Após análise da ANP, a plataforma de petróleo precisou ser interditada devido ao risco de vazamento de gases perigosos, possibilitando uma explosão
Após uma fiscalização de uma plataforma de petróleo no Espírito Santo, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) interditou as operações no navio-plataforma FPSO Cidade de Vitória. A unidade apresenta diversos problemas, dentre eles o de riscos de vazamento de gases perigosos em taxas cinco vezes maiores do que o previsto em projeto e falhas nos sistemas de comunicação com a população embarcada.
De acordo com o boletim de fiscalização e interdição da ANP, “foram identificadas diversas situações de risco grave iminente”. Em nota, a agência declarou ainda que a plataforma de petróleo, se estiver em operação, pode trazer riscos para a cidade de Vitória de “ocorrência de perdas de contenção, incêndios e acidentes graves”
Plataforma de petróleo interditada no Espírito Santo em não tem data para voltar suas operações
A fiscalização da plataforma na cidade de Vitória foi feita no período de 30 de maio a 3 de junho deste ano, com um auto de interdição e notificação no documento declarando que a operação só poderia ser retomada depois que todas as exigências estabelecidas pela ANP fossem cumpridas.
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“O operador (da plataforma) somente poderá retomar a produção depois de comprovar atendimento das notificações a seguir que foram estabelecidas e autorizadas pela ANP”, diz o texto do boletim de fiscalização.
Segundo informações do site da Petrobras, a cidade de Vitória, no Espírito Santo, está inserida no campo de Golfinho, a cerca de 50 quilômetros da costa capixaba, no litoral entre a Grande Vitória e Aracruz.
Riscos identificados na plataforma de petróleo no Espírito Santo
Não detecção de gases perigosos: De acordo com o documento de interdição da ANP, cerca de 90% das nuvens de gases perigosos não são detectadas pelo
sistema instalado no FPSO Cidade de Vitória, Espírito Santo. É mostrado que na plataforma do Espírito Santo são usados critérios de detecção de nuvens de gás diferentes da maior parte das plataformas de petróleo do país e que embora não seja contra as normas, têm como consequência projetos menos seguros, o que demanda uma maior eficiência da contenção primária, por meio da garantia da integridade, o que não acontece.
Vazamento de gás: Em 2020 foi identificado na plataforma do Espírito Santo que “a taxa de vazamentos real é cinco vezes maior que a esperada em projeto”. Esse fato ficou evidenciado na fiscalização, onde apresentou uma baixa integridade e corrosão severa em diversas tubulações. De acordo com a estimativa oficial, a frequência de vazamentos deveria ser de um evento a cada 1,2 anos, porém nos seis primeiros meses de 2019 aconteceram 3 vazamentos, que resultaram em explosões e um jato de fogo, causados, de acordo com o documento, por falta de manutenção e falta de competência.
Sistema de comunicação: A fiscalização na plataforma de petróleo apontou ainda, que foi identificado que o sistema da unidade de Espírito Santo se encontra degradado, não sendo possível entender as mensagens enviadas, após a realização de vários testes. Foram identificadas também algumas falhas nos amplificadores e na sala de controle.
“Diversos testes foram realizados e alguns representantes do Operador do Contrato, da Instalação e da ANP apesar de atentos, não conseguiram entender as mensagens transmitidas pelo sistema de PA”
O objetivo do alarme e aviso no navio-plataforma, de acordo com a fiscalização, é diminuir os riscos de as pessoas embarcadas ficarem confusas no decorrer de um incidente e fazer ações que possam colocar em riscos a si e aos outros.
A solução deste problema na plataforma de petróleo de Espírito Santo, de acordo com o documento, é uma das condicionantes para o retorno da produção do FPSO Cidade de Vitória.