Só o top 10 concentra R$ 249,6 bilhões, um retrato da força do setor: Segundo a Forbes 2025, o agronegócio reúne 39 bilionários no Brasil, com patrimônio combinado de R$ 382,8 bilhões
O agronegócio é tratado como motor da economia brasileira. De acordo com a CNA, ele responde por quase 25% do PIB e por mais de 40% das exportações.
Esse peso econômico se reflete em fortunas. Na Forbes 2025, 39 bilionários do agronegócio somam R$ 382,8 bilhões, com R$ 249,6 bilhões concentrados nos dez primeiros colocados.
Quem está no topo: os 10 bilionários do agronegócio em 2025
A lista traz empresários de cadeias diferentes do agronegócio, com fortunas calculadas pela Forbes a partir de dados públicos auditados.
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- Jorge Paulo Lemann — R$ 88 bilhões. Acionista da AB Inbev/3G Capital; segue como o mais rico do setor e 3º do Brasil.
- Carlos Alberto da Veiga Sicupira — R$ 39,1 bilhões. Sócio de Lemann na 3G Capital; forte em bebidas, com impacto da crise da Americanas.
- Joesley Batista — R$ 25 bilhões. Controlador da JBS, maior empresa de proteína animal do mundo.
- Wesley Batista — R$ 25 bilhões. Co-controlador da JBS; as ações subiram 40% em 12 meses.
- Ricardo Faria — R$ 19,6 bilhões. Fundador da Granja Faria, maior produtora de ovos comerciais e férteis do país; expandiu para EUA e Espanha.
- Alceu Elias Feldmann — R$ 18,5 bilhões. Controlador da Fertipar, com 15% do mercado nacional de fertilizantes.
- Marcel Herrmann Telles — R$ 12,5 bilhões. Parceiro de Lemann e Sicupira; patrimônio recuou 79,5% e transferências para herdeiros foram iniciadas.
- Rubens Ometto Silveira Mello — R$ 7,6 bilhões. Nome histórico da Cosan; controla a Raízen (maior produtora global de etanol) e a Rumo (maior ferrovia do Brasil).
- Marcos Molina dos Santos — R$ 7,2 bilhões. Dono da Marfrig; processo de fusão com a BRF para formar a MBRF está em curso.
- David Feffer — R$ 7,1 bilhões. Presidente do Grupo Suzano, referência em papel e celulose.
De onde vem o dinheiro: proteína, grãos, fertilizantes, celulose e bebidas
A Forbes 2025 aponta fortunas distribuídas por praticamente todas as cadeias do agronegócio.
Estão representados proteína animal (como JBS, Marfrig e Minerva), alimentos e bebidas (famílias Dias Branco, Vontobel, Logemann), produção agrícola (como Lucia Borges Maggi e herdeiros do Grupo Amaggi), além de agroenergia, fertilizantes, papel e celulose e madeira.
O retrato é de um agronegócio diversificado, que vai do insumo ao porto, passando por indústria, logística e exportação.
Onde moram essas fortunas: São Paulo lidera; Sul e Sudeste seguem fortes
No recorte por origem, a Forbes mostra concentração regional:
São Paulo lidera com 20 representantes; Rio Grande do Sul tem 6; Rio de Janeiro, 5.
Goiás e Ceará aparecem com 3 nomes cada; Santa Catarina e Paraná têm 2; Minas Gerais tem 1.
Outros 17 não declararam naturalidade.
Essa distribuição acompanha a pujança histórica do agronegócio nessas praças e a presença de grandes grupos empresariais.
Como o agro vira bilhão: cadeias longas, exportação forte e capital listado
As fortunas listadas pela Forbes refletem cadeias longas do agronegócio.
Há empresas com capital aberto, exposição a exportações e portfólios que incluem energia, logística e indústria.
A metodologia da Forbes considera dados públicos auditados, como cotações de ações — o que implica que alguns patrimônios podem estar subestimados em relação ao valor econômico total dos grupos familiares.
Força econômica, impacto social e os debates em torno do setor
O agronegócio sustenta milhões de empregos diretos e indiretos e movimenta cadeias de insumos, transporte e exportação.
Ao mesmo tempo, discussões sobre ambiental, uso da terra e regulação seguem no radar público e empresarial.
Mesmo com pressões e ciclos econômicos, o agronegócio continua visto como pilar da economia brasileira, com bilionários que espelham a escala do setor nas finanças do país.
Com 39 bilionários somando R$ 382,8 bilhões apenas no agronegócio, fica a dúvida: esse poder econômico ajuda a impulsionar o desenvolvimento do Brasil ou concentra demais a riqueza nas mãos de poucos?