O Brasil vai fechar um acordo com uma empresa concorrente da Starlink para levar internet via satélite a áreas remotas — saiba quem é o parceiro, como funciona e por que isso importa.
O governo brasileiro e a estatal Telebras fecharam nesta quarta-feira (5 de novembro de 2025) um memorando de entendimento com a empresa luxemburguesa SES, concorrente da Starlink, para levar internet de alta conectividade via satélite a regiões remotas do país.
O acordo prevê que a SES, em parceria com a Telebras, utilize tecnologia de média órbita para cobrir localidades com difícil acesso à fibra óptica ou infraestrutura terrestre.
O objetivo é melhorar a inclusão digital, reforçar a soberania tecnológica e conectar territórios isolados.
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Starlink é desafiada no Brasil: Telebras e SES liberam internet de 1 Gbps e mudam o ritmo da disputa via satélite
Este movimento se dá em um contexto no qual a Starlink já atua no Brasil, mas enfrenta desafios regulatórios e pressão por concorrência.
Concorrente da Starlink no Brasil
Atualmente, a Starlink detém posição de liderança no mercado de internet via satélite dentro do Brasil, o que gera questionamentos sobre competição e soberania digital.
A autorização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a empresa expandir suas operações foi adiada em abril de 2025 justamente por essas preocupações.
Assim, o governo brasileiro vê na parceria com a SES uma forma de promover pluralidade de fornecedores — dificultando a concentração de mercado — além de viabilizar conectividade em locais onde a infraestrutura de internet terrestre não é viável.
Como funciona a tecnologia da concorrente da Starlink
A tecnologia empregada pela SES se baseia em satélites de média órbita — ou seja, numa altitude intermediária entre os satélites geoestacionários tradicionais e os satélites de baixa órbita utilizados pela Starlink.
No comunicado da Telebras, a empresa luxemburguesa promete oferecer conectividade “dez vezes superior” àquela oferecida pelas antenas da Starlink, no país.
Além disso, o sistema utilizará a infraestrutura terrestre da Telebras, que hoje conta com cinco teleportos (estações terrestres que interagem com os satélites) espalhados pelo Brasil.
Isso significa que, por meio desse acordo, o tráfego de dados e a rede permanecerão integrados ao território nacional — uma vantagem frente aos modelos mais “externos”.
Por outro lado, a latência (tempo de resposta) da tecnologia de média órbita é maior que a dos sistemas de baixa órbita, o que pode impactar aplicações que exigem resposta imediata — mas para muitas regiões e usos a solução é mais do que adequada.
Onde e quando o serviço deverá chegar
O memorando assinado em 5 de novembro de 2025 formaliza o início do caminho, mas o serviço ainda depende de etapas regulatórias, implementação e operação.
Embora não haja cronograma público detalhado, o foco inicial está em regiões brasileiras remotas, onde fibra óptica ou conexão terrestre ainda não chegou com qualidade.
Essas áreas incluem municípios ribeirinhos e de difícil acesso no Norte, Centro-Oeste e em zonas de difícil infraestrutura.
A promessa é que a conectividade se expanda antes da realização da COP30, que será sediada em Belém, Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025 — e que servirá como vitrine para a tecnologia.
Implicações estratégicas para o mercado e para a soberania digital
A entrada de uma nova empresa concorrente da Starlink traz vários impactos:
- Competitividade: Maior número de fornecedores pode reduzir preços e incentivar melhorias no serviço.
- Inclusão digital: Regiões isoladas ganham acesso a internet de qualidade, o que pode impulsionar educação, saúde e economia local.
- Soberania digital: Ao utilizar infra-estrutura nacional, o Brasil reduz dependência externa e melhora o controle sobre seus dados e redes.
- Ambiental e espacial: A utilização de poucos satélites de média órbita implica menos lançamentos e menos lixo espacial, segundo o texto da Telebras. Entretanto, também há desafios: a latência pode ser maior, a operação técnica exige robustez regulatória, e a chegada tardia dessa concorrente pode significar que a Starlink continue dominando no curto prazo.
O que isso significa para o usuário final
Para usuários em áreas urbanas ou bem conectadas, o impacto imediato será pequeno — a infraestrutura de fibra óptica ou cabo já atende a maioria.
Já para quem vive em localidades remotas, o avanço da concorrente da Starlink significa:
- Possibilidade de acesso à internet de qualidade onde hoje não há ou o serviço é muito limitado.
- Alternativa à Starlink, que embora disponha de cobertura, pode ter custos mais altos ou restrições mercadológicas.
- Melhor integração com redes nacionais, o que pode favorecer preços mais acessíveis e atendimento técnico mais local. Portanto, esse acordo tem potencial de democratizar e expandir a conectividade de forma significativa.
Agora, resta aguardar a regulamentação, a implantação e os efeitos concretos sobre preços, cobertura e qualidade do serviço — fatores que poderão transformar o panorama da conectividade no país.



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