Brasil possui enorme reserva de ‘ouro branco’ capaz de alavancar a economia. Entenda onde está a maior reserva de lítio do mundo e como ela pode mudar o jogo do país.
O lítio, um metal raro de cor branco-acinzentada, é amplamente utilizado como matéria-prima na indústria tecnológica e, por isso, é conhecido como “ouro branco” devido ao seu papel crucial no desenvolvimento econômico das nações. O Brasil é um dos países que possui uma grande reserva desse valioso metal. Segundo dados do Mineral Commodity Summaries de 2022, o país produziu 600 toneladas de lítio em 2022.
Entenda a importância da reserva de lítio para o Brasil
A reserva de lítio é uma oportunidade única de alavancar o desenvolvimento regional do país, não apenas no âmbito da pesquisa mineral e mineração, mas também ao longo de toda a cadeia produtiva do metal, passando pelas etapas de beneficiamento.
A estruturação desta cadeia envolve, também, a implementação de toda a rede paralela de fornecimento de insumos e serviços, assim como a oportunidade de desenvolvimento científico e tecnológico nos vários setores produtivos.
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Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), as reservas mundiais de lítio em 2022 totalizavam cerca de 26 milhões de toneladas, sendo os países detentores das maiores reservas o Chile na liderança, seguido pela Austrália, Argentina e China. O Brasil estava na sétima posição com sua reserva de lítio. Já o maior produtor mundial é a Austrália.
Segundo Rafael Assis, Coordenador do Curso de Geologia da USP, o volume de lítio, de reserva do lítio natural é maior em regiões semiáridas, com chuvas efêmeras que geram pequenos lagos que possuem uma alta taxa de evaporação durante o verão, e consequentemente, elas secam. Com a evaporação, precipitam sais de lítio, a exemplo do triângulo do lítio entre Bolívia, Argentina e Chile.
Onde está localizada a reserva de ‘ouro branco’ no Brasil?
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) afirma que as reservas brasileiras de lítio estão localizadas no estado de Minas Gerais, com destaque para o Vale do Jequitinhonha, também conhecido como Vale do Lítio. O Vale do Lítio é formado pelas 14 cidades Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itinga, Itaobim, Malacacheta, Medina, Pedra Azul, Minas Novas, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.
O mineral encontrado na reserva de lítio possui um alto grau de pureza, ao contrário da maioria dos outros países, o que facilita o uso na fabricação de baterias mais potentes, além disso, a extração em terras mineiras usa menos água do que o modelo tradicional, tornando o processo menos nocivo ao meio ambiente.
Brasil fatura mais de R$ 1 bilhão apenas no primeiro semestre de 2023
A Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que foi pioneira e é a única a explorar a reserva de ‘ouro branco’ na região, produz desde 1991 em sua Mina da Cachoeira, nos municípios de Araçuaí e Itinga e reporta um total de recursos medidos de 4,5 milhões de toneladas de lítio e uma capacidade de produção de 45 mil toneladas por ano de concentrado de espodumênio.
Outras quatro mineradoras, todas listadas na Nasdaq, desenvolvem projetos de exploração do mineral no Vale do Jequitinhonha: Sigma Lithium, Atlas Lithium, Lithium Ionic e Latin Resources.
Outras regiões do Brasil possuem indicações de reservas de lítio como nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Goiás, Bahia e menos volumosas no Rio Grande do Sul. Segundo estimativas, o país pode possuir cerca de 900 milhões de toneladas de lítio em suas reservas.
O Brasil faturou R$ 1,4 bilhões com a produção de lítio no primeiro semestre de 2023 contra R$ 336 milhões no mesmo período de 2022, uma alta de 329,5%.