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CONCRETO mais resistente com CAFÉ? Café no concreto aumenta resistência em 30% e pode mudar a indústria da construção civil! 

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 02/07/2024 às 06:26
CONCRETO mais resistente com CAFÉ
Foto: CANVA

Pesquisadores descobriram que adicionar café ao concreto aumenta a resistência do material em 30%. Este concreto mais resistente pode ser utilizado em diversas aplicações na construção civil, oferecendo uma solução inovadora e sustentável.

Uma equipe de engenheiros da Universidade RMIT, na Austrália, desenvolveu um processo inovador que utiliza borra de café para tornar o concreto mais resistente. Transformando a borra em biocarvão, o método aumenta a resistência do concreto em quase 30%. Além de melhorar a durabilidade do material, essa técnica ajuda a reduzir os resíduos de café enviados a aterros, que somam seis milhões de toneladas anuais na Austrália, e diminui as emissões de metano geradas durante sua decomposição. Esta inovação promete um impacto significativo na construção civil e na sustentabilidade ambiental.

Descubra como é produzido o concreto mais resistente com café

Para fabricar o concreto de café, os pesquisadores transformam o pó gasto em biochar (um resíduo leve, semelhante ao carvão) através de um método de torra não muito diferente de como os grãos são torrados para extrair o sabor.

O processo se chama de pirólise e envolve o aquecimento do solo a 350 °C na ausência de oxigênio, o que impede a produção de dióxido de carbono e aumento das emissões de gases de efeito estufa.

Os engenheiros afirmam que o processo é mais eficiente em termos energéticos do que as técnicas de pirólise tradicionais, visto que demanda temperaturas mais baixas que o normal. Normalmente, a pirólise pode ser um procedimento de alta energia, visto que é necessário aumentar as temperaturas para algo em torno de 700ºC e 900ºC, segundo o Dr. Shannon Kilmartin-Lycnh, co-líder do estudo. 

O processo de café no concreto aumenta a resistência e ajuda a substituir 15% da areia normalmente usada na fabricação de concreto por biocarvão de café. O concreto de café tem sua resistência aumentada em 29,3%.

Concreto de café será utilizado em projetos na Austrália

Segundo Kilmartin-Lynch, estruturalmente, o biocarvão de café em si é mais fino que a areia, mas também é um material poroso, por isso permite que o cimento se ligue à estrutura porosa do próprio biocarvão. Além disso, o concreto mais resistente com café pode impedir que o material fique seco por dentro e desenvolvam microfissuras, o que pode enfraquecer sua estrutura.

Segundo o pesquisador, definitivamente o processo do concreto de café ainda está em sua fase inicial. Há mais testes a serem feitos sobre a durabilidade e outros pontos. A ideia do concreto mais resistente com café surgiu de uma xícara. Havia muito café moído e sachês sendo descartados.

A equipe buscava ver se poderia transformar esses grãos de café gastos em algo mais útil e valioso. Agora que se sabe que o café no concreto aumenta a resistência, os pesquisadores trabalham com as autarquias locais em futuros projetos de infraestruturas, como a construção de pavimentos e passarelas.

Desafios que podem ser superados com o uso de café no concreto

O líder da equipe de pesquisa, Professor Jie Li, afirma que o biochar do café pode substituir uma parte da areia que foi usada para fazer concreto.

Atualmente, 50 bilhões de toneladas de areia natural são usados em projetos de construção no mundo inteiro todos os anos. Segundo o pesquisador, há desafios críticos e duradouros na manutenção de um fornecimento sustentável de areia, devido à natureza finita dos recursos e aos impactos ambientais da mineração de areia.

Para resolver esse problema, a indústria de construção deve explorar matérias-primas alternativas para garantir sua sustentabilidade. A extração contínua de areia natural no mundo inteiro, normalmente retirada de leitos e margens de rios para atender às crescentes demandas da indústria da construção tem um grande impacto no meio ambiente. Com uma abordagem de economia circular, seria possível manter os resíduos orgânicos fora dos aterros e também preservar melhor os seus recursos naturais, como areia.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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