Nova matéria-prima promete revolucionar a mineração: conheça o Pellet Feed, o “minério verde” da nova geração, que traz diversas vantagens e potencial para impulsionar o Brasil no setor mineral
Com a crescente demanda da indústria siderúrgica por soluções sustentáveis, o Brasil, sendo o segundo maior produtor de minério de ferro do mundo, está ganhando destaque no cenário internacional graças a um novo produto: o pellet feed de redução direta (PFRD), também chamado de “minério verde”. Essa matéria-prima inovadora tem o potencial de transformar o setor de mineração ao oferecer uma alternativa mais ecológica, alinhada às exigências globais de sustentabilidade e eficiência energética – o futuro da mineração global.
Conheça o Pellet Feed – considerado o futuro da mineração
Mais fino, mais rico e com baixos níveis de impurezas, esse minério verde é destinado à produção de pelotas de minério de ferro que, quando utilizadas em processo de redução direta na siderurgia, diminuem até 50% das emissões de carbono. Considerando que este é o setor industrial com maior lançamento global de CO2 na atmosfera, trata-se de um impacto extremamente relevante.
Pela qualidade excepcional e uma alternativa promissora para a descarbonização, há hoje uma alta demanda mundial pelo pellet feed de redução direta, fazendo dele o futuro da mineração. Oriente Médio e Europa, por exemplo, já estão dando total prioridade para o minério verde. Contudo, são poucos os produtores e o Brasil é um deles, com a produção em expansão.
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Em Minas Gerais, a Cedro Mineração, especializada em extração, beneficiamento e comercialização do minério de ferro, pretende produzir mais de 25 milhões de toneladas por ano de pellet feed até 2030, tornando-se uma referência no setor.
A mineradora, que foca na sustentabilidade como eixo central, busca ter 100% da produção em PFRD até o fim da década.
Vantagens do ‘minério verde‘
Segundo o presidente do conselho da Cedro Participações, Lucas Kallas, a empresa está focada em migrar da produção de sinter feed (outro produto do minério de ferro) para o pellet feed, especialmente para redução direta.
Há uma demanda crescente por soluções tecnológicas no futuro da mineração para uma produção de aço mais limpa e eficiente, o que direcionou a realizar investimentos expressivos para transformar sua produção compatível com processos de redução direta.
Os fundamentos da estratégia da Cedro são claros e justificam o investimento bilionário. Além da diferenciação no mercado pela sustentabilidade, a produção de pellet feed garante, por exemplo, economia de transporte, uma vez que a concentração de minério é maior do que no sinter feed (67% contra 60% do SF), além de uma operação mais limpa, com ganhos operacionais.
Contudo, principalmente, o PFRD é bom para as vendas. Com um teor tão elevado e baixos níveis de impurezas, como sílica 1%) e alumina (0,5%), o minério verde pode ser vendido a preços mais altos que os do minério de ferro tradicional.
O executivo destaca que o pellet feed atende às rigorosas exigências da indústria siderúrgica moderna, que valoriza a eficiência energética e a qualidade do produto final. Esse nível de pureza é um avanço expressivo em comparação com os produtos tradicionais do mercado.
Futuro da mineração deve alcançar 50,6 bilhões com Pellet Feed
O mercado de minério de ferro para a redução direta deve atingir 50,6 bilhões de dólares até 2031, um acréscimo incrível em relação aos números de 2020, de 21,8 bilhões.
Consequentemente, a economia nacional também ganha. Nos últimos anos, o Brasil vem perdendo participação e competitividade no mercado mundial de minério de ferro diante do maior produtor, a Austrália.
No atual contexto de transição energética, contudo, se abre uma nova janela de competitividade com o PFRD, sendo possível o país se posicionar para ganhar mercado. Afinal, a produção de pellet feed demanda muita energia, e energia limpa, o que o Brasil possui em grande escala.