1. Início
  2. / Economia
  3. / Crise com os EUA expõe divergência e vice-presidente descarta uso da Lei da Reciprocidade aprovada pelo Congresso
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Crise com os EUA expõe divergência e vice-presidente descarta uso da Lei da Reciprocidade aprovada pelo Congresso

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 15/09/2025 às 22:44
Em meio à crise com os EUA, o vice-presidente Geraldo Alckmin descarta usar a Lei da Reciprocidade aprovada pelo Congresso Nacional, defendendo cautela, diálogo e atuação via OMC para evitar escalada de sanções.
Em meio à crise com os EUA, o vice-presidente Geraldo Alckmin descarta usar a Lei da Reciprocidade aprovada pelo Congresso Nacional, defendendo cautela, diálogo e atuação via OMC para evitar escalada de sanções.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Vice-presidente defende cautela e diálogo diante da pressão de novas sanções americanas, afastando aplicação imediata da Lei da Reciprocidade

A relação entre Brasil e Estados Unidos vive um momento de tensão diplomática. A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificou a ameaça de novas sanções por parte de Washington, e o governo brasileiro foi cobrado a reagir. No entanto, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira (15) que o país não pretende recorrer à Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional, como resposta às pressões.

Segundo a Folha de Pernambuco, Alckmin destacou que o Brasil seguirá priorizando o multilateralismo e o livre comércio, buscando soluções dentro da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Tem uma Lei da Reciprocidade aprovada, mas não pretendemos utilizá-la neste momento. Vamos dialogar”, disse o vice-presidente durante o evento Valor 1000, em São Paulo.

O que é a Lei da Reciprocidade

A Lei da Reciprocidade foi aprovada pelo Congresso Nacional como instrumento jurídico para que o Brasil possa adotar medidas equivalentes às sanções aplicadas por outros países.

Na prática, a legislação permitiria que o governo brasileiro restringisse importações, exportações ou investimentos de nações que impusessem barreiras comerciais contra o Brasil.

Apesar dessa possibilidade, o governo federal prefere não acionar o mecanismo por entender que isso poderia agravar a crise com os Estados Unidos.

Alckmin argumentou que a lei deve ser usada como último recurso, em cenários extremos de bloqueios comerciais.

Por que os EUA pressionam o Brasil

A tensão decorre das recentes decisões da Justiça brasileira envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A condenação repercutiu em Washington, onde parlamentares norte-americanos defendem a aplicação de sanções contra setores estratégicos ligados ao Brasil.

As medidas poderiam afetar diretamente exportações de carne, café, pescado e frutas, além de criar barreiras a produtos industriais.

Nesse contexto, a Lei da Reciprocidade surgiu como possibilidade de retaliação, mas Alckmin deixou claro que a prioridade do governo é evitar escalada de conflitos e proteger o comércio bilateral, que movimenta bilhões de dólares anualmente.

A visão do governo brasileiro

De acordo com Alckmin, o Brasil já acionou a OMC para contestar tarifas que considera injustificadas.

Embora o órgão internacional esteja fragilizado pela falta de segunda instância, o governo entende que esse é o caminho correto.

“Nós acreditamos que tem espaço para o diálogo e para a negociação”, afirmou o vice-presidente.

Alckmin reforçou que o governo busca reduzir alíquotas e ampliar acordos comerciais, evitando medidas unilaterais que possam gerar retaliações ainda mais duras.

A Lei da Reciprocidade, portanto, continua como carta na manga, mas não será usada agora.

Vale a pena aplicar a Lei da Reciprocidade?

Especialistas divergem sobre a eficácia da Lei da Reciprocidade.

Para alguns, o mecanismo fortalece a soberania brasileira ao permitir respostas rápidas e proporcionais.

Para outros, o uso da lei em um momento de crise com os EUA poderia comprometer setores exportadores e enfraquecer a imagem do Brasil como parceiro confiável no comércio internacional.

A decisão de Alckmin revela uma postura pragmática, que prioriza a manutenção do diálogo político e econômico em vez da retaliação imediata.

Ainda assim, a existência da lei aprovada pelo Congresso funciona como instrumento de pressão, sinalizando que o país não está de mãos atadas.

A crise com os Estados Unidos expôs divergências internas sobre como reagir, mas o governo optou por não acionar a Lei da Reciprocidade neste momento.

Alckmin aposta no diálogo, no multilateralismo e no uso da OMC como alternativas para evitar escalada de sanções.

E você? Acha que o Brasil deveria aplicar a Lei da Reciprocidade para responder às pressões dos EUA ou concorda que a cautela é a melhor estratégia? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto os impactos dessa crise.

Aplicativo CPG Click Petroleo e Gas
Menos Anúncios, interação com usuários, Noticias/Vagas Personalizadas, Sorteios e muitos mais!
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
Baixar aplicativo para Android
Baixar aplicativo
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x