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Estatal teve queda na receita, aumento nas despesas e impacto das novas regras para importações; apesar do déficit, segue presente em todos os municípios com tarifas acessíveis
O prejuízo dos Correios saltou em 2024. A empresa encerrou o ano com resultado negativo de R$ 2,6 bilhões.
O número representa mais que o quadruplo do prejuízo registrado em 2023, que foi de R$ 597 milhões. Os dados foram publicados nesta sexta-feira (9) no Diário Oficial da União.
O número chamou atenção pelo tamanho do salto em apenas um ano.
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Segundo os Correios, o aumento no déficit está ligado ao funcionamento das unidades em áreas remotas e ao impacto de novas regras que afetam diretamente as receitas da estatal.
Unidades deficitárias e o papel social da empresa
De acordo com os Correios, apenas 15% das 10.638 unidades da empresa instaladas em localidades chamadas de “assistidas” apresentaram superávit no ano passado. Isso significa que 85% dessas unidades operaram com prejuízo.
Mesmo assim, a estatal afirmou que continua garantindo o acesso universal aos serviços postais em todos os 5.567 municípios do país.
A empresa reforça que mantém tarifas consideradas justas e um compromisso com a presença nacional, mesmo diante das dificuldades financeiras.
Essa função social tem um custo.
Ao manter agências em locais com baixa demanda e pouca rentabilidade, os gastos operacionais aumentam sem o retorno necessário em receitas. Essa equação contribui para o resultado negativo registrado.
Queda na receita e impacto da nova taxação
Outro fator apontado pelos Correios foi a queda de 0,89% na receita bruta da empresa.
O valor passou de R$ 21,67 bilhões em 2023 para R$ 21,47 bilhões em 2024. Em relação à receita de vendas e serviços, a queda foi um pouco maior: 1,74%.
A estatal relaciona essa queda ao impacto direto das novas regras para compras internacionais.
Desde julho de 2023, passou a valer a cobrança de 20% de Imposto de Importação para compras acima de US$ 50, além de 17% de ICMS.
Essas medidas, apelidadas de “taxa das blusinhas”, afetaram o comércio eletrônico internacional.
A Receita Federal apontou que o total de compras feitas por brasileiros no exterior caiu 11% em 2024. Esse recuo impactou diretamente os serviços de entrega oferecidos pelos Correios, que são responsáveis por grande parte dessas remessas.
Investimentos mesmo com déficit elevado
Apesar do rombo financeiro, os Correios informaram que fizeram investimentos no valor de R$ 830,27 milhões em 2024.
Esse valor foi aplicado em ações vinculadas aos programas temáticos e de gestão definidos no Plano Plurianual.
Segundo a empresa, esses aportes fazem parte de uma estratégia de longo prazo.
A meta é modernizar a infraestrutura da estatal, melhorar o desempenho dos serviços e buscar maior sustentabilidade financeira no futuro.
A estatal também afirma que, mesmo com o resultado negativo, a sustentabilidade segue como “tema central no dia a dia da empresa”.
Essa é uma forma de reforçar o compromisso com um modelo que busca equilíbrio entre presença nacional, qualidade de serviço e viabilidade econômica.
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