Desse total, US$ 536,9 milhões, ou seja, cerca de 79,3% de todas as exportações marítimas no RN acabaram sendo escoadas por outros portos do País, como por exemplo, o de Pernambuco e o do Ceará.
Ao terminal de Natal, coube a movimentação de apenas US$ 93,8 milhões de todas as outras exportações pelo mar, quantitativo de 9,6% menor que o do ano de 2017, quando ocorreu de serem escoados, em valores, US$ 103,8 milhões feitas pelo porto da capital.
Por meio da Suape, segundo alguns levantamentos do CIN/Fiern, saíra o equivalente a mais ou menos US$ 351 milhões de exportações marítimas do RN em 2022. Já pelo Ceará, foram exportadas mais ou menos R$ 142,8 milhões. Mesmo assim, ainda foram utilizadas aos portos de Santos (US$ 19,8 milhões) e em Salvador (US$ 15,9 milhões). Além de tudo isso, os volumes menores, que movimentaram US$ 7,1 milhões, foram escoados por mais alguns terminas marítimos do Brasil.
“O Porto é pequeno para receber duas companhias de navegação [atualmente a CGM é a única empresa em atuação e anuncio que irá deixar as operações no Estado este ano]. Não há espaço para retroárea, para depósito de contêineres vazio, não tem tomada suficiente, nem local para carretas ficarem quando chegarem”, descreve Luiz Roberto Barcelos, diretor institucional da Associação Brasileira de Exportadores de Frutas (Abrafrutas) e também cofundador da Agrícola Famosa, principal exportadoras de frutas do Rio Grande do Norte.
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Segundo ele, os problemas estruturais do Porto de Natal fizeram com que a empresa fretasse um navio para que transportasse melão para Mucuripe, em Fortaleza (CE). “Já não tinha mais espaço em Natal. Sem contar que o porto não comporta grandes navios”, descreveu. Com essa mudança 250 contêineres, aproximadamente, com as frutas produzidas no RN deixaram o País pelo porto de Ceará. “É quase um terço de toda a produção de frutas do Rio Grande do Norte”, calcula o presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (COEX), Fábio Martins de Queiroga.
Problemas de infraestrutura antigos
Segundo o responsável técnico do CIN/Fiern, Luiz Henrique Guedes, Natal deve dividir embarques de frutas para o exterior com Mucuripe, em Fortaleza. “Cargas para os Estados Unidos e outros destinos saem por Pecém e Suape”, explica Guedes.
Os problemas de estruturação do Porto de Natal são apontados como reflexos do recuo para os valores de referencia às exportações marítimas que acabaram deixando o Estado pelo terminal, parecendo longe de uma solução. A falta de defesa na ponte nova, reduz o horário de operações no equipamento, por exemplo. O diretor-presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida, fala que, sem as instalações dos os itens de segurança, não há como deixar as movimentações no porto à noite, como ainda acontece em demais terminais do Brasil.
“Hoje as operações são permitidas apenas das 7h às 17h30. E não existe nenhuma autoridade que vai dizer que dá para operar à noite. Nem comandante de navio vai querer fazer isso, porque se trata de uma questão de segurança total”, explica ele. Gustavo Coelho, titular da SIN, confirmou que não haveria prazo para tratar do assunto junto do Governo e ainda disse que o debate sobre tal assunto precisa ser retomado. Não há nenhum planejamento sobre instalações, no entanto.
“A ponte foi construída com recursos federais e, certamente, este deve ser o caminho também para a execução dessas defesas. A discussão tem que ser retomada e avaliada por todos os agentes, já que ela é uma estrutura de mobilidade urbana no Município de Natal”, afirma o secretário. Sua ideia principal é que um grande sonar seja verificado, no rio, a existência de bancos de areia que justificaria uma dragagem. “Estamos deixando planejado para o estudo de batimetria acontecer na próxima gestão. A dragagem, se necessário, ficará a cargo do DNIT”, diz brigadeiro.