Novo concreto com algas verdes secas reduz impacto ambiental, usa inteligência artificial e pode ser escalado para diferentes regiões do mundo
Pesquisadores da Universidade de Washington, em parceria com a Microsoft, desenvolveram um novo tipo de concreto de baixo carbono feito com algas marinhas em pó.
A ideia pode parecer incomum, mas representa um avanço importante na busca por soluções mais sustentáveis na construção civil.
O novo material reduz em até 21% o potencial de aquecimento global em comparação ao concreto tradicional.
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E o melhor: sem comprometer a resistência estrutural. Para alcançar esse resultado, a equipe misturou algas verdes secas ao cimento, criando uma formulação inovadora.
Concreto: um dos materiais mais poluentes do mundo
O cimento, principal componente do concreto, é responsável por até 10% de todas as emissões globais de dióxido de carbono (CO₂).
A maior parte dessas emissões ocorre durante o processo químico conhecido como calcinação e pelo uso de combustíveis fósseis.
Para se ter ideia do impacto, a produção de um quilo de cimento gera quase um quilo de CO₂. Por outro lado, as algas marinhas funcionam como sumidouros naturais de carbono enquanto crescem.
Isso as torna candidatas promissoras para reduzir a pegada de carbono do cimento.
“Estamos falando de um material abundante e fotossintético, que pode ser incorporado ao cimento sem necessidade de processamento dispendioso ou perda de desempenho”, afirmou Eleftheria Roumeli, professora assistente de ciência dos materiais e engenharia da Universidade de Washington.
Inteligência artificial acelerando a pesquisa
Desenvolver uma nova mistura de concreto costuma ser um processo lento. Cada amostra leva semanas para curar antes de ser testada.
Para vencer essa barreira, os pesquisadores usaram um modelo personalizado de aprendizado de máquina.
Com ele, foi possível prever misturas ideais entre cimento e algas. Os dados dos testes foram inseridos no sistema, que foi ajustando a fórmula até chegar ao ponto ideal — tudo isso em apenas 28 dias. Sem o uso da tecnologia, o processo poderia levar até cinco anos.
“O aprendizado de máquina foi essencial para encurtar o tempo de pesquisa, especialmente por estarmos introduzindo um material completamente novo”, explicou Roumeli.
Produção simples e escalável
Diferente de outros aditivos que exigem etapas complexas de tratamento, a alga verde pode ser usada diretamente em sua forma seca e em pó.
Isso facilita a produção em larga escala e torna o processo mais acessível em regiões com poucos recursos.
Os cientistas agora planejam testar outras espécies de algas e até resíduos alimentares como possíveis ingredientes.
A ideia é permitir que diferentes regiões do mundo criem suas próprias misturas, adaptadas aos recursos e necessidades locais.
Segundo Roumeli, essa abordagem pode acelerar a transição para uma infraestrutura mais verde. “Ao combinar materiais naturais como algas com ferramentas de dados modernas, podemos reduzir emissões e avançar mais rapidamente.”
A equipe vê o projeto como o começo de uma nova geração de materiais de construção. Um caminho que alia sustentabilidade, inovação e tecnologia para enfrentar os desafios climáticos com soluções concretas — literalmente.
Com informações de Interesting Engineering.