1. Início
  2. / Economia
  3. / Conta de luz terá reajuste de 19% em 2022; seca é o principal motivo
Tempo de leitura 4 min de leitura

Conta de luz terá reajuste de 19% em 2022; seca é o principal motivo

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 02/12/2021 às 16:25
conta de luz, energia, aumento
Foto: reprodução google

Luz deve subir, em média, 19% no próximo ano. A maior parte do aumento deve-se à seca, que tem aumentado os custos para a geração de energia

Em 2021, a conta de luz se tornou uma das maiores vilãs para as finanças dos brasileiros. Porém, de acordo com cálculos da TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia, a expectativa é de que haja um novo aumento para 2022.

Confira ainda:

A temporada de seca tem aumentado os custos para a geração de energia no Brasil. Com isso, 12% de aumento, dos 19% que estão previstos, serão por conta da falta de chuvas. O país vive a pior seca dos últimos 90 anos.

Como foi necessário acionar as usinas térmicas para suprir a demanda de energia elétrica da população, e o funcionamento dessas usinas é mais caro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou a cobrança de uma tarifa extra nas contas de luz, a chamada bandeira tarifária.

Previsão de déficit nas contas

De acordo com a Aneel, o valor arrecadado com as bandeiras tarifárias não está sendo o suficiente para cobrir os gastos – em setembro, o déficit já era de R$9,87 bilhões. O cálculo da TR Soluções é de que esse déficit aumente para R$17,8 bilhões até 2022.

O levantamento da empresa de tecnologia apontou ainda que a alta na conta de luz pode ser superior a 30% em algumas regiões do Brasil. Contudo, a TR soluções não detalhou quais seriam esses locais.

S24 ULTRA

GALAXY S24 ULTRA - Black Friday

Além disso, a previsão de aumento médio da empresa ainda pode estar abaixo da realidade. O jornal “O Estado de S.Paulo” obteve acesso a documentos internos da Aneel que preveem aumento médio de 21,04% nas contas de energia em 2022.

Neste ano, o reajuste acumulado para as contas de luz residenciais chegou a 7% .

Por que os aumentos ainda não são suficientes

O prejuízo na conta das bandeiras teve início em 2021. Com a pandemia, a Aneel suspendeu a cobrança de taxas extras como forma emergencial de reduzir os gastos dos consumidores. Dessa forma, no início do ano, o déficit já era de R$ 3,1 bilhões.

Durante esse ano, a Aneel realizou um reajuste no valor das bandeiras amarela, vermelha patamar 1 e vermelha patamar 2, deixando-os mais altos.

A bandeira vermelha patamar 2, que estava em vigor, aumentou 52%. Porém, naquele momento, a área técnica da Aneel informou que o reajuste não era suficiente. Isto é, mesmo reajustada, a taxa não conseguiu cobrir os custos extras de geração de energia.

Em agosto, a Agência Nacional criou uma nova bandeira, denominada escassez hídrica. A taxa cobrada é ainda mais cara, de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos. Atualmente, esse é o valor em vigor, representando um aumento de de 49,6% em relação ao anterior, de R$ 9,49 por 100 kWh.

O diretor de regulação da TR Soluções, Helder Souza, afirmou que o reajuste ajudou a recuperar as contas, mas que ainda não é o suficiente.

“O déficit começou lá atrás [em 2020], porque a bandeira não foi aplicada. Depois, os valores deveriam ter sofrido reajuste maior. Desde o início, a área técnica da Aneel falava que o valor precisava ser de R$ 15 por 100 kWh para pagar os custos, mas a diretoria resolveu aprovar um valor menor”, disse Helder.

Os custos que não foram cobertos são absorvidos pelas distribuidoras, mas chegarão aos consumidores em algum momento.

Como é aplicado o reajuste nas contas de luz

A Aneel revisa anualmente as tarifas de energia elétrica para cada concessionária. Para calcular, a companhia leva em conta os custos operacionais e os investimentos necessários para a operação do serviço.

Cada contrato de concessão tem data pré-determinada para ocorrer os reajustes. Por isso, ele não acontece de forma única e simultânea em todo o país. No Rio de Janeiro, por exemplo, em 2021 a alta ocorreu em março. Já em São Paulo, o reajuste foi definido para junho.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

Compartilhar em aplicativos