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Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, a CBMM, prevê investimentos de R$ 278 milhões em baterias de nióbio e inovações para o aço em 2022

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 05/03/2022 às 19:51
Atualizado em 07/03/2022 às 01:26
nióbio, CBMM, aço
Foto: Reprodução Google Imagens (via Saga Consultoria)

A CBMM, que já faturou mais de R$ 11 bilhões com a venda de nióbio para aplicações no aço, tem expectativa de lucro ainda maior

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, CBMM, localizada em Araxá (MG), é detentora de 80% do mercado mundial de nióbio, metal cada vez mais utilizado na indústria metalúrgica, principalmente na fabricação de um aço mais resistente. Com isso, ela comemora seus resultados recordes de 2021.

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Inaugurada há 60 anos, a CBMM se fortaleceu muito a partir da venda de partículas de nióbio a siderúrgicas especializadas em aplicar o material em produtos de aço.

Divulgado por Leo Branco em matéria para o site Exame, a CBMM conquistou R$ 11,4 bilhões somente no ano passado, 67% a mais que a fatura de 2020. Além disso, o lucro líquido (R$ 4,5 bilhões) também aumentou muito, sendo este 78% acima do valor obtido no ano anterior.

O motivo para os números elevados é a recuperação dos negócios afetados pela pandemia, visto que a China, uma das principais clientes da CBMM e a maior fabricante de aço, foi o primeiro epicentro da Covid-19.

A previsão para 2022 de Ricardo Lima, vice-presidente da CBMM, é uma alta de 20% nas negociações da empresa, que se mostra confiante nas apostas diversificadas.

Uma dessas principais apostas é o próprio nióbio, que, junto com outros metais, é capaz de fortalecer o aço. Pelos estudos da CBMM, só são necessários 100 gramas de nióbio para que 1 tonelada de aço ganhe resistência e ainda fique mais maleável.

Os benefícios do Nióbio colocaram a companhia em vantagem quanto a outras metalúrgicas. Assim, a mina da CBMM em Araxá tem potencial para 800 milhões de toneladas, o que a configura como a maior do planeta em atividade.

Considerando que, atualmente, 1 kg do metal custa cerca de 40 dólares, a companhia poderia passar um tempo apenas observando seus lucros, sem nenhuma perda. Entretanto, Lima afirma: “Desde o início, nosso desafio tem sido o de criar os mercados em que operamos. Não está sendo diferente agora.”

Nesse sentido, nos últimos anos a CBMM investiu 3 bilhões em um projeto de extensão da indústria de Araxá para aumentar em 50% a produção, alcançando em torno de 150 mil toneladas de nióbio por ano, 30 mil toneladas acima da demanda global. Esse crescimento da produção tem como finalidade tornar o nióbio em um metal “multiúso” e fornecê-lo para novas aplicações. Hoje, somente um décimo da produção de Araxá é destinado a utilizações incipientes fora da cadeia de aço, sendo todo o resto misturado ao aço em vigas e vergalhões.

Segundo o CFO Alex Amorim, a meta é aumentar a parcela de 10% a 40% até 2030, sendo um dos principais investimentos no mercado de carros elétricos. O nióbio utilizado em partes das baterias destes veículos trazem benefícios: ânodos e cátodos com nióbio contribuem para uma recarga em menos tempo e durabilidade maior que as baterias de carbono.

Tais vantagens já atraíram a atenção de montadoras como a Volkswagen e a empresa de tecnologia Toshiba. Até o fim de 2022, o mercado receberá ônibus elétricos com baterias produzidas com o nióbio extraído pela CBMM, montados pela Volkswagen de Resende (RJ).

Ainda na tática de crescer com novas parcerias, a CBMM investiu em duas startups só no último ano, a inglesa Echion e a estadunidense Battery Streak, visando novos desenvolvimentos em materiais para baterias de íons de lítio. Em 2021, as vendas do nióbio para baterias totalizaram R$ 7,5 milhões, enquanto a estimativa para 2022 é que esse valor seja 10 vezes maior.

A CBMM realizou investimentos de R$ 60 milhões no desenvolvimento de tecnologias para baterias, valor correspondente a cerca de 25% do total investido em inovação. A partir disso, em 2022 as apostas em inovações devem aumentar, no mínimo, 40%, atingindo R$ 278 milhões, emplacando outro recorde.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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