O espaço pode ser a próxima fronteira para a extração de metais preciosos. A empresa americana AstroForge acaba de lançar sua nave espacial, dando