1. Início
  2. / Automotivo
  3. / Crise do carro elétrico na Europa: diversas montadoras recuam seus investimentos ao redor do mundo! Brasil será o próximo?
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Crise do carro elétrico na Europa: diversas montadoras recuam seus investimentos ao redor do mundo! Brasil será o próximo?

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 31/07/2024 às 09:34
Crise do carro elétrico na Europa diversas montadoras recuam seus investimentos ao redor do mundo! Brasil será o próximo
Foto: Canva

Queda nas vendas e competição com fabricantes chineses gera crise do carro elétrico na Europa, levando montadoras a reavaliarem estratégias e considerarem retorno aos motores a combustão.

A Europa, que havia anunciado um plano ambicioso para abandonar os motores a combustão até 2030, está agora enfrentando uma crise do carro elétrico. Montadoras como Stellantis e Mercedes decidiram paralisar suas fábricas de baterias devido à queda nas vendas de veículos elétricos no continente. A crise do carro elétrico está mudando o cenário automotivo europeu de forma considerável, e as implicações podem ser sentidas globalmente, incluindo no Brasil.

Paralisia nas fábricas de baterias

Com a queda na demanda por carros elétricos na Europa, a joint venture entre Stellantis, Mercedes e Total Energies interrompeu a produção de duas fábricas de baterias. A ACC, empresa responsável pela fabricação, tinha planos de investir quase 40 bilhões de euros até 2030.

No entanto, com o mercado desacelerando, as fábricas na Alemanha e na Itália estão paradas. O foco pode mudar para baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP), que são mais baratas e visam oferecer carros elétricos acessíveis, mas essa decisão ainda está em discussão e só será finalizada entre 2024 e 2025.

A Volkswagen, seguindo o exemplo de outras montadoras como Toyota, Subaru, e Honda, anunciou que continuará investindo em motores a combustão. Essa decisão veio após sucessivas quedas nas vendas de carros elétricos na Europa.

Embora a eletrificação permaneça uma prioridade, com dois terços do orçamento destinado a ela, um terço será investido em manter os motores a combustão competitivos. A Volkswagen também está investindo em modelos híbridos tradicionais e plug-in, buscando soluções mais eficientes e econômicas para enfrentar a crise do carro elétrico.

Inconsistências nas decisões das montadoras

Em 2021, a Volkswagen anunciou que não desenvolveria novos motores a combustão, seguindo a mesma linha da Audi. No entanto, com a crise do carro elétrico na Europa, essa decisão foi revista.

Os incentivos governamentais para a produção de carros elétricos estão diminuindo, e os veículos elétricos continuam sendo consideravelmente mais caros que os a combustão. A crise econômica global pós-pandemia também contribui para a relutância dos consumidores europeus em adotar veículos elétricos.

A entrada dos carros elétricos chineses no mercado europeu agravou o cenário. Os veículos chineses são mais baratos e têm conquistado uma fatia significativa do mercado, desafiando as montadoras tradicionais europeias. Com isso, a competição se intensificou, e as montadoras europeias estão lutando para manter a competitividade.

O Brasil será o próximo a enfrentar a crise do carro elétrico?

No Brasil, a Volkswagen confirmou a produção local de modelos híbridos Flex para o curto prazo e um modelo elétrico para 2027 ou 2028. A falta de investimento pesado em eletrificação no Brasil parece ser uma vantagem, já que a Volkswagen do Brasil está se saindo bem nas vendas, ao contrário da matriz alemã. A estratégia no Brasil envolve a produção de motores híbridos leves de 48V, que são mais simples e baratos de produzir.

No Brasil, a crise do carro elétrico ainda não se manifesta da mesma forma que na Europa. As montadoras que atuam em território brasileiro, incluindo a Volkswagen, têm focado em modelos híbridos e flex, que são mais acessíveis e atraentes para os consumidores locais.

Carros elétricos têm futuro incerto

A crise do carro elétrico na Europa reflete um cenário complexo e em constante mudança no mercado automotivo global. A necessidade de revisitar estratégias e encontrar soluções viáveis para a produção e venda de veículos elétricos é evidente.

No Brasil, a abordagem cautelosa com foco em híbridos pode ser a chave para evitar uma crise semelhante. O futuro dos carros elétricos depende de inovações tecnológicas, políticas de incentivo e a capacidade das montadoras de se adaptarem às demandas do mercado e às condições econômicas globais.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x