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Correia dentada banhada a óleo: quem realmente inventou essa tão comentada tecnologia automotiva?

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 04/06/2025 às 08:01
Correia dentada banhada a óleo: quem realmente inventou essa tecnologia automotiva?
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A Dayco patenteou o sistema “Belt In Oil”, mas a Ford foi pioneira na aplicação em massa da correia dentada banhada a óleo. Entenda a história e as contribuições de cada um.

A correia dentada banhada a óleo é uma inovação significativa na engenharia de motores, buscando mais eficiência e durabilidade. Mas quem realmente inventou essa tecnologia? A resposta envolve distinguir entre a criação de um sistema específico e sua introdução pioneira no mercado.

Este artigo investiga a origem da correia dentada banhada a óleo. Analisaremos a patente da Dayco para o sistema “Belt In Oil” (BIO). Também veremos o papel crucial da Ford na aplicação e popularização dessa tecnologia na indústria automotiva.

O que é a correia dentada banhada a óleo e por que ela foi desenvolvida?

A correia dentada sincroniza a rotação da cambota e da árvore de cames em motores. Essa sincronização é vital para o funcionamento correto das válvulas. A evolução dos sistemas de sincronismo levou às correias de borracha, mais silenciosas e leves que correntes, mas com necessidade de troca periódica.

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A correia dentada banhada a óleo, ou “wet belt”, opera imersa no óleo do motor. O objetivo era reduzir atrito, ruído e desgaste, prolongando a vida útil do componente. Isso visava maior eficiência de combustível e menores emissões, impulsionado por regulamentações rigorosas e a busca do consumidor por carros mais eficientes.

Dayco e a patente do sistema “Belt In Oil” (BIO)

Correia dentada banhada a óleo quem realmente inventou essa tecnologia automotiva

A Dayco, empresa de componentes automotivos, reivindica a invenção da correia dentada banhada a óleo, chamada “Belt In Oil” (BIO). Segundo a Dayco, a invenção ocorreu em 2007. A tecnologia foi premiada em 2009 e lançada no mercado em 2014.

A patente US9322455, “Toothed belt and use of a toothed belt in oil”, é central para essa reivindicação. Os inventores listados são Marco Di Meco, Carlo Baldovino, Fabio Nardone e Licinia Licini, com a DAYCO EUROPE S.R.L. como detentora. A patente, depositada em 2009 e concedida em 2016, descreve uma construção específica da correia, projetada para funcionar em óleo, com detalhes sobre materiais e estrutura.

O papel da Ford: pioneirismo na aplicação em massa da correia dentada banhada a óleo

A Ford Motor Company foi fundamental na introdução da correia dentada banhada a óleo no mercado. A empresa introduziu a tecnologia em seu motor diesel 1.8 TDCi em 2007. Esta data coincide com a alegação de invenção da Dayco. A Ford buscava reduzir consumo e emissões com essa inovação.

A Ford expandiu o uso da tecnologia para os motores EcoBoost (como o 1.0L) e EcoBlue. O motor 1.0L EcoBoost é especificamente citado por seu “design de correia em óleo”. A Ford destacou benefícios como operação silenciosa, leveza e a promessa de uma correia com vida útil longa. No Brasil, a tecnologia chegou com o Ford Ka 1.0 de três cilindros por volta de 2014/2015.

Opinião dos especialistas

Especialistas e análises técnicas distinguem a invenção de um sistema patenteado de sua aplicação pioneira. A Dayco, com seus engenheiros, é a inventora identificada do sistema BIO específico e patenteado em 2007. Isso é respaldado pela patente US9322455.

Por outro lado, a Ford é reconhecida como pioneira na aplicação em massa da correia dentada banhada a óleo, começando com o motor 1.8 TDCi também em 2007. A proximidade das datas levanta questões sobre um possível desenvolvimento independente da Ford ou uma colaboração muito inicial com a Dayco. A dinâmica comum na indústria envolve fornecedores desenvolvendo tecnologias que os fabricantes (OEMs) adotam e integram. A “invenção” do componente (BIO da Dayco) e a “inovação” de sua aplicação (motores Ford) são complementares.

O legado e as controvérsias da correia dentada banhada a óleo

Após a Dayco e a Ford, outros fabricantes adotaram a correia dentada banhada a óleo. O Grupo PSA (Peugeot/Citroën) usou no motor 1.2 Puretech, e a General Motors (Chevrolet) nos motores CSS Prime (Onix).

Apesar dos benefícios, a tecnologia apresentou desafios. A importância do óleo com especificação correta tornou-se crítica. O uso de óleo inadequado pode causar degradação da correia, obstrução do sistema de lubrificação e falha catastrófica do motor. A substituição da correia é complexa e cara. As diferentes previsões de durabilidade entre fabricantes também indicam variações na implementação da tecnologia.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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