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CV, torque, kgfm, TSI, CVT e mais: o que significam as siglas mais comuns nos carros vendidos no Brasil

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 16/05/2025 às 22:13
Atualizado em 18/05/2025 às 17:32
CV, torque, kgfm, TSI, CVT e mais - o que significam as siglas mais comuns nos carros vendidos no Brasil
Foto: Siglas automotivas – IA
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Ao comprar um carro novo ou usado, é comum se deparar com uma série de siglas automotivas como CV, kgfm, TSI, CVT, entre outras. Mas você sabe o que cada uma realmente significa? Entender essas abreviações ajuda a fazer escolhas mais conscientes e evitar confusões no momento da compra.

O mundo dos carros está cheio de siglas. Seja no catálogo de uma concessionária, nos anúncios de classificados ou nas fichas técnicas de revistas especializadas, expressões como CV, torque, kgfm, TSI, CVT e muitas outras aparecem com frequência. E embora façam parte do vocabulário do setor automotivo, nem todos os motoristas — especialmente os iniciantes — sabem o que esses termos realmente querem dizer.

Neste guia, vamos explicar o significado das siglas automotivas mais comuns nos carros vendidos no Brasil, ajudando você a entender melhor os dados técnicos dos veículos e a tomar decisões mais bem informadas. Caso goste de motos: CG, CB, XR, MT e mais: o que significam as siglas usadas nas motos mais vendidos do Brasil

CV – Cavalos de potência

Uma das siglas automotivas mais populares é o CV, que significa “cavalo-vapor”. Esse termo é utilizado para medir a potência do motor, ou seja, a força máxima que ele pode entregar. Quanto maior o número de CVs, maior tende a ser o desempenho do veículo, principalmente em acelerações e retomadas.

No Brasil, a sigla CV é equivalente ao “HP” (Horsepower) usado nos Estados Unidos, com pequenas variações de conversão. Na prática, se um carro tem 120 CV, significa que o motor tem potência suficiente para deslocar sua massa com eficiência em diversas condições.

Exemplo prático: Um motor 1.0 turbo pode ter 125 CV, o que mostra que o tamanho do motor (cilindrada) não é o único fator que determina a potência.

Torque – Força de rotação

Enquanto o CV mede a potência máxima, o torque — normalmente representado em kgfm — indica a força de rotação do motor. Esse é o dado mais importante para saber se um carro responde bem em baixas rotações, como em subidas ou quando está carregado.

kgfm significa quilograma-força metro, ou seja, a força que o motor aplica para girar o eixo de transmissão. Carros com alto torque geralmente têm melhor desempenho em situações de esforço, mesmo que não tenham muitos CVs.

Exemplo prático: Um SUV com motor diesel de 150 CV pode ter mais de 35 kgfm de torque — ideal para puxar reboques ou enfrentar terrenos difíceis.

TSI – Turbo Stratified Injection (Volkswagen)

Entre as siglas mais comuns nos carros da Volkswagen, a TSI aparece em diversos modelos como Polo, Golf e T-Cross. Ela significa Turbo Stratified Injection, que em português pode ser traduzido como “Injeção Estratificada com Turbo”.

Na prática, o motor TSI combina turboalimentação com injeção direta de combustível, o que melhora o desempenho e reduz o consumo. Os carros com essa tecnologia conseguem entregar mais potência e torque mesmo com motores pequenos (como 1.0 ou 1.4).

Exemplo prático: Um Polo TSI 1.0 tem apenas 999 cm³ de cilindrada, mas entrega 116 CV com bom torque e baixo consumo.

CVT – Continuously Variable Transmission

A sigla CVT significa Transmissão Continuamente Variável, um tipo de câmbio automático que não possui marchas fixas. Ao contrário de uma transmissão convencional com 4, 6 ou 8 marchas, o CVT ajusta a rotação do motor de forma contínua, oferecendo uma condução suave e eficiente.

Muito usada por marcas como Nissan, Toyota e Honda, a transmissão CVT é reconhecida pelo conforto que proporciona ao dirigir, principalmente no trânsito urbano. Contudo, alguns motoristas sentem falta de respostas rápidas, já que o CVT prioriza economia e suavidade.

Exemplo prático: Um Toyota Corolla Cross com câmbio CVT entrega aceleração constante, sem as trocas de marcha perceptíveis de outros tipos de transmissão.

AT, MT, DSG, DCT e mais: outras siglas de câmbio

Além do CVT, existem outras siglas relacionadas aos tipos de câmbio:

  • AT (Automatic Transmission): Câmbio automático convencional com conversor de torque. Comum em modelos como Chevrolet Tracker, Fiat Toro e Jeep Renegade.
  • MT (Manual Transmission): Câmbio manual, em que o motorista realiza as trocas com a embreagem. Ainda comum em carros de entrada.
  • DCT (Dual Clutch Transmission): Câmbio automatizado de dupla embreagem, usado por marcas como Hyundai e Renault.
  • DSG (Direct Shift Gearbox): Versão do câmbio DCT usada pela Volkswagen e Audi.

