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Cuidado! Seu fogão a gás é mais perigoso do que você imagina — Veja o motivo!

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 30/10/2024 às 15:09
fogão a gás
Foto; Reprodução

Estudos indicam que fogões a gás podem ser mais perigosos do que se imagina. Saiba como o uso frequente pode afetar sua saúde e as melhores práticas para evitar riscos!

O fogão a gás, presente na maioria das residências, está cada vez mais sendo identificado como um vilão para a saúde pública. Um estudo recente de pesquisadores espanhóis revelou dados preocupantes: os fogões a gás liberam dióxido de nitrogênio (NO₂) e outros poluentes que contribuem para aproximadamente 40.000 mortes prematuras por ano na União Europeia (UE) e no Reino Unido (RU).

O fogão a gás um risco para a saúde?

Realizado pela Universidade Jaume I e pela Universidade de Valência, o estudo estima que o uso constante de fogões a gás pode reduzir a expectativa de vida média de seus usuários em quase dois anos. Esses equipamentos são comparáveis aos gases de escapamento de veículos e ao fumo passivo em termos de risco à saúde.

Na década de 1970, cientistas já haviam identificado altos níveis de NO₂ em cozinhas com fogões a gás. Com o avanço das pesquisas, descobriu-se que esse poluente é originado diretamente dentro de nossas cozinhas, um aspecto que vinha sendo ignorado em prol de estudos focados na poluição externa.

Os pesquisadores concluíram que, especialmente em lares com ventilação inadequada, os níveis de NO₂ de fogões a gás podem ultrapassar os limites seguros estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A pesquisa analisou residências em países europeus onde o uso de fogões a gás é comum, como Itália, Holanda e Reino Unido. Ao comparar os níveis internos de NO₂ com dados de poluição externa, a equipe de pesquisa estimou o impacto das emissões sobre a saúde.

Resultado alarmante: Todos os anos, os fogões a gás contribuem para cerca de 36.031 mortes prematuras na UE e 3.928 no RU.

Por que ignoramos a poluição interna?

Quando pensamos em poluição, geralmente associamos a imagem a grandes fábricas, carros ou até mesmo ao cigarro. No entanto, a poluição interna é um problema crescente. Com o isolamento aprimorado nas construções modernas, o ar tem menos circulação, retendo poluentes nos ambientes internos.

Assim, em casas que utilizam o fogão a gás, os níveis de dióxido de nitrogênio podem alcançar concentrações prejudiciais rapidamente, especialmente em cozinhas mal ventiladas.

Estima-se que mais de um terço dos lares na Europa utilizem fogões a gás. Em países como Reino Unido, Holanda e Romênia, mais de 50% das famílias dependem desse tipo de equipamento para cozinhar. Em comparação, a União Europeia estabelece padrões rigorosos para a qualidade do ar externo, mas ainda não existem regulamentações semelhantes para a qualidade do ar dentro das residências.

Essa falta de regulamentação representa um risco maior para grupos vulneráveis, como crianças e pessoas com problemas respiratórios.

Como podemos reduzir esses riscos do fogão a gás?

Para famílias preocupadas com os riscos associados ao uso de fogões a gás, a transição para fogões elétricos é uma das soluções mais diretas. Estudos demonstram que fogões elétricos e de indução não produzem NO₂, benzeno ou monóxido de carbono, sendo muito mais seguros.

Juana Maria Delgado-Saborit, principal autora do estudo, comenta que está fazendo essa mudança em sua própria residência, ressaltando os benefícios para a saúde e o meio ambiente.

Entretanto, essa troca não é simples para muitas famílias. A instalação de fogões elétricos exige uma infraestrutura elétrica adequada, o que pode ser caro. Com isso, surge a necessidade de políticas de subsídio para ajudar as famílias de baixa renda nessa transição.

Alguns países na União Europeia já discutem novas regulamentações para reduzir as emissões dos fogões a gás, podendo até sugerir a eliminação gradual desses aparelhos em favor de alternativas mais seguras.

Medidas de curto prazo para minimizar riscos

Caso a substituição por fogões elétricos não seja possível de imediato, algumas medidas podem ajudar a reduzir os impactos dos fogões a gás:

  • Ventilação: Utilizar exaustores ou ventiladores enquanto cozinha e manter janelas abertas para circulação de ar.
  • Manutenção Regular: Realizar a manutenção periódica dos aparelhos a gás pode ajudar a minimizar vazamentos.

Essas práticas, apesar de não eliminarem os poluentes, ajudam a reduzir a concentração de NO₂ nas cozinhas.

Uma questão global

A preocupação com a poluição por NO₂ não se limita à Europa. Nos Estados Unidos, uma pesquisa similar revelou que os fogões a gás contribuem para quase 19.000 mortes por ano. Com cerca de 35% das residências americanas utilizando esse tipo de fogão, algumas cidades, como Nova York e Berkeley, já tomaram medidas para proibir conexões de gás em novos edifícios, incentivando o uso de fogões elétricos.

No entanto, nos EUA, essa questão é bastante politizada, com o partido Republicano geralmente se opondo a tais mudanças.

Em outras regiões, como partes da Ásia e da África, a poluição por gás e outros combustíveis em ambientes fechados continua a ser um grande problema de saúde pública, contribuindo para altas taxas de doenças respiratórias.

Benefícios econômicos e de saúde pública

A substituição dos fogões a gás por fogões elétricos não traria apenas melhorias à saúde individual, mas também benefícios econômicos para a sociedade. A redução nos níveis de NO₂ em ambientes internos diminuiria a carga sobre os sistemas de saúde pública, diminuindo casos de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas.

Dica importante: Se você não puder substituir o fogão a gás agora, invista em ventilação adequada e evite permanecer na cozinha enquanto o fogão estiver em uso.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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