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Construção civil em crise: 71% das empresas sofrem com falta de mão de obra, juros altos travam 48% dos projetos e só a inteligência artificial dispara de 15% para 38% em dois anos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 26/09/2025 às 10:38
Setor da construção civil sofre com escassez de mão de obra e juros altos, mas aposta em IA e gestão para superar desafios.
Setor da construção civil sofre com escassez de mão de obra e juros altos, mas aposta em IA e gestão para superar desafios.
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Pesquisa da Falconi mostra como construtoras lidam com falta de profissionais, custos crescentes e buscam eficiência com tecnologia, gestão de custos e treinamento.

O setor da construção civil enfrenta um cenário desafiador marcado pela escassez de profissionais qualificados, custos elevados e pressão por eficiência. A mais recente edição do “Termômetro Falconi da Construção Civil”, realizada pela Falconi em parceria com o Ecossistema Sienge, revela como as empresas estão reagindo com foco em tecnologia, inteligência artificial (IA) e gestão estratégica.

Estagnação e desafios do setor

Segundo o levantamento, seis em cada dez executivos do segmento avaliam que a área vive uma fase de estagnação, que deve se manter nos próximos meses. Essa percepção decorre de fatores como a dificuldade em atrair e reter mão de obra qualificada e o alto custo do dinheiro para financiar obras.

Entre os obstáculos de 2025, a falta de mão de obra aparece em primeiro lugar, citada por 71% dos entrevistados. Em 2023, esse índice era de 52%. As altas taxas de juros surgem em segundo lugar (48%), seguidas pelo custo de materiais e serviços (37%) e pela demanda de mercado (36%). No estudo anterior, a demanda liderava a lista, com 63%.

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Para André Chaves, vice-presidente da unidade de negócios da Falconi especializada em Indústria de Base e Bens de Capital, a carência de profissionais qualificados atrasa a transformação do setor. “É inegável que a dificuldade em atrair e reter mão de obra qualificada atrasa a transformação do setor”, afirmou.

Caminhos adotados pelas empresas

Diante das dificuldades, as construtoras e incorporadoras buscam soluções imediatas. A maioria dos respondentes destacou como prioridade os investimentos em gestão de custos das obras (74%), o treinamento e a qualificação da mão de obra (57%) e o fortalecimento de marca (43%).

Na edição de 2023, o foco era diferente: concluir projetos dentro do prazo (66%), melhorar a experiência do cliente (44%) e investir em industrialização (41%). Essa mudança de prioridades mostra uma adaptação às novas pressões do mercado, principalmente em relação à eficiência operacional.

Avanço da tecnologia e da IA

Um ponto de destaque do estudo é o salto na adoção de tecnologias baseadas em IA. Em 2023, apenas 15% das empresas utilizavam essas ferramentas. Em 2025, o número mais que dobrou, alcançando 38%.

Além da IA, outras soluções tecnológicas se consolidam, como o uso do BIM (55%), CRM (43%) e Lean Construction (41%). Ainda assim, a confiança em mudanças estruturais para o setor caiu. Apenas 20,8% acreditam em transformações significativas nos próximos cinco anos, contra 37% em 2023.

Para Chaves, o risco está em adotar ferramentas sem maturidade de gestão. “Mais do que buscar a inovação pela inovação, temos que entender quais problemas são prioritários para serem resolvidos, definir as soluções mais adequadas (com e sem tecnologia), estabelecer padrões robustos de execução, criar rotinas de monitoramento e alinhar objetivos entre obra e matriz”, avaliou.

Ele alertou ainda que, sem treinamento adequado, as empresas podem subutilizar soluções digitais. “Sem ações de capacitação, as empresas correm o risco de não conseguir implementá-las de forma efetiva”, afirmou.

Perfil da pesquisa e sobre a Falconi

O “Termômetro Falconi da Construção Civil” contou com a participação de 120 executivos do setor, dos quais 35% ocupam cargos de CEO, proprietários ou diretores. As entrevistas foram realizadas entre 2 de junho e 10 de julho.

A Falconi, responsável pelo levantamento, é a maior consultoria brasileira de gestão empresarial. Fundada em 1984, atua em mais de 50 setores da economia, com presença em 42 países e mais de 10.000 projetos em seu portfólio.

A consultoria se destaca pela atuação em diferentes níveis de gestão: no estratégico (modelo de negócios e estrutura organizacional), no tático (implementação de processos e metas) e no operacional (monitoramento de operações). Reconhecida como líder na América Latina, a empresa também mantém operações nos Estados Unidos, com sede em Chicago, onde registra crescimento de dois dígitos ao ano.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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