Serviço de internet via satélite promete conexão direta em smartphones compatíveis, mesmo em áreas remotas, com envio de mensagens e localização, sem precisar de app ou antena, mas ainda não está liberado no Brasil.
A Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, começou a liberar o acesso direto ao celular para enviar mensagens de texto e compartilhar localização em áreas sem cobertura das operadoras tradicionais, usando a constelação de satélites em baixa órbita.
O recurso, chamado Direct to Cell, funciona em celulares LTE, sem trocar aparelho, instalar antena ou baixar app, e está operando comercialmente nos Estados Unidos em parceria com a T-Mobile (T-Satellite).
No Brasil, a internet grátis da Starlink em celulares ainda não está autorizada pela Anatel e, portanto, não está disponível por aqui até este momento (10 de agosto de 2025).
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O que é e como funciona o Direct to Cell
O Direct to Cell transforma satélites da Starlink em uma espécie de “torre de celular no espaço”, com um eNodeB a bordo que se integra às redes móveis como se fosse um parceiro de roaming.
O celular compatível se conecta automaticamente quando não há sinal terrestre, desde que exista visão do céu, e a experiência é a de enviar SMS como de costume.
A própria Starlink resume: “funciona com telefones LTE existentes […] sem mudanças de hardware, firmware ou apps”.
Por enquanto, a oferta ativa permite textos e compartilhamento de localização em áreas externas.
Dados (apps otimizados) começam a ser liberados em 2025 e voz está prevista para chegar depois, segundo a própria empresa.
Em campo, a T-Mobile informa que a conexão por satélite pode sofrer atrasos no envio e depende de céu aberto, com limitações em ambientes fechados, cânions, florestas densas ou aeronaves.
É “internet grátis” para todo mundo?
Não. O termo “internet grátis da Starlink” se refere ao modelo comercial sem custo adicional em planos específicos da operadora parceira nos EUA.
Na T-Mobile, o T-Satellite está incluído nos planos Experience Beyond/Go5G Next e pode ser ativado como serviço mensal em outros casos.
Ou seja, não é um “gratuito universal” e varia conforme o plano.
Fora dos EUA, a disponibilidade e a precificação dependem de cada operadora que firmar acordo com a Starlink e de autorizações regulatórias locais.
No Brasil, a Anatel informou que o serviço direto ao celular não está autorizado e não há liberação para uso em smartphones, apesar de a agência ter ampliado, em abril de 2025, a licença de operação por satélite da Starlink no país.
Portanto, a internet gratuita da Starlink em celulares não funciona no Brasil neste momento.
Como ativar quando disponível
Nos mercados em que já funciona, como os EUA, a ativação é automática: o telefone muda para a rede satelital quando sai da cobertura terrestre.
A T-Mobile orienta manter o sistema operacional atualizado e, quando exigido, usar eSIM e permitir troca automática de dados.
No iPhone, aparecem barras de sinal com o indicativo “SAT” e o nome de rede “T-Mobile SpaceX”.
No Android, surge um ícone de satélite com o mesmo nome de rede.
Não há app dedicado nem configuração complexa.
Em termos práticos, a recomendação oficial é simples: envie a mensagem como sempre e o sistema tentará retransmiti-la até completar o envio.
O desempenho pode variar pela quantidade de usuários, relevo e condições do céu.
O serviço prioriza uso ao ar livre, com visão desobstruída.
Quais celulares são compatíveis?
Há um ponto essencial para evitar confusão: não existe uma lista “mundial e definitiva” de 50 modelos homologados pela Starlink para todos os países.
As listas de compatibilidade são publicadas pelas operadoras parceiras e podem mudar conforme atualizações de software de cada fabricante.
Nos EUA, a T-Mobile informa mais de 60 modelos compatíveis hoje, incluindo todas as linhas do iPhone 13 a 16, Google Pixel 9 (e 9a), vários Motorola 2024/2025 (como razr, razr+, edge, g 5G e power 5G) e uma ampla gama da Samsung (Galaxy A14 em diante, A-series recentes, S21 a S25, FE, XCover e linhas Z Flip e Z Fold).
