Tecnologia aplicada aos motores do Onix e Tracker desperta atenção de motoristas por exigir cuidados específicos de manutenção e uso de óleo homologado, enquanto oferece ganhos em eficiência, durabilidade e menor emissão de ruídos.
A General Motors reforça que a correia banhada a óleo usada nos motores de Chevrolet Onix e Tracker integra um projeto de engenharia concebido para durabilidade e eficiência, e que sua substituição não é trivial.
Segundo o vice-presidente da GM para o Brasil e América do Sul, Fabio Rua, trata-se de um conjunto pensado para trabalhar com esse componente específico e, por isso, a troca por uma corrente exigiria reconfigurações profundas na arquitetura do motor, com impactos em ruído, consumo e emissões.
Ao adotar a correia lubrificada internamente pelo óleo do motor, a montadora busca reduzir atrito e massa, além de mitigar vibrações.
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A empresa destaca que a solução está presente em motores de três cilindros aplicados em diferentes mercados e foi desenhada para entregar funcionamento mais silencioso, resposta mais leve e ganhos de eficiência frente a sistemas por corrente.
Embora relatos de falhas circulem entre consumidores, a GM atribui esses casos majoritariamente a manutenção inadequada.
O uso de lubrificantes fora da especificação, assim como intervenções fora do padrão recomendado, pode comprometer o material da correia e acelerar a degradação.
Em condições de uso e manutenção corretas, afirma a companhia, não há falhas inerentes ao componente.
O que é a correia banhada a óleo e como funciona
A correia banhada a óleo é uma correia dentada que trabalha dentro do bloco, em ambiente lubrificado.
Diferentemente de correias expostas, esse desenho permite reduzir perdas por atrito e ruídos de funcionamento, favorecendo a eficiência energética do conjunto.
Segundo a fabricante, o componente é produzido em HNBR, material de alta resistência, com revestimento de teflon, combinação que suporta temperaturas elevadas e contato permanente com o óleo.
Esse arranjo busca otimizar o sincronismo do conjunto comando-virabrequim, com menos massa móvel e menor esforço mecânico.
Além de contribuir para a economia de combustível, a solução reduz a transmissão de vibrações ao habitáculo, o que ajuda no conforto acústico percebido.
Por que a GM não utiliza corrente de comando nesses motores
De acordo com a GM, a escolha pela correia banhada a óleo não é uma substituição pontual, mas um conceito de motor.
Uma eventual migração para corrente exigiria revisões de projeto envolvendo tensores, guias, carcaças, lubrificação e calibração, entre outros pontos.
A engenharia avalia que essa mudança poderia afetar metas de ruído, consumo e emissões definidas para a família de motores.
Além de atender às metas de eficiência, a correia permite calibrações que priorizam suavidade e respostas lineares em regimes típicos de uso urbano.
Em síntese, a montadora entende que o pacote técnico atual cumpre melhor as exigências do projeto do que uma corrente tradicional.
Manutenção adequada e impacto do óleo correto na durabilidade
O desempenho do sistema depende do óleo homologado.
A GM orienta o uso de lubrificantes com certificação Dexos 1 Gen 3, cuja formulação é compatível com o material da correia e os requisitos do motor.
A utilização de óleo diferente da especificação pode alterar a química de aditivos, desgastar o revestimento da correia e gerar partículas que afetam o conjunto.
As revisões devem ocorrer, em condições normais de uso, a cada 10.000 km ou 12 meses, com trocas de óleo e filtro respeitando o intervalo e os procedimentos previstos no manual.
Em inspeções periódicas, a rede autorizada verifica o estado do componente e sinais de contaminação do óleo, adotando medidas preventivas quando necessário.
Garantia e cobertura condicionada pela manutenção
A montadora estabelece condições específicas de cobertura para o sistema quando o plano de manutenção é cumprido na rede e com o lubrificante recomendado.
Há referência a cobertura de até 240.000 km ou 15 anos, condicionada ao histórico de revisões e ao uso do óleo adequado, com checagens a cada 10.000 km ou um ano.
Esse arranjo busca assegurar que o conjunto opere dentro dos parâmetros definidos em projeto e que eventuais anomalias sejam detectadas antes de se tornarem falhas.
Ainda que a correia opere banhada a óleo, práticas como completar o nível com produto fora da especificação, aditivar por conta própria ou estender o intervalo de troca reduzem a margem de segurança.
Em qualquer um desses cenários, a durabilidade projetada pode não se confirmar.
Inspeções preventivas na rede autorizada
A GM reporta ações preventivas para verificação do estado da correia e do lubrificante, com inspeções periódicas na rede.
Nessas passagens, técnicos avaliam desgaste, contaminação e ruídos atípicos, além de executar a troca de óleo e filtro quando indicada.
Segundo a empresa, a medida tem custo competitivo e colabora para preservar o conjunto e manter a garantia.
O objetivo é orientar proprietários a centralizar os serviços na rede para assegurar procedimentos padronizados e peças e fluidos conforme o projeto.
Em paralelo, a fabricante reforça a orientação de consultar o manual do proprietário para confirmar prazos e especificações de cada versão.
Benefícios e limitações da solução técnica
Entre as vantagens citadas para a correia banhada a óleo estão menor ruído, redução de atrito interno e peso total inferior frente à corrente, com reflexos positivos em consumo e emissões.
Ao mesmo tempo, o sistema é sensível ao tipo de óleo e à disciplina de manutenção.
A relação custo-benefício tende a ser favorável quando o proprietário segue as especificações, mantendo o motor dentro dos parâmetros projetados.
Por outro lado, intervenções não previstas pelo fabricante, modificação de intervalos, uso de lubrificantes diferentes ou reparos fora do procedimento podem aumentar a incidência de ocorrências.
A montadora ressalta que as reclamações mais comuns têm correlação com essas variáveis de manutenção.