Ceará recebe investimento US$ 90 milhões em hidrogênio verde no Complexo do Pecém. Investimento inclui instalação de infraestrutura básica e outras obras essenciais.
A Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, aprovou na quarta-feira (6) o financiamento de US$ 90 milhões para obras de infraestrutura no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). As melhorias que serão realizadas com os investimentos são essenciais para a chegada do hub de hidrogênio verde.
Ceará comemora investimento em hidrogênio verde no Complexo do Pecém
Além do valor do financiamento, o Cipp entrará com uma contrapartida no valor de US$ 10 milhões. As obras no Complexo do Pecém incluem a instalação de uma infraestrutura básica para corredores de utilidades e acesso ao setor produtivo de H2V no Complexo do Pecém, tais como: a expansão do Terminal de múltiplas Utilidades (TMUT) do Porto do Pecém, que recebe um novo berço de atração e a expansão do Píer 2 do terminal portuário para H2V e seus derivados.
Nas redes sociais, o governador Elmano de Freitas comemorou a aprovação do financiamento e afirmou que está dialogando com empresas interessadas em investir na cadeia do hidrogênio verde no estado.
- Nova lei promete mudar tudo: Você sabe realmente por que foi multado?
- Bahia vai receber investimento de quase R$ 350 milhões para construção de nova Unidade de Processamento de Gás Natural; impulso na economia e geração de empregos
- Piauí recebe investimento histórico de R$ 100 milhões em corredor de escoamento agrícola para impulsionar produção e fortalecer economia
- Salário mínimo universal! Magnatas seguem Elon Musk na defesa por renda universal para minimizar impactos da tecnologia
O governador do Ceará afirma que, até o momento, foram assinados 32 memorandos de entendimento para fechar o compromisso para a instalação de empreendimentos no setor no estado. Este recurso permitirá mudanças estruturais no complexo industrial, possibilitando a transição de projetos piloto para a escala industrial de H2V.
O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueiredo, ressalta a importância desse investimento. O executivo destaca que os projetos de hidrogênio verde no Complexo do Pecém devem reduzir possíveis riscos percebidos pelos desenvolvedores e financiadores privados e assim impulsionar a transição de projetos-piloto para a escala industrial, realizando investimentos nas capacidades e infraestrutura compartilhadas para facilitar a efetivação da implantação da cadeia de gerenciamento verde no Estado.
Ceará se destaca em outros projetos
Em junho deste ano, o Conselho Administrativo dos Fundos de Investimento Climático (CIF) já havia aprovado um plano de US$ 70 milhões para apoiar a flexibilidade da rede para a integração de energia renovável no Brasil, sendo US$ 35 milhões para projetos de hidrogênio verde no Complexo do Pecém. Esse recurso ainda será analisado pela Cofiex.
O investimento é para implantação de infraestruturas compartilhadas e para um hub de capacitação e inovação para a cadeia do H2V na região do Pecém, consolidando a educação e incentivando a inovação na região.
Entre os estados brasileiros, o Ceará é o que mais possui projetos previstos. Como citado anteriormente, já foram assinados 32 memorandos de entendimento com empresas nacionais e estrangeiras, com uma sinalização de investimentos acima de US$ 30 bilhões (R$ 145,7 bilhões). Desse total, há três pré-contratos já fechados, nos quais a estimativa de investimento é de US$ 8 bilhões ( R$ 38,8 bilhões).
Entenda melhor a corrida pelo hidrogênio – O combustível do futuro
O hidrogênio é o elemento mais abundante do universo e possui potencial para reduzir a pegada ambiental de setores intensivos em carbono e impulsionar o processo de transição energética, o hidrogênio é visto por vários como o combustível do futuro.
Entretanto, não é qualquer hidrogênio que o mercado busca. Todo o entusiasmo é por sua versão sustentável, chamada de hidrogênio verde, cuja produção o Brasil tem condições de liderar globalmente.
O hidrogênio verde é derivado da água, em um processo de extração que utiliza energia elétrica renovável para quebrar a molécula e separar o hidrogênio gasoso do oxigênio.
Para o Brasil, o setor pode ser uma ótima oportunidade, visto que o país apresenta condições climáticas favoráveis à geração de energia eólica e solar, desta forma o Brasil pode se tornar um dos principais produtores e exportadores de hidrogênio verde.