Cortes no orçamento dos projetos da defesa afetam o exército, a Marinha e a Aeronáutica e provocaram insatisfação no alto comando das Forças Armadas
O ministério da defesa terá no ano que vem o seu menor orçamento em 15 anos, desde 2005 não se previam valores tão baixos, e justamente em um momento em que os militares acreditavam que o espaço político no governo Bolsonaro, seria usado a seu favor.
Os projetos da defesa não foram considerados estratégicos para o país e sofrerão um corte de 35% para o ano que vem, o que provocou insatisfação entre integrantes do alto comando das Forças Armadas. Embraer vendeu para Portugal o mesmo avião que fabricou para a Força Aérea brasileira.
A previsão de orçamento da defesa para o ano que vem ficou em R$ 73 bilhões e é o menor valor desde 2005 quando foram destinados R$ 69,9 bilhões (em valores corrigidos pela inflação do período).
Entre os mais afetados pelos cortes estão o programa de submarinos da Marinha, o desenvolvimento de blindados do Exército e a aquisição de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB).
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Alguns generais já esperavam pelo corte devido a situação orçamentária do país como um todo, mas a queda foi além da esperada, sendo que alguns deles chegaram a reclamar da falta de reconhecimento por parte do governo em relação aos atos realizados em caráter de emergência como nos casos do rompimento da barragem em Brumadinho, em Minas e nas queimadas na Amazônia, quando o trabalho imediato das forças foi necessário para conter estragos maiores e resgatar sobreviventes.
O governo analisou seis projetos considerados estratégicos pelo Ministério da Defesa: o Guarani (produção de blindados); o FX-2 (desenvolvimento e compra e caças para a FAB); o Sistema de Monitoramento de Fronteiras do Exército; o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), o KC-390 (desenvolvimento e aquisição de cargueiro); e o sistema Proteger, de segurança de infraestruturas consideradas críticas, como pontes e rodovias.
Os mais afetados
No Exército, o projeto mais afetado foi o Guarani, que iniciou em 2012 e é um blindado projetado para substituir os antigos Urutus. Das 1.580 unidades encomendadas foram entregues 300. O cronograma inicial previa gastos de R$ 19 bilhões entre 2012 e 2031.
Na Marinha, o PROSUB sofreu cortes de 18% e já está com o cronograma atrasado em pelo menos dois anos. Quando iniciou, em 2008 o projeto tinha um orçamento total de R$ 27 bilhões e previa a construção de um estaleiro e de cinco submarinos, quatro convencionais e um nuclear.
As obras são tocadas por um consórcio entre uma empresa francesa e uma subsidiária da Odebrecht, no estaleiro ICN, em Itaguaí, RJ. O contrato é alvo de investigações da Operação Lava-Jato.
Na Aeronáutica o corte foi ainda mais acentuado, foram retirados 52% do projeto FX-2. A primeira unidade foi entregue na semana passada, na Suécia e os outros 35 aviões estão previstos para ser entregue até 2024, mas com este corte jã não se sabe se o cronograma será cumprido.
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