Cada sistema oferece diferentes níveis de conforto, desempenho e consumo. Por isso, ao analisar uma ficha técnica, vale sempre observar qual é o tipo de transmissão utilizado.

ABS – Anti-lock Braking System

A sigla ABS é obrigatória em todos os carros novos vendidos no Brasil desde 2014. Ela significa Anti-lock Braking System, ou sistema de freios antitravamento.

Esse sistema evita que as rodas travem durante uma frenagem brusca, permitindo que o motorista mantenha o controle da direção. O ABS é um importante item de segurança ativa e, apesar de ser padrão, ainda é citado em anúncios e catálogos.

EBD, ESP e controle de tração: siglas de segurança

Muitas outras siglas automotivas dizem respeito à segurança do veículo:

  • EBD (Electronic Brakeforce Distribution): Distribui a força de frenagem entre os eixos de forma inteligente.
  • ESP (Electronic Stability Program): Corrige desvios de trajetória, como em curvas escorregadias.
  • TCS ou TC (Traction Control System): Evita a derrapagem das rodas ao arrancar em pisos escorregadios.

Essas tecnologias atuam juntas para evitar acidentes, especialmente em situações extremas. Hoje, a maioria dos SUVs e sedãs médios já oferece esses itens de série.

FLEX – Combustível etanol e gasolina

A sigla FLEX identifica carros com motorização flexível, ou seja, capazes de funcionar tanto com gasolina quanto com etanol, ou com a mistura de ambos.

Desde os anos 2000, a tecnologia se popularizou no Brasil por permitir economia no abastecimento, especialmente em períodos em que o etanol é mais barato.

EFI, MPI, GDI – tipos de injeção eletrônica

A sigla EFI (Electronic Fuel Injection) representa a injeção eletrônica multiponto tradicional, usada desde os anos 90. Já MPI (Multi Point Injection) e GDI (Gasoline Direct Injection) indicam versões mais modernas:

  • MPI: Injeção de combustível em múltiplos pontos, comum em motores flex.
  • GDI: Injeção direta de gasolina dentro da câmara de combustão, mais eficiente e potente — muito usada em motores turbo.

LED, DRL e outros itens de iluminação

Na parte externa, outras siglas aparecem com frequência nos catálogos:

  • LED (Light Emitting Diode): Faróis de LED são mais eficientes e duráveis que lâmpadas halógenas.
  • DRL (Daytime Running Light): Luzes diurnas que aumentam a visibilidade do carro durante o dia.
  • XENON: Lâmpadas de alta intensidade usadas em faróis, substituídas hoje por sistemas LED e laser.

ISOFIX – segurança infantil

ISOFIX é um padrão internacional para a fixação de cadeirinhas infantis, obrigatório em todos os carros novos fabricados no Brasil desde 2020. A sigla não representa um acrônimo, mas é uma marca registrada que garante maior segurança e facilidade na instalação do dispositivo infantil.

4WD, AWD, FWD, RWD – tipos de tração

Outro grupo de siglas muito comum está relacionado à tração do veículo:

  • FWD (Front-Wheel Drive): Tração dianteira — a mais comum no Brasil.
  • RWD (Rear-Wheel Drive): Tração traseira — usada em carros esportivos e picapes.
  • 4WD (Four-Wheel Drive): Tração nas quatro rodas com acionamento manual.
  • AWD (All-Wheel Drive): Tração integral automática, ajustável conforme o terreno.

Entender as siglas automotivas ajuda a fazer a escolha certa

As siglas mais comuns nos carros vendidos no Brasil vão muito além da estética ou do marketing. Elas indicam tecnologias, sistemas e características importantes de desempenho, conforto e segurança. Ao entender o significado das siglas automotivas como CV, torque, kgfm, TSI, CVT, o consumidor passa a fazer comparações mais justas e evitar escolhas baseadas apenas em aparência ou preço.

Na próxima vez que visitar uma concessionária ou procurar um carro online, você saberá exatamente o que aquelas letrinhas significam — e o que elas dizem (ou escondem) sobre o carro que está prestes a comprar.

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Luciano
Luciano
17/05/2025 00:24

Muito bom divulgar estas definições

Valdemar Medeiros

Formado em Jornalismo e Marketing, é autor de mais de 20 mil artigos que já alcançaram milhões de leitores no Brasil e no exterior. Já escreveu para marcas e veículos como 99, Natura, O Boticário, CPG – Click Petróleo e Gás, Agência Raccon e outros. Especialista em Indústria Automotiva, Tecnologia, Carreiras (empregabilidade e cursos), Economia e outros temas. Contato e sugestões de pauta: valdemarmedeiros4@gmail.com. Não aceitamos currículos!

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