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Conheça a nova barragem, recentemente inaugurada no Nordeste: Custou R$ 893 milhões e tem capacidade para 742 milhões de metros cúbicos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 18/06/2025 às 18:30
barragem
Foto: Reprodução
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Conheça a barragem recém-inaugurada com investimento de R$ 893 milhões — capacidade de 742 milhões de m³ promete segurança hídrica regional.

Uma longa faixa de concreto com quase cinco quilômetros atravessa a paisagem árida da caatinga potiguar. Esse é o novo cenário da região do Seridó, no Rio Grande do Norte, onde foi inaugurada recentemente a Barragem de Oiticica, um dos maiores empreendimentos hídricos do estado.

Após 12 anos de obras e décadas de planejamento, o reservatório entra em operação com capacidade para beneficiar até dois milhões de pessoas.

Uma obra que atravessa gerações

A ideia de construir a barragem surgiu ainda em 1952, quando o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) elaborou o primeiro projeto.

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No entanto, apenas em 2013 as obras tiveram início oficial. Foram muitos anos marcados por desafios técnicos, entraves burocráticos e protestos de comunidades locais.

Durante a execução, o projeto passou por diversas adaptações para atender às necessidades da população atingida.

A construção mobilizou 249 trabalhadores ao longo de mais de uma década. Parte essencial do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), a Barragem de Oiticica foi finalmente inaugurada no dia 19 de março de 2025.

Água para o semiárido

A estrutura foi construída no leito do Rio Piranhas-Açu, no município de Jucurutu.

A barragem tem como principal finalidade garantir a segurança hídrica do Seridó, região conhecida pelas longas estiagens e clima semiárido.

Segundo o Dnocs, o reservatório pode abastecer até 2 milhões de pessoas e já beneficia diretamente 294 mil moradores de 22 municípios.

Atualmente, o reservatório está com 10% de sua capacidade total, acumulando cerca de 74,7 milhões de metros cúbicos de água. Com o fechamento do trecho central e a conclusão do vertedouro, sua capacidade total passou de 75,56 milhões para 742 milhões de metros cúbicos.

Em termos financeiros, a obra recebeu R$ 893 milhões em valores históricos. Desse total, R$ 161 milhões vieram do Novo PAC. Em 2024, o Governo Federal investiu R$ 46 milhões para concluir os 5% restantes da obra.

Desenvolvimento para a região

A barragem vai impulsionar diversas atividades econômicas no Seridó.

Está prevista a revitalização de 750 hectares nos perímetros irrigados de Itans, Sabugi e Cruzeta.

Também será implantado o perímetro irrigado do Mendubim, com cerca de 3 mil hectares. Além da agricultura, a estrutura deve fomentar a piscicultura, a geração de energia elétrica e o turismo.

A nova barragem é agora o segundo maior reservatório do estado, ficando atrás apenas da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

Sua operação será fundamental para o equilíbrio hídrico do semiárido potiguar e para a convivência com os efeitos das mudanças climáticas.

Impacto social e reassentamento

A construção exigiu o reassentamento de cerca de 4 mil pessoas, entre elas os moradores da antiga comunidade de Barra de Santana.

Eles foram transferidos para a Nova Barra de Santana, vila construída próxima à parede da barragem, com moradias, escola, posto de saúde e áreas de lazer.

A transição não foi fácil. Durante o processo, houve protestos e mobilizações dos moradores, que reivindicavam melhores condições de moradia antes da mudança. Após anos de negociação, a nova vila foi entregue em 2022.

Além disso, o Complexo Oiticica abrange outras obras, como a Agrovila de Jucurutu, já entregue, e as Agrovilas de Jardim de Piranhas e de São Fernando, ainda pendentes. Também está prevista a construção da Adutora do Agreste Potiguar, cuja ordem de serviço já foi assinada.

Reforço ao Projeto de Integração do São Francisco

A importância estratégica da Barragem de Oiticica também se destaca por sua ligação direta com o Projeto de Integração do Rio São Francisco.

A barragem ajuda a distribuir as águas do São Francisco de forma mais eficiente, garantindo segurança hídrica não apenas ao Rio Grande do Norte, mas a toda a região do semiárido nordestino.

A tomada d’água da Transposição do São Francisco já foi concluída como parte do Complexo Oiticica. Essa conexão fortalece o papel do reservatório no abastecimento das comunidades e no controle de enchentes.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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