Teste com SUV híbrido mostrou como hábitos simples ao volante, aliados à manutenção adequada e ajustes no uso de ar-condicionado e pneus, podem ampliar de forma significativa a autonomia e gerar economia imediata para motoristas.
O preço dos combustíveis pressiona o bolso, mas mudanças simples ao volante reduzem o gasto tanto na cidade quanto na estrada.
De acordo com o site News Automotivas, uma viagem recente com o híbrido plug-in Jaecoo 7 mostrou isso na prática: o SUV percorreu 1.107 km sem reabastecer e ainda indicou autonomia restante de 341 km, ao longo do trajeto de Alphaville (SP) até a usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).
As condições do teste incluem condução em ritmo constante, janelas fechadas e ar-condicionado ajustado para conforto — um conjunto de hábitos que qualquer motorista consegue replicar.
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O caso prático do Jaecoo 7
Na avaliação realizada pela Auto+ TV, a equipe rodou mais de mil quilômetros em dois dias, mantendo velocidades entre 60 km/h e 90 km/h e temperatura do ar-condicionado em 23 °C.
Ao fim, o computador de bordo registrou os 1.107 km já percorridos e 341 km ainda disponíveis, resultado coerente com a promessa oficial de até 1.200 km de autonomia combinada do modelo.
O relato enfatiza que a regularidade na condução e a aerodinâmica preservada fizeram diferença ao longo do percurso.
Segundo destacou o News Automotivas, esse desempenho chamou atenção justamente por ter sido obtido em condições de uso real, e não em laboratório.
Técnica 1: controle preciso dos pedais
A base da direção econômica é acelerar de forma progressiva e frear o mínimo necessário. Evitam-se picos de demanda no motor e o consumo cai.
Manuais de direção econômica usados em cursos profissionais reforçam que a suavidade nos comandos é um dos pilares para reduzir gasto de combustível e desgaste de componentes.
Além disso, manter velocidade estável — dentro do limite e compatível com o fluxo — ajuda o carro a trabalhar em faixas mais eficientes. Outro ponto é antecipar o cenário à frente.
Ao identificar um semáforo fechando ou um congestionamento, tirar o pé do acelerador com antecedência permite que o veículo perca velocidade gradualmente, evitando frenagens fortes.
O efeito somado de acelerações suaves, menos frenagens e velocidade constante é perceptível no consumo, especialmente em trechos urbanos.
Técnica 2: leitura de tráfego e planejamento de ritmo
Ainda que pareça óbvio, ler o tráfego a distância e ajustar o ritmo evita “serras” de velocidade que desperdiçam energia.
Em rodovias, manter uma margem de segurança e observar o comportamento de caminhões e ônibus à frente reduz as variações de aceleração.
Em trechos urbanos, escolher rotas com menos para-e-anda e preservar embalo nas saídas de curva também favorece a economia ao longo do dia.
Diretrizes profissionais para frotas mostram que condução agressiva pode deteriorar a eficiência entre 20% e 30%.
Técnica 3: pneus calibrados e baixa resistência ao rolamento
Pneus com pressão nos valores recomendados pelo fabricante reduzem a resistência ao rolamento, diminuindo o esforço exigido do motor.
Fabricantes globais como Michelin e Continental destacam que a calibragem correta e compostos de baixa resistência ao rolamento geram economia consistente, podendo melhorar a eficiência em até 9%, a depender do conjunto.
Além de poupar combustível, a pressão adequada preserva estabilidade e segurança, especialmente em alta velocidade. Calibrar com regularidade é uma medida simples e de alto impacto.
Em viagens, conferir a pressão com o carro frio e com ajuste para carga quando necessário evita que o pneu trabalhe deformado, situação que eleva o consumo e acelera o desgaste.
Na rotina, alinhar e balancear no prazo previne arrasto extra causado por convergência fora de especificação.
Técnica 4: vidros fechados e ar-condicionado moderado
Rodar com janelas abertas em velocidade de rodovia aumenta o arrasto aerodinâmico, forçando o motor e piorando a eficiência.
Estudos controlados mostram que, em determinadas faixas de velocidade, manter os vidros fechados e usar o ar-condicionado em regime moderado é mais econômico do que enfrentar a turbulência criada pelos vidros abaixados.
A relação exata varia por veículo e velocidade, mas a tendência é a mesma: quanto maior a velocidade, maior o prejuízo aerodinâmico de rodar com janelas abertas.
No teste do Jaecoo 7, a equipe manteve os vidros fechados e temperatura de 23 °C, reforçando a estratégia.
Pesquisas da SAE e medições citadas por órgãos do Departamento de Energia dos EUA acrescentam nuance: no trânsito urbano e a velocidades baixas a moderadas, abrir levemente as janelas pode ser aceitável.
Já a acima de 70–80 km/h, o ar-condicionado tende a ser o menor dos males quando comparado ao arrasto adicional.
Ajustar a ventilação para não trabalhar no máximo e usar recirculação quando apropriado também ajuda.
Economia aplicada ao dia a dia
Funciona na estrada e também na cidade. Para replicar os resultados, a recomendação é planejar o ritmo desde a saída, evitando picos de aceleração.
Em vias expressas, estabilize a velocidade e preserve o embalo nas retomadas.
No calor, ajuste o ar-condicionado entre 22 °C e 23 °C, recorra à recirculação quando for útil e mantenha as janelas fechadas a velocidades de rodovia.
Ao mesmo tempo, calibre os pneus na periodicidade indicada no manual e observe sinais de desgaste irregular, que podem indicar alinhamento fora do padrão.
Manter a manutenção em dia complementa o pacote. Velas, filtros e lubrificantes no padrão correto evitam perdas de eficiência por combustão incompleta ou atrito.
Ainda que não tenham sido o foco do teste, esses cuidados criam o cenário para que as quatro técnicas acima entreguem todo o potencial.
Em condições controladas, como as descritas pela Auto+ TV, a soma de condução suave, antecipação de tráfego, pneus calibrados e aerodinâmica preservada explica por que um carro conseguiu cruzar boa parte do país sem ver o posto.
O News Automotivas ressaltou que, diante dos valores atuais de combustível, adotar práticas simples como essas representa economia imediata e benefício ambiental.
Diferenças entre veículos e condições de uso
Cada carro reage de forma distinta. Peso, formato da carroceria, calibração do trem de força e relevo alteram o consumo.
No caso do Jaecoo 7, trata-se de um híbrido plug-in com autonomia elétrica declarada e gestão específica entre motor a combustão e elétrico, o que ajuda a estender a distância total antes de reabastecer.
Em automóveis compactos, SUVs maiores ou modelos exclusivamente a combustão, o impacto relativo das janelas abertas e do ar-condicionado pode variar, mas os princípios de aerodinâmica e direção suave continuam válidos.
Diante do cenário atual, você já aplica alguma dessas quatro técnicas no dia a dia ou pretende testá-las na próxima viagem para medir a diferença no seu consumo?