A usina de Itaipu é um exemplo de como a engenharia, a inovação e a colaboração internacional podem resultar em projetos transformadores. Ela não apenas fornece energia para milhões de pessoas, mas também representa um marco na história da engenharia e da cooperação transfronteiriça.
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, não é apenas uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, mas também uma verdadeira obra-prima da engenharia moderna. Iniciada na década de 1960, quando o Brasil se destacava por seu rápido crescimento, a necessidade de uma fonte de energia robusta tornou-se evidente à medida que a população ultrapassava os 70 milhões.
Dada a escassez de combustíveis fósseis e o custo elevado da tecnologia nuclear para um país emergente, a solução encontrada foi explorar um dos recursos mais abundantes do Brasil: suas águas. O Rio Paraná, o sétimo maior do mundo, foi escolhido como o local ideal para a construção dessa gigantesca usina hidrelétrica.
A construção da Usina de Itaipu foi marcada por desafios técnicos e políticos
Encontrar um local adequado que tivesse uma altura mínima de 100 metros e rocha resistente para a fundação foi apenas o primeiro deles. E claro, havia a necessidade de colaboração com o Paraguai, historicamente um adversário do Brasil. Em 1973, o Tratado de Itaipu foi assinado, dando início a uma parceria histórica.
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A construção começou em 1975, e as obras iniciais incluíram a escavação de um canal de desvio de 2 km de comprimento, 150 m de largura e 90 m de profundidade, um empreendimento colossal que exigiu a retirada de 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha.
A barragem foi projetada com uma abordagem de gravidade aliviada, onde a pressão da água seria resistida pelo peso próprio da barragem. Isso permitiu a economia de concreto e a instalação de turbinas geradoras de energia no interior da própria barragem.
Após anos de trabalho intenso, que incluíram a construção de um vertedouro gigante e o transporte de enormes turbinas de São Paulo para o local, a Itaipu Binacional finalmente começou a operar. Em 1991, tornou-se a maior usina hidrelétrica do mundo, superando a Usina de Guri, na Venezuela.