Uma universidade da Austrália está trabalhando em célula solar que promete revolucionar a produção de energia limpa
Com as mudanças climáticas, os investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias de produção de energia limpa são cada vez maiores. Um exemplo foi o estudo divulgado pela ACS Photonics, da Universidade Nova Gales do Sul (UNSW), da Austrália, onde os pesquisadores estão trabalhando em uma célula solar capaz de produzir energia durante a noite. Trata-se do uso “inverso de uma célula solar convencional”, que seria capaz de produzir até um décimo de uma célula de fotovoltaica convencional.
Produção de energia a partir de radiação térmica infravermelha
Em um painel solar convencional, a luz solar é absolvida pelos painéis solares e convertida em eletricidade. O estudo mostra que o mesmo processo pode acontecer de forma inversa, onde a perca de calor é aproveitada. À medida que a terra esfria durante a noite, ela irradia energia para o espaço. Os pesquisadores aproveitam esse movimento para gerar eletricidade.
O dispositivo que está sendo desenvolvido pelos pesquisadores se chama Diodo Termorradiativo. Basicamente, o equipamento funciona de forma inversa de um painel solar convencional.
- Projeto Noronha Verde: Transição Energética e Caminho para Fontes Renováveis em Fernando de Noronha pela Neoenergia
- Como a aquisição da AES Brasil coloca a Auren no topo: descubra a terceira maior geradora de energia do Brasil e seu segredo de sustentabilidade
- Reciclagem criativa: turbinas eólicas viram minicasas! Designers revolucionam setor ao dar nova vida a equipamentos antigos e enfrentar um dos maiores desafios da energia sustentável
- Energia Solar Brilha: Expansão Fotovoltaica e Profissionalização Transformam o Setor no Brasil
“A ideia de que termodinamicamente podemos produzir energia através da emissão de luz em vez da absorção pode ser um impossível para muitos. Muito parecido com uma célula solar, o que temos aqui é um motor térmico, com a diferença de trocar o conversor de energia do lado frio (célula solar estando na Terra absorvendo fótons do Sol) para o lado quente”, disse Michael Nielsen, professor e pesquisador da Escola de Engenharia de Energia Fotovoltaica e Renovável da UNSW.
Capacidade de produção de energia
Durante os testes, um dos detectores fotovoltaicos testados aqueceu até 21,11 graus Celsius, gerando cerca de 2,26 miliwatts por metro quadrado. “Neste momento, a demonstração que temos com o diodo termorradiativo é de potência relativamente muito baixa”, disse Ekins-Daukes. Os dados mostram que se adaptado e melhorado, o equipamento pode produzir até 1/10 de energia de um painel solar convencional.
Os pesquisadores admitem que é um estudo em fase inicial, onde muita coisa ainda precisa ser aprimorada. Os dados mostram que o potencial energético no equipamento testado é muito menor se comparado com um painel solar.
Os pesquisadores ainda afirmam que existe cerca de uma década de estudos para podermos pensar em colocar o produto no mercado. Se a indústria puder ver que esta é uma tecnologia valiosa para eles, então o progresso pode ser extremamente rápido.