O novo torpedo supercavitante da Coreia do Sul, revelado na MADEX 2025, atinge velocidades de até 370 km/h e revoluciona a guerra naval. Entenda por que nenhum navio conseguiria escapar desse armamento.
A Coreia do Sul deixou o mundo atônito durante a MADEX 2025 — a maior feira de defesa naval da Ásia — ao apresentar um novo armamento subaquático que promete redefinir os padrões de velocidade e letalidade na guerra marítima. O destaque absoluto do evento foi o torpedo supercavitante guiado desenvolvido pela Agency for Defense Development (ADD), um órgão sul-coreano dedicado à pesquisa e inovação em defesa. A novidade não é apenas uma evolução tecnológica: trata-se de um divisor de águas no conceito de armamento naval submerso.
Enquanto os torpedos convencionais operam a velocidades entre 50 e 70 km/h, o novo torpedo supercavitante da Coreia do Sul foi projetado para atingir até 370 km/h (200 nós) — um feito que o torna, em teoria, impossível de ser evitado por qualquer navio em atividade atualmente.
O que é um torpedo supercavitante?
A supercavitação é um fenômeno hidrodinâmico no qual um objeto em movimento cria uma bolha de gás ao seu redor, reduzindo drasticamente o atrito com a água. Isso permite que o objeto, como um torpedo, alcance velocidades muito superiores às possíveis com propulsão convencional.
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Ao operar dentro dessa bolha de gás, o torpedo praticamente “voa” por debaixo d’água, superando as limitações impostas pelo arrasto da água líquida.
Como funciona o novo torpedo supercavitante da Coreia do Sul?
Segundo informações da ADD, o protótipo apresentado na MADEX 2025 segue uma estratégia de aceleração em dois estágios:
Fase de perseguição: o torpedo se desloca a uma velocidade subcavitante de até 130 nós (cerca de 240 km/h), utilizando seus sensores para detectar e perseguir o alvo com precisão.
Modo supercavitante: ao se aproximar do alvo, o torpedo entra em modo de supercavitação total, atingindo até 200 nós (370 km/h), tornando-se praticamente impossível de ser interceptado.
Esse modelo resolve uma das principais limitações de torpedos supercavitantes anteriores, como o Shkval russo, que apesar de sua velocidade, era incapaz de realizar manobras complexas ou rastrear alvos em tempo real.
Por que essa tecnologia da Coreia do Sul é considerada uma revolução?
A inovação sul-coreana combina alta velocidade, capacidade de guiagem e autonomia em profundidade. Isso é algo que nenhum sistema ocidental ou oriental havia conseguido implementar com sucesso até agora.
Diferente do torpedo Shkval, que era guiado apenas por rumo (sem inteligência embarcada), o novo torpedo sul-coreano é totalmente guiado durante sua trajetória inicial, com potencial para ajustes dinâmicos de rota mesmo em alta velocidade.
Com isso, ele representa uma ameaça real para qualquer embarcação de superfície — destróieres, cruzadores, porta-aviões ou navios mercantes — que não possuem tempo de resposta compatível com uma arma que se move a quase 370 km/h sob a água.
Comparativo: torpedo convencional vs torpedo supercavitante sul-coreano
Característica | Torpedos Convencionais | Torpedo Supercavitante Coreano |
---|---|---|
Velocidade média | 50 a 70 km/h | 240 a 370 km/h |
Capacidade de manobra | Alta (baixa velocidade) | Moderada (modo de rastreamento) |
Modo supercavitante | Não | Sim |
Guiagem | Ativo/passivo | Ativo com atualização dinâmica |
Interceptação possível | Sim | Virtualmente impossível |
Quem está por trás do desenvolvimento?
O projeto é liderado pela Agency for Defense Development (ADD) da Coreia do Sul, em colaboração com universidades técnicas e empresas especializadas em engenharia submarina.
Essa mesma agência já foi responsável por avanços importantes na área de mísseis hipersônicos, sistemas de radar de última geração e veículos não tripulados para aplicações navais.
Segundo o diretor da ADD, o projeto do torpedo supercavitante começou a ser desenvolvido em 2021 com testes em tanques hidrodinâmicos e simulações computacionais avançadas. A fase atual já contempla testes controlados em ambiente real marítimo.
Potencial de exportação e impacto geopolítico
A Coreia do Sul, que já figura entre os maiores exportadores de armamentos do mundo, vê nesse projeto uma oportunidade estratégica de dominar o mercado de armas subaquáticas de próxima geração.
Especialistas ouvidos por publicações como Naval News e Janes acreditam que o país poderá oferecer esse armamento futuramente para alianças estratégicas, como os Estados Unidos, países da OTAN e parceiros asiáticos como Filipinas, Vietnã e Indonésia — todos em busca de meios mais eficazes de dissuasão marítima.
Isso pode alterar o equilíbrio naval regional, especialmente em áreas de tensões como:
- Mar da China Meridional
- Estreito de Taiwan
- Mar do Japão
O que torna este torpedo praticamente “imparável”
Há três fatores centrais que fazem do novo torpedo supercavitante da Coreia do Sul uma arma única:
Velocidade de engajamento
Com 370 km/h, o torpedo percorre a distância de 5 km em apenas 48 segundos. Isso elimina qualquer chance prática de manobra evasiva por parte do alvo.
Guiagem ativa durante a fase inicial
Ao rastrear o alvo em sua fase de aproximação subcavitante, o torpedo reduz o risco de erro de trajetória — algo que prejudicava gerações anteriores de supercavitantes.
Silêncio relativo na fase inicial
Como o modo de supercavitação só é ativado na fase final, o torpedo mantém baixo nível de ruído durante a maior parte de sua trajetória, o que aumenta a chance de ataque surpresa.
O que dizem os especialistas internacionais
Segundo reportagem da Naval News, o torpedo sul-coreano representa o primeiro esforço bem-sucedido de combinar velocidade extrema com inteligência embarcada em um armamento subaquático realista.
A Janes Defence Weekly, publicação referência em defesa global, destacou que o sistema sul-coreano “coloca o país à frente de projetos similares da Rússia, China e Estados Unidos”, que ainda enfrentam limitações técnicas quanto à dirigibilidade de torpedos supercavitantes.
Quando ele estará pronto para uso operacional?
De acordo com a ADD, os testes em ambiente marinho real devem ocorrer ainda em 2025, com protótipos mais avançados já em produção experimental. A expectativa é de que uma versão militar pronta para implantação esteja disponível até 2027.
A produção em larga escala dependerá da integração com as plataformas navais da Marinha da Coreia do Sul, como:
- Fragatas da classe Daegu
- Submarinos KSS-III
- Sistemas de drones submarinos e veículos autônomos
O futuro da guerra subaquática começa agora
A apresentação do torpedo supercavitante guiado na MADEX 2025 mostra que a Coreia do Sul está disposta a assumir a dianteira tecnológica no campo da guerra naval.
Mais do que apenas um novo armamento, esse torpedo representa um novo paradigma operacional, em que velocidade e inteligência se unem para criar um sistema contra o qual nenhuma embarcação atual possui defesa eficaz.
Se o desenvolvimento continuar no ritmo atual, não será exagero dizer que a Coreia do Sul pode ter criado o primeiro torpedo inescapável da história moderna — um título que, até agora, nenhum outro país havia conquistado com sucesso técnico e comprovado.