Decisões desde a Guerra do Vietnã e a cartelização da indústria bélica explicam como a dívida dos EUA se tornou insustentável, segundo especialistas como o comandante Robinson Farinazzo.
O alerta sobre a dívida dos EUA não é recente, mas os números atuais chamam atenção: mais de US$ 37 trilhões acumulados, ao mesmo tempo em que o complexo militar-industrial consome cerca de US$ 1 trilhão anuais. Segundo o comandante Robinson Farinazzo, o colapso estrutural começou ainda no Vietnã e se agravou com a concentração de poder em poucas empresas de defesa.
Esse modelo drena recursos de áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, criando um paradoxo: a maior potência militar do mundo convive com bolsões de miséria, cidades em ruínas e cidadãos sem cobertura médica adequada. A questão central é se os EUA conseguirão sustentar esse ciclo sem comprometer sua estabilidade interna.
O alerta ignorado desde Eisenhower
Ainda em 1961, o presidente Dwight Eisenhower avisou sobre os riscos do “complexo militar-industrial”: a fusão entre governo, forças armadas e corporações privadas de defesa.
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Segundo Robinson Farinazzo, o aviso não foi apenas retórico — ele antecipava a captura do Estado por interesses militares e econômicos.
Na década de 1960, Lyndon Johnson expandiu a Guerra do Vietnã, elevando os gastos militares a quase 10% do PIB.
Esse esforço comprometeu investimentos sociais e marcou o início da trajetória de endividamento contínuo dos EUA.
A virada com Reagan e o cartel bélico
Nos anos 1980, Ronald Reagan acelerou a corrida armamentista, ampliando ainda mais a dívida.
Quando a Guerra Fria terminou, esperava-se uma redução de gastos, mas ocorreu o oposto: o Pentágono concentrou fornecedores estratégicos.
De mais de 200 empresas de defesa, restaram apenas cinco gigantes que hoje repartem aproximadamente US$ 1 trilhão anuais.
De acordo com Farinazzo, essa cartelização tornou o setor militar imune a cortes e dependente de lobbies poderosos, reforçando o ciclo de endividamento.
Consequências sociais e econômicas
Enquanto a dívida dos EUA explode, a infraestrutura do país se deteriora.
Estradas, pontes e sistemas de transporte sofrem com falta de manutenção.
Em estados como Mississippi, comunidades vivem em condições comparáveis a países em desenvolvimento, sem saneamento básico e com altos índices de pobreza.
Ao mesmo tempo, o sistema de saúde americano mostra fragilidade: muitos cidadãos enfrentam risco de falência diante de emergências médicas, em contraste com sistemas públicos universais, como o SUS no Brasil.
Esse contraste reforça o peso da política de priorizar gastos militares em detrimento de serviços sociais.
O papel da CIA e a geopolítica
Outro ponto polêmico citado por Robinson Farinazzo e por autores críticos como Oliver Stone é a ligação indireta entre a CIA e operações de narcotráfico internacional.
A suspeita é de que cartéis não teriam condições técnicas de operar sem algum nível de apoio logístico ou tolerância dos serviços de inteligência.
Isso mostra como geopolítica, economia paralela e interesses militares se entrelaçam em um jogo de poder que transcende fronteiras.
O colapso silencioso
A realidade é que o atual cenário americano não é fruto de um evento isolado, mas de décadas de transferência massiva de recursos públicos para o complexo militar.
A dívida dos EUA é a ponta do iceberg de um modelo que prioriza guerras externas e lucros corporativos, enquanto compromete o bem-estar interno.
O desafio agora é saber se esse modelo pode ser revertido ou se o colapso social e econômico é apenas uma questão de tempo.
Na sua visão, a dívida dos EUA é resultado inevitável do poder militar ou seria possível reverter esse quadro com cortes e reformas profundas? Acredita que esse modelo pode levar a um colapso interno? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive esse debate na prática.