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De 460 nos anos 1980 para só 47 nos anos 2020 — por que as mega mansões em SP estão sumindo e qual o novo símbolo de status dos ricaços?

Publicado em 20/09/2025 às 07:48
Mansões, São Paulo, Mansão
Foto: Caco Parise / Mbras / Divulgação
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Construções faraônicas marcam a história de São Paulo, mas a queda no número de mansões revela transformações sociais, imobiliárias e mudanças no luxo

A família Safra ergueu em 1996 a maior mansão da cidade de São Paulo. Inspirada no Palácio de Versalhes, a construção conta com 130 cômodos, cinco andares e quase 11 mil metros quadrados. Localizada no Morumbi, a residência é considerada a 11ª maior do mundo.

No mesmo ano, outras 28 mansões foram concluídas na capital. Esse movimento fazia parte de uma fase de grandes investimentos de milionários e celebridades na cidade, que apostavam em palácios urbanos como símbolo máximo de status.

Levantamento da prefeitura

Um levantamento feito pelo Metrópoles nos registros de IPTU da Prefeitura mostra como essa realidade mudou.

A base de dados classifica as residências de luxo como padrão F, a categoria mais alta. Essas construções têm, em média, 1.000 m² de área construída.

O estudo revela que os anos 1970 foram o período de maior efervescência, com 447 mansões erguidas. Nos anos 1980, foram 463, seguidos por 334 na década de 1990.

A partir dos anos 2000, o ritmo diminuiu: 375 construções, caindo para 281 na década de 2010. Já nos anos 2020, a queda é drástica: apenas 47.

A mais recente mansão construída em São Paulo fica no Jardim Paulistano. O imóvel tem quatro suítes, oito vagas de garagem e piscina. Com mais de 1.500 m² de área, foi avaliado em R$ 57 milhões.

No total, a cidade possui 2.040 residências horizontais consideradas de alto luxo. Mais de 95% delas têm mais de 710 m², reforçando o perfil grandioso dessas construções.

Fuga dos ricaços

Apesar de São Paulo ser a maior metrópole do país, a construção de mansões perdeu espaço para condomínios fechados em outras cidades.

Alphaville, em Barueri e Santana de Parnaíba, tornou-se um polo de atração, abrigando artistas e influenciadores.

Porto Feliz também despontou como destino preferido, com a Fazenda Boa Vista atraindo empresários e celebridades.

O residencial Tamboré, conhecido como “Beverly Hills paulista”, é lar de famosos como Simone Mendes, Deolane Bezerra, Carlinhos Maia e Fiuk.

O espaço reúne até um castelo árabe com 13 torres, símbolo da ostentação de novos ricos fora da capital.

Urbanismo e verticalização

A urbanista Lucila Lacreta explica que a pressão do mercado imobiliário e o alto valor dos terrenos estimulam a verticalização.

Em bairros sem restrições, construtoras preferem erguer prédios de 50 andares em vez de casarões.

Para Lucila, os bairros exclusivamente residenciais, como os Jardins, ajudam a conter os impactos da verticalização desenfreada.

Já outros urbanistas defendem o adensamento dessas áreas, argumentando que muitos terrenos estão subaproveitados em regiões com infraestrutura completa.

Mansões abandonadas

Nem todas as construções luxuosas resistiram ao tempo. O caso mais emblemático é a mansão do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, no Morumbi. Segunda maior da cidade, a residência se deteriorou e acabou leiloada após anos de abandono.

Esse tipo de situação reforça como o modelo de viver em palácios urbanos perdeu força diante de mudanças sociais e de segurança.

Sai a mansão, entre apartamentos de luxo

Enquanto as mansões se tornaram raras, os apartamentos de luxo ganharam espaço. Dados da prefeitura mostram que, apenas em 2023, foram construídos 460 apartamentos padrão F, o maior número desde 2011.

Figuras conhecidas também migraram para o alto. O apresentador Fausto Silva vendeu em 2019 sua mansão no Jardim Guedala, de 3.716 m², para viver em uma cobertura de R$ 120 milhões.

Já o ex-governador João Doria continua em sua mansão no Jardim Europa, com campo de futebol e mais de 3 mil m² de área construída.

Raízes históricas

As primeiras mansões paulistanas remontam à elite cafeeira. Muitas estavam nos Campos Elíseos, bairro central hoje degradado.

Algumas sobreviveram, como a Casa da Don’Anna, projetada por Ramos de Azevedo e construída entre 1912 e 1914.

Na avenida Paulista, casarões da elite industrial também tiveram destino semelhante. A mansão da família Matarazzo, por exemplo, chegou a virar estacionamento antes de ser demolida.

O cadastro do IPTU aponta ainda que as construções de luxo, antes concentradas nos Jardins América e Europa, passaram a se espalhar a partir dos anos 1970.

Hoje, Morumbi, Cidade Jardim e outros bairros concentram os maiores imóveis.

Além da verticalização, outros fatores explicam a queda das mansões. Famílias menores, maior preocupação com segurança e a busca por condomínios fechados levaram ricos a repensar onde morar.

Portanto, as mansões em São Paulo se tornaram mais exceção do que regra.

Mansão em São Paulo: um ciclo que se fecha

O contraste é evidente: enquanto em 1980 mais de 460 mansões foram erguidas, na década atual não chegam a 50.

Essa virada mostra como a cidade se reinventou. Se antes os ricos erguiam palácios urbanos, agora preferem condomínios afastados ou coberturas luxuosas.

No fim, São Paulo segue sendo palco do luxo. Mas a forma desse luxo mudou de lugar, de tamanho e até de conceito.

Com informações de Metrópoles.

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Hamilton Xavier
Hamilton Xavier
20/09/2025 09:31

Morar numa mansão de 11 000 m²é completamente sem sentido de realidade.

Alysson Cartwright
Alysson Cartwright
20/09/2025 08:22

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Romário Pereira de Carvalho

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