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Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 26 comentários

Como a Estrela perdeu espaço? A marca que dominava o Natal nos anos 80 e 90 quase sumiu do mapa

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 08/05/2025 às 12:05
A incrível história da Estrela: do auge nos anos 80 ao desafio de sobreviver na era digital. Uma marca que vive na memória do Brasil!
A incrível história da Estrela: do auge nos anos 80 ao desafio de sobreviver na era digital. Uma marca que vive na memória do Brasil!
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Trajetória da Estrela no Brasil é marcada por altos e baixos, da liderança absoluta nos brinquedos à luta para sobreviver num mercado dominado por gigantes estrangeiros, mudanças econômicas e a força da nostalgia que ainda emociona gerações.

Durante décadas, a Estrela foi sinônimo de infância no Brasil.

A empresa, fundada em 1937, encantou gerações com brinquedos que marcaram época, como Genius, Falcon, Pogobol e Banco Imobiliário.

Nos anos 80 e 90, era praticamente impossível passar um Natal sem ver um presente com o logotipo da marca.

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Mas o tempo passou e a gigante dos brinquedos perdeu espaço nas prateleiras e no imaginário coletivo.

Hoje, a Estrela ainda existe, mas é apenas uma sombra da potência que já foi.

A trajetória da Estrela é marcada por inovação, sucesso estrondoso e uma queda abrupta em meio à abertura econômica e transformações no mercado.

Apesar de manter viva a memória afetiva dos brasileiros, a empresa enfrenta desafios para se manter relevante frente à concorrência global e às novas formas de entretenimento infantil.

Ascensão de uma estrela que iluminou gerações

A Estrela nasceu em São Paulo em 1937, produzindo brinquedos de madeira.

À medida que os anos passaram, a empresa se destacou pela inovação ao migrar para brinquedos de plástico, um passo importante que a colocou à frente da concorrência.

Durante o auge, entre os anos 70 e 90, a Estrela detinha mais de 80% do mercado de brinquedos no país.

Era líder absoluta, fabricando clássicos que viraram febre entre as crianças.

Parcerias com gigantes internacionais como Mattel e Hasbro permitiram a fabricação e distribuição de sucessos como Barbie, Comandos em Ação, Hot Wheels e Transformers.

Campanhas publicitárias icônicas, jingles inesquecíveis e slogans como “Brinquedo é Estrela” reforçaram sua presença nas casas brasileiras.

Mais do que uma marca, a Estrela se tornou um símbolo de confiança e qualidade para pais e filhos.

Abertura econômica: o ponto de virada nos anos 90

O cenário mudou drasticamente com a abertura econômica promovida pelo governo de Fernando Collor de Mello no início dos anos 90.

Antes disso, o mercado nacional era protegido por barreiras comerciais que impediam a entrada de produtos estrangeiros.

Com a flexibilização das importações, brinquedos chineses, muito mais baratos, invadiram o mercado brasileiro.

Sem conseguir competir com os preços baixos e sem a exclusividade sobre as licenças internacionais, a Estrela perdeu espaço rapidamente.

Mattel e Hasbro passaram a atuar diretamente no Brasil, encerrando as parcerias que haviam impulsionado o crescimento da marca por décadas.

Esse choque de realidade encontrou uma Estrela ainda presa a modelos de negócio ultrapassados e pouco preparada para uma concorrência tão agressiva.

Erros internos e gestão questionável

Além da concorrência externa, a Estrela enfrentou problemas internos que aceleraram sua queda.

A empresa demorou para reagir às mudanças do mercado e seguiu apostando em uma estrutura inchada e em estratégias desatualizadas.

Com o passar dos anos, fábricas foram fechadas, postos de trabalho foram eliminados e a empresa entrou em colapso.

Em 2003, a Estrela chegou a pedir recuperação judicial, pressionada por dívidas e pela falta de competitividade tecnológica.

Para tentar sobreviver, a empresa passou a mirar na nostalgia.

Relançou produtos clássicos como o Genius, Aquaplay, Banco Imobiliário e outros sucessos em versões retrô.

Essa estratégia funcionou em parte, especialmente entre adultos que buscavam reviver memórias da infância.

A Estrela ainda existe?

Sim, a Estrela segue ativa — mas com um perfil bem diferente daquele que a consagrou.

Hoje, a empresa possui cerca de 300 funcionários, uma queda significativa em relação aos mais de 6 mil colaboradores em seu auge.

Para se adaptar aos tempos modernos, a marca investiu na venda online, em ações de marketing digital e em brinquedos inspirados em youtubers e personagens da cultura pop.

Há também um foco em exportações e em parcerias pontuais que ajudam a manter a empresa no mercado.

A nostalgia continua sendo uma das principais armas da Estrela.

Muitos adultos, movidos por lembranças afetivas, compram os brinquedos clássicos para os próprios filhos ou por puro colecionismo.

A linha “Estrela Clássicos” se tornou um dos carros-chefe da companhia.

YouTube Video

Curiosidades que mostram a grandiosidade da Estrela

• O nome original da empresa era “Manufatura de Brinquedos Estrela S/A”.

• O brinquedo Genius, lançado em 1980, vendeu mais de 2 milhões de unidades só no Brasil.

• O boneco Falcon, fabricado entre 1977 e 1994, foi relançado com sucesso entre os colecionadores.

• Em 1995, a perda dos direitos sobre a Barbie foi um dos maiores golpes para o faturamento da empresa.

• Os comerciais natalinos da Estrela, com trilha sonora marcante, são lembrados até hoje por milhares de brasileiros.

Um legado que persiste

Apesar de todas as dificuldades, a Estrela continua viva no coração dos brasileiros.

Seu legado ultrapassa as barreiras do tempo e da economia.

Mesmo fora dos holofotes, a marca ainda resiste, com criatividade e apelo emocional.

O futuro da empresa segue incerto, mas sua importância na cultura nacional é inegável.

A Estrela marcou não apenas uma geração, mas várias.

Sua trajetória é uma verdadeira aula sobre os altos e baixos de um império construído sobre sonhos infantis.

Em tempos em que o digital domina o entretenimento, a Estrela tenta se reinventar com a mesma essência que a consagrou: despertar sorrisos e criar memórias.

E você, ainda guarda algum brinquedo da Estrela ou se lembra de um favorito da infância? Compartilhe sua lembrança nos comentários!

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Cláudia
Cláudia
24/05/2025 05:28

Eu tenho guardado o Genius.

Regina
Regina
23/05/2025 21:43

Trabalhei em uma loja de brinquedos nessa época; a roquita era a boneca que eu achava maís linda.

Marta
Marta
23/05/2025 21:28

Amo a Estrela. Tenho 52 anos e ainda guardo com carinho alguns brinquedos da época. Minhas filhas recentemente pediram pra eu comprar o Banco Imobiliário. Adoram.

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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