Trajetória da Estrela no Brasil é marcada por altos e baixos, da liderança absoluta nos brinquedos à luta para sobreviver num mercado dominado por gigantes estrangeiros, mudanças econômicas e a força da nostalgia que ainda emociona gerações.
Durante décadas, a Estrela foi sinônimo de infância no Brasil.
A empresa, fundada em 1937, encantou gerações com brinquedos que marcaram época, como Genius, Falcon, Pogobol e Banco Imobiliário.
Nos anos 80 e 90, era praticamente impossível passar um Natal sem ver um presente com o logotipo da marca.
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Mas o tempo passou e a gigante dos brinquedos perdeu espaço nas prateleiras e no imaginário coletivo.
Hoje, a Estrela ainda existe, mas é apenas uma sombra da potência que já foi.
A trajetória da Estrela é marcada por inovação, sucesso estrondoso e uma queda abrupta em meio à abertura econômica e transformações no mercado.
Apesar de manter viva a memória afetiva dos brasileiros, a empresa enfrenta desafios para se manter relevante frente à concorrência global e às novas formas de entretenimento infantil.
Ascensão de uma estrela que iluminou gerações
A Estrela nasceu em São Paulo em 1937, produzindo brinquedos de madeira.
À medida que os anos passaram, a empresa se destacou pela inovação ao migrar para brinquedos de plástico, um passo importante que a colocou à frente da concorrência.
Durante o auge, entre os anos 70 e 90, a Estrela detinha mais de 80% do mercado de brinquedos no país.
Era líder absoluta, fabricando clássicos que viraram febre entre as crianças.
Parcerias com gigantes internacionais como Mattel e Hasbro permitiram a fabricação e distribuição de sucessos como Barbie, Comandos em Ação, Hot Wheels e Transformers.
Campanhas publicitárias icônicas, jingles inesquecíveis e slogans como “Brinquedo é Estrela” reforçaram sua presença nas casas brasileiras.
Mais do que uma marca, a Estrela se tornou um símbolo de confiança e qualidade para pais e filhos.
Abertura econômica: o ponto de virada nos anos 90
O cenário mudou drasticamente com a abertura econômica promovida pelo governo de Fernando Collor de Mello no início dos anos 90.
Antes disso, o mercado nacional era protegido por barreiras comerciais que impediam a entrada de produtos estrangeiros.
Com a flexibilização das importações, brinquedos chineses, muito mais baratos, invadiram o mercado brasileiro.
Sem conseguir competir com os preços baixos e sem a exclusividade sobre as licenças internacionais, a Estrela perdeu espaço rapidamente.
Mattel e Hasbro passaram a atuar diretamente no Brasil, encerrando as parcerias que haviam impulsionado o crescimento da marca por décadas.
Esse choque de realidade encontrou uma Estrela ainda presa a modelos de negócio ultrapassados e pouco preparada para uma concorrência tão agressiva.
Erros internos e gestão questionável
Além da concorrência externa, a Estrela enfrentou problemas internos que aceleraram sua queda.
A empresa demorou para reagir às mudanças do mercado e seguiu apostando em uma estrutura inchada e em estratégias desatualizadas.
Com o passar dos anos, fábricas foram fechadas, postos de trabalho foram eliminados e a empresa entrou em colapso.
Em 2003, a Estrela chegou a pedir recuperação judicial, pressionada por dívidas e pela falta de competitividade tecnológica.
Para tentar sobreviver, a empresa passou a mirar na nostalgia.
Relançou produtos clássicos como o Genius, Aquaplay, Banco Imobiliário e outros sucessos em versões retrô.
Essa estratégia funcionou em parte, especialmente entre adultos que buscavam reviver memórias da infância.
A Estrela ainda existe?
Sim, a Estrela segue ativa — mas com um perfil bem diferente daquele que a consagrou.
Hoje, a empresa possui cerca de 300 funcionários, uma queda significativa em relação aos mais de 6 mil colaboradores em seu auge.
Para se adaptar aos tempos modernos, a marca investiu na venda online, em ações de marketing digital e em brinquedos inspirados em youtubers e personagens da cultura pop.
Há também um foco em exportações e em parcerias pontuais que ajudam a manter a empresa no mercado.
A nostalgia continua sendo uma das principais armas da Estrela.
Muitos adultos, movidos por lembranças afetivas, compram os brinquedos clássicos para os próprios filhos ou por puro colecionismo.
A linha “Estrela Clássicos” se tornou um dos carros-chefe da companhia.
Curiosidades que mostram a grandiosidade da Estrela
• O nome original da empresa era “Manufatura de Brinquedos Estrela S/A”.
• O brinquedo Genius, lançado em 1980, vendeu mais de 2 milhões de unidades só no Brasil.
• O boneco Falcon, fabricado entre 1977 e 1994, foi relançado com sucesso entre os colecionadores.
• Em 1995, a perda dos direitos sobre a Barbie foi um dos maiores golpes para o faturamento da empresa.
• Os comerciais natalinos da Estrela, com trilha sonora marcante, são lembrados até hoje por milhares de brasileiros.
Um legado que persiste
Apesar de todas as dificuldades, a Estrela continua viva no coração dos brasileiros.
Seu legado ultrapassa as barreiras do tempo e da economia.
Mesmo fora dos holofotes, a marca ainda resiste, com criatividade e apelo emocional.
O futuro da empresa segue incerto, mas sua importância na cultura nacional é inegável.
A Estrela marcou não apenas uma geração, mas várias.
Sua trajetória é uma verdadeira aula sobre os altos e baixos de um império construído sobre sonhos infantis.
Em tempos em que o digital domina o entretenimento, a Estrela tenta se reinventar com a mesma essência que a consagrou: despertar sorrisos e criar memórias.
E você, ainda guarda algum brinquedo da Estrela ou se lembra de um favorito da infância? Compartilhe sua lembrança nos comentários!
Eu tenho guardado o Genius.
Trabalhei em uma loja de brinquedos nessa época; a roquita era a boneca que eu achava maís linda.
Amo a Estrela. Tenho 52 anos e ainda guardo com carinho alguns brinquedos da época. Minhas filhas recentemente pediram pra eu comprar o Banco Imobiliário. Adoram.