A compatibilidade pode variar por variante de aparelho e por região.
E no Brasil? Mesmo que seu celular conste em listas estrangeiras, o serviço direto ao celular da Starlink não opera aqui por falta de autorização e de parceria comercial ativa com operadora local.
A internet gratuita da Starlink, portanto, não pode ser usada legalmente no país via celular neste momento.
O que já dá para fazer e o que vem depois
Hoje, texto e localização são os recursos efetivamente liberados nos EUA.
A T-Mobile iniciou a expansão gradual de MMS (fotos) para Android e planeja dados satelitais para apps otimizados em seguida, etapa que a Starlink aponta como rollout de dados em 2025.
Chamadas de voz seguem previstas como próxima fase.
Do ponto de vista do usuário de um plano elegível, sim, é “internet gratuita” porque o custo já está embutido no plano.
Para outros usuários, há mensalidade.
Passo a passo de verificação antes de viajar
O que checar no seu caso:
- Atualizações do sistema e do firmware do fabricante do telefone.
- Se sua operadora oferece o Direct to Cell e qual é o preço no seu plano.
- Se o seu aparelho aparece na lista local de compatíveis e se há alguma exigência de eSIM.
- Se o uso funciona apenas ao ar livre e não substitui a cobertura regular para navegação contínua.
E o Brasil, quando?
A Anatel ampliou a licença de operação por satélite da Starlink, mas não liberou o serviço direto ao celular.
Como a agência já esclareceu publicamente, a internet grátis da Starlink em celulares não está disponível no país.
Qualquer informação diferente disso não procede.
Sem autorização e sem parceria local, o Direct to Cell não pode ser ativado em smartphones brasileiros.
Perguntas rápidas para não errar
A internet gratuita da Starlink vale no meu plano no Brasil? Não, não há oferta ativa no país.
Preciso comprar outro telefone? Em tese, funciona com celulares LTE existentes, mas é a operadora parceira que define compatibilidade.
Preciso baixar app? Não. A conexão é automática quando não houver rede terrestre.
Dá para navegar na web? Ainda não de forma ampla. O foco atual é mensagens de texto; dados ampliados estão previstos para 2025, e voz depois.
Em quais situações isso ajuda? Em trilhas, estradas remotas, áreas rurais e outros locais sem cobertura — sempre com céu aberto e paciência para eventuais atrasos.
Lista de modelos: referência dos EUA
Para quem pretende usar o serviço nos EUA, seguem exemplos de modelos citados pela T-Mobile como elegíveis (a lista completa é mais extensa e pode mudar):
Apple
- iPhone 13, iPhone 14, iPhone 15 e iPhone 16 (todas as versões).
- Pixel 9, Pixel 9a, Pixel 9 Pro, Pixel 9 Pro XL e Pixel 9 Pro Fold.
Motorola
- Família razr/razr+/razr ultra 2024/2025, edge 2025, g 2024/2025 (g 5G, power 5G).
Samsung
- Linhas Galaxy A14, A15, A16, A35, A53, A54 e A-series recentes.
- Linhas S21, S22, S23, S24 e S25 (inclui FE e variantes).
- Z Flip3 a Z Flip7 e Z Fold3 a Z Fold7.
- XCover6/7 Pro.
Em resumo, o que você precisa saber
A internet grátis da Starlink no celular existe hoje em caráter comercial nos EUA por meio do T-Satellite, sem app e sem troca de aparelho para modelos compatíveis.
No Brasil, a internet gratuita da Starlink em smartphones não foi liberada e não tem data pública confirmada. Para usar fora do país, verifique plano, compatibilidade, eSIM e condições de céu aberto.
E você: se a “internet gratuita da Starlink” chegasse ao Brasil amanhã, usaria no seu celular para trilhas e emergências, ou manteria só a rede da sua operadora?