros, incluindo equipes da Série A.
“Eu gosto de mostrar o que acontece dentro da minha casa, o que aconteceu comigo e com Endrick, dar o exemplo“, explica.
Novas promessas em destaque
Entre os jovens de maior projeção sob os cuidados da DSA estão Dudu, do Palmeiras, de 15 anos, Enrico, do Flamengo, de 16, e Pablo, do Internacional, de 18.
Este último, elogiado por Roger Machado, estreou como profissional em 2024.
O papel de Douglas é claro: captar atletas e acompanhar de perto famílias e jogadores. Ele dá orientações sobre dificuldades, caminhos, vida fora do Brasil e possibilidades de futuro.
A experiência ao lado de Endrick serve como guia. Ele admite que tenta oferecer aos jovens o que gostaria de ter recebido.
“É ser um livro aberto para os pais. Um empresário me disse que eu iria saber de tudo do meu filho para nenhum oportunista chegar dizendo que estou sendo enganado“, explica.
Cuidado com a confiança
Douglas costuma alertar famílias e atletas para os riscos do futebol.
“Eu gosto de falar para tomar cuidado nessa questão da confiança, porque sabemos que se o atleta der certo, todo mundo vai querer uma fatia. Na hora do filé mignon, aparece todo mundo“, afirma.
Esse olhar cuidadoso tem origem nas próprias experiências. Ele entende que a trajetória de um jogador é marcada tanto por talento quanto por influências externas.
Entre Espanha e Brasil
Com a transferência de Endrick para o Real Madrid em 2024, Douglas se mudou para a Espanha. Mesmo assim, faz questão de retornar ao Brasil com frequência para acompanhar os jovens da agência.
Em março, esteve no Rio de Janeiro para visitar a família de Enrico, do Flamengo.
No Palmeiras, a atenção está voltada para Dudu. O garoto chamou atenção em um vídeo viral driblando jogadores do Santos. Internamente, é visto como potencial de grande venda no futuro.
“Ele está se destacando e tem coincidências com meu filho. A família continua trabalhando. Dudu hoje faz inglês três vezes por semana, espanhol uma vez, treina de manhã e ainda tem dois dias de treino extra“, detalha Douglas.
De pai a gestor de atletas
A experiência trouxe credibilidade à DSA. O número de atletas atendidos dobrou em dois anos. Douglas diz viver uma espécie de déjà-vu, repetindo a trajetória que construiu com Endrick, mas agora com outras responsabilidades.
“Futebol é um sonho antes mesmo do meu filho ser jogador. As pessoas não vão me conhecer só como pai do Endrick, mas como Douglas, empresário e gestor de atletas“, resume.
As informações são do GE.



-
3 pessoas reagiram a isso.