Primeira fragata da Marinha do Brasil teve seu batimento de quilha na última semana. Empreendimento deve gerar milhares de novos empregos na construção naval brasileira.
O batimento de quilha da primeira das quatro fragatas da Marinha do Brasil, que serão fabricadas em Itajaí (SC), marcou uma nova fase na construção de navios da classe Tamandaré. A cerimônia aconteceu na última sexta-feira, no Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul. O projeto já gerou 600 empregos e possui atualmente outros 40 disponíveis. No total, serão mais de 2 mil oportunidades geradas até o final dos trabalhos. Bastante presente na construção naval, o batimento acontece quando a quilha, a “espinha dorsal” da Fragata, é concluída, tornando possível a estruturação das demais partes.
Importância da embarcação da Marinha do Brasil para a construção Naval
A evolução da engenharia e dos atuais processos de produção utilizados no Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) tornam possível que as embarcações sejam edificadas em blocos.
Desta forma, no caso da Fragata Tamandaré, que gerou diversos empregos, o batimento de quilha foi caracterizado pelo posicionamento, no seu local de edificação, de um bloco estrutural que pesa cerca de 52 toneladas, equivalente a uma das praças de máquinas do navio, onde serão instalados dois motores, equipamentos auxiliares e engrenagem redutora.
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Este tipo de construção em blocos, que são construídos separadamente e unidos no final, é inédita na construção naval da Marinha do Brasil. A produção da primeira fragata do projeto começou em setembro do último ano.
O lançamento do navio, que criou diversos empregos, está previsto para 2024, com a entrega à Marinha do Brasil para dezembro do ano seguinte. Logo em seguida serão entregues mais três embarcações, em 2027, 2028 e 2029. O corte da chapa do casco da segunda fragata, que marca o começo da construção, deve ser feito ainda em 2023.
Vantagens do novo modelo da Marinha do Brasil
O Almirante de Esquadra Arthur Fernando Bettega, Diretor-Geral do Material da Marinha, ressalta a importância deste avanço de construção naval no PFCT, que é estratégico para a Marinha e para a soberania do país.
Segundo Bettega, foi possível presenciar o encontro da tradição com a premente modernidade tecnológica, resultando em otimização da produção e aumento da segurança dos colaboradores e das informações.
Já Oliver Burkhard, CEO da Thyssenkrupp Marine Systems, acrescentou que a empresa fornecerá à Marinha do Brasil fragatas de última geração, que reúnem o que há de mais avançado em tecnologia naval, capacidade robusta de combate e inovação.
Este moderno modelo construtivo, que prevê a produção em blocos para serem edificados posteriormente, disponibiliza várias vantagens sobre o modelo antigo. Desta forma, é possível instalar acessórios e fundações de forma antecipada, além de facilitar a colocação de equipamentos a bordo e possibilitar trabalhos em vários estágios de forma segregada em cada unidade. O processo também amplia a segurança dos colaboradores, por manter espaços abertos por mais tempo durante a construção.
Geração de empregos no setor de construção naval
Fernando Queiroz, o diretor-executivo do consórcio Águas Azuis, destacou no evento que mais de 600 colaboradores estão atuando no estaleiro, sem contar os prestadores de serviço e a cadeia de fornecedores e especialistas envolvidos na produção. Ao longo do projeto, o programa das fragatas prevê gerar cerca de 2 mil empregos diretos e 6 mil indiretos.
Fernando menciona que os esforços de todos deram frutos através de uma indústria de construção naval forte, competente, criativa e competitiva. O Thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul já está entre as empresas que mais geram oportunidades na região de Itajaí e, assim, contribui para que Santa Catarina fique entre os estados com as menores taxas de desempregos do Brasil.