Correios de vários países suspendem entregas aos EUA em meio a dúvidas sobre nova ‘taxa da blusinha’. Serviços postais de Coreia, Cingapura, Alemanha, Bélgica, Austrália, Noruega e Finlândia já paralisaram envios diante da falta de clareza sobre as novas regras impostas pelos EUA.
Os correios de vários países suspendem entregas aos EUA a partir desta semana, alegando incertezas sobre como aplicar a nova política tarifária americana, apelidada de “taxa da blusinha”. A decisão do governo Trump de eliminar a isenção de minimis — que permitia a entrada de até 4 milhões de pacotes de baixo valor por dia sem cobrança de tarifa — gerou confusão entre operadores postais, consumidores e empresas de e-commerce em todo o mundo, segundo informações da Bloomberg.
A partir do dia 29 de agosto, pacotes enviados por correio internacional passam a estar sujeitos a tarifas e exigências alfandegárias adicionais. A medida já levou serviços postais de países como Coreia do Sul, Cingapura, Alemanha, Bélgica, Austrália, Noruega e Finlândia a suspenderem remessas, ao menos temporariamente, para os Estados Unidos.
O que muda com o fim da isenção de minimis?
Até agora, a política americana permitia que pacotes de baixo valor chegassem aos EUA com pouca burocracia e sem pagamento de tarifas, o que favorecia o crescimento de plataformas como Shein, Temu e outros marketplaces internacionais. Com o fim da isenção, pacotes de até US$ 800 passam a ser taxados, seguindo critérios da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP).
-
Lula recebe proposta para construção de nova hidrelétrica no Brasil inspirada em Itaipu com potencial binacional
-
Por que a Visa abandonou o Open Banking nos EUA?
-
Maior investimento da Electrolux na América Latina será no Brasil: R$ 700 milhões e dois mil empregos confirmados no Paraná
-
R$ 5,5 bilhões em novas hidrelétricas. É a aposta certa para o futuro energético do Brasil?
Ainda haverá isenção para presentes avaliados em até US$ 100, mas compras comuns feitas em sites estrangeiros serão afetadas. O governo dos EUA justifica a medida como uma forma de proteger a indústria local e coibir o uso indevido da regra para importação de drogas ilegais.
Quais países já suspenderam os envios?
Na Ásia, o Korea Post anunciou que deixará de aceitar encomendas aéreas e alguns serviços expressos para os EUA, mantendo apenas os serviços premium operados por transportadoras privadas. O SingPost, de Cingapura, também suspendeu envios padrão, mantendo apenas modalidades de alto custo.
Na Europa, os correios da Noruega, Finlândia, Alemanha, Bélgica e Áustria já anunciaram paralisações ou suspensões parciais. O Royal Mail, do Reino Unido, informou que também deve interromper temporariamente remessas comerciais até ajustar seus sistemas.
Na Oceania, o Australia Post confirmou a suspensão de determinados serviços de trânsito internacional para os EUA.
Impacto no comércio eletrônico e na logística global
O bloqueio das remessas preocupa não só consumidores, mas também plataformas de e-commerce e empresas de logística. Sites como Etsy já anunciaram que vão suspender seus serviços de emissão de etiquetas de envio para alguns países, recomendando que vendedores usem transportadoras privadas como FedEx ou UPS, que continuam operando.
Especialistas destacam que a decisão americana pode gerar um efeito cascata, com mais países suspendendo envios até que as regras fiquem claras. A incerteza pode encarecer os custos para consumidores e dificultar o acesso a produtos de baixo valor que antes chegavam rapidamente e sem tarifas.
A decisão de encerrar a isenção de minimis nos EUA já provoca reflexos no comércio global, deixando consumidores e lojistas em alerta. Para muitos, a medida representa uma barreira ao acesso a produtos baratos e à competitividade de plataformas estrangeiras.
E você, o que acha da decisão? Os EUA estão apenas protegendo sua economia ou criaram um problema logístico global? Deixe sua opinião nos comentários.