Mesmo diante da diminuição de importação dos insumos russos como gás e carvão, a UE ainda necessita de produtos da Rússia como petróleo e combustíveis
Diante da crise de combustíveis, países da União Europeia (UE) já importaram aproximadamente 104 bilhões de euros de gás, petróleo e carvão da Rússia desde a invasão da Ucrânia por forças da Rússia no mês de fevereiro, ao passo que os países europeus reforçam a importância de isolar a Europa do regime de Vladimir Putin.
De acordo com estimativas do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (Crea, na sigla em inglês), as importações europeias de carvão advindos da Rússia já foram paralisadas e as importações de gás reduzidas drasticamente, porém, a UE continua a ser a maior importadora de combustíveis da Rússia.
Em contrapartida, as importações de petróleo da Rússia pela China começaram a cair no mês de setembro, o que se pode imaginar que seja pela menor demanda. Já as importações da Índia permaneceram com o fluxo abaixo do que foi atingido em maio, uma vez que os indianos quase não importavam combustíveis russos antes da invasão da Ucrânia. De maneira geral, segundo o Crea, as exportações de petróleo russo para países não europeus têm ficado estável desde março.
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UE PRETENDE CESSAR DE VEZ A IMPORTAÇÃO DE PETRÓLEO RUSSO
Os preços do petróleo russo no mundo
De acordo com o jornal “Le Canard Enchainé”, de Paris, reputado também por investigações, alguns países estão levando vantagem com os combustíveis baratos vindos da Rússia. A China, por exemplo, adquire o gás barato russo e repassa para a Europa o gás americano liquefeito que tinha comprado bem mais caro. Com essa logística, Pequim adquire um bom montante em dólares.
Mesmo tendo reduzido substancialmente os volumes de certas importações, os altos preços dos produtos importados, por conta da guerra, fazem com que os países europeus continuem pagando caro nas importações de Moscou, e indiretamente ajudando a financiar a máquina militar de Putin.
Somando tudo, desde que as forças russas invadiram a Ucrânia, a UE importou da Rússia cerca de 54,5 bilhões de euros de petróleo, 46,4 bilhões de euros de gás e 3,0 bilhões de euros de carvão, de acordo com dados do Crea.
De forma ampla, a busca pela autonomia de combustíveis por parte da Europa continua, considerando que as maiores quedas foram em gás exportado para a Europa e petróleo bruto globalmente. Já outros países, como a Índia, China, Turquia e Malásia foram os países que mais aumentaram suas importações de combustíveis russos desde o começo da invasão da Ucrânia.
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