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Contratar funcionário sem assinar carteira pode arruinar sua empresa: veja como multas, acidentes, ações judiciais e pensões vitalícias transformam economia em prejuízo colossal

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 17/10/2025 às 13:07
Contratar sem assinar carteira pode parecer economia, mas gera riscos gigantes: multas, ações judiciais, indenizações milionárias e até a falência da empresa.
Contratar sem assinar carteira pode parecer economia, mas gera riscos gigantes: multas, ações judiciais, indenizações milionárias e até a falência da empresa.
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Muitos empresários acreditam que manter colaboradores sem carteira assinada reduz custos, mas ignoram os enormes riscos legais e financeiros. De ações trabalhistas a pensões vitalícias, a prática pode gerar prejuízos milionários e até levar micro e pequenas empresas à falência

Manter colaboradores trabalhando sem registro formal pode parecer, à primeira vista, uma forma de reduzir custos operacionais. Afinal, ao contratar sem carteira assinada, a empresa deixa de arcar com encargos trabalhistas e tributos.

No entanto, essa decisão representa riscos significativos, tanto financeiros quanto jurídicos, que podem comprometer seriamente a saúde do negócio — e até levá-lo à falência.

O custo real: com e sem carteira assinada

Antes de detalhar os riscos, apresentamos um exemplo do impacto financeiro de cada modelo de contratação.

Considerando um salário mensal de R$ 1.000, com todos os encargos legais — férias, 13º salário, FGTS, INSS patronal, vale-transporte e outros — o custo mensal de um colaborador com carteira assinada chega a aproximadamente R$ 1.778,47.

Já sem a assinatura da carteira, esse valor cai para cerca de R$ 1.220,00, incluindo apenas salário e vale-transporte. À primeira vista, a diferença de mais de R$ 500 mensais pode parecer vantajosa.

No entanto, essa economia aparente pode custar caro no futuro. A seguir, os cinco riscos que tornam essa prática extremamente perigosa.

1. Fiscalização e multas do Ministério do Trabalho

O primeiro risco está relacionado à fiscalização trabalhista. Embora a frequência de inspeções seja considerada baixa, o perigo é real.

Uma denúncia ou auditoria de rotina pode resultar na obrigatoriedade de registrar retroativamente a carteira do funcionário, pagar todos os encargos atrasados com juros e multas, além de enfrentar autuações que comprometem as finanças da empresa.

Mesmo sendo o risco mais comum e previsível, ele não deve ser subestimado. Uma multa isolada pode gerar um impacto significativo no caixa, especialmente em micro e pequenas empresas.

2. Queda na produtividade e comprometimento

O segundo risco é menos visível, mas igualmente prejudicial. Quando o trabalhador não tem carteira assinada, tende a se sentir desvalorizado, inseguro e menos engajado. Essa falta de pertencimento se reflete diretamente na produtividade, comprometimento e qualidade da entrega.

Além disso, o absenteísmo — isto é, a frequência de faltas — costuma ser maior entre funcionários não regularizados. Isso pode obrigar a empresa a contratar mais pessoas do que o necessário ou lidar com atrasos e falhas operacionais constantes.

3. Passivos trabalhistas e ações judiciais

O terceiro risco é o passivo trabalhista. Caso o funcionário seja desligado ou decida deixar a empresa, ele pode ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho requerendo todos os direitos que não foram cumpridos. E, na maioria dos casos, a empresa perde.

Isso significa arcar com o pagamento retroativo de férias, 13º salário, FGTS, INSS, multas e honorários advocatícios. Além do prejuízo financeiro direto, o processo traz desgaste, perda de tempo e danos à imagem da empresa.

4. Acidentes de trabalho e responsabilidades extras

O quarto risco envolve acidentes ou situações que impeçam o colaborador de exercer suas atividades, como doenças ocupacionais ou licença-maternidade.

Quando o trabalhador está registrado, o INSS cobre afastamentos e benefícios. Sem carteira assinada, a responsabilidade recai sobre a empresa, que pode ter de pagar salários e indenizações por tempo indeterminado.

Esse cenário se torna ainda mais grave quando há sequelas permanentes ou incapacidade para o trabalho. Nesses casos, o trabalhador pode recorrer à Justiça e obter indenizações elevadas, que comprometem severamente a saúde financeira do negócio.

5. Indenizações milionárias e pensões vitalícias

O quinto e mais perigoso risco ocorre quando um funcionário sofre um acidente grave que resulte em invalidez permanente ou morte. Se não houver registro formal, a responsabilidade recai totalmente sobre a empresa.

Isso significa que a companhia pode ser condenada a pagar pensões vitalícias ao trabalhador ou à sua família, além de indenizações por danos morais. Um exemplo citado por Roque envolve um caso julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás, no qual um empregador foi condenado a pagar indenização de R$ 30 mil e pensão vitalícia equivalente a dois salários mínimos, incluindo 13º salário.

Para micro e pequenas empresas, esse tipo de condenação pode representar a falência. O impacto financeiro de uma pensão vitalícia, somado às indenizações e custos judiciais, é incalculável e prolongado — podendo durar décadas.

A importância de cumprir a legislação

A aparente economia obtida ao manter funcionários sem registro não compensa os riscos envolvidos.

Além de descumprir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a empresa se expõe a prejuízos financeiros enormes, danos à reputação, perda de produtividade e passivos que podem surgir anos depois.

Assinar a carteira dos colaboradores é mais do que uma obrigação legal — é uma medida de proteção para o próprio negócio.

Ela garante previsibilidade de custos, segurança jurídica e tranquilidade para crescer de forma sustentável.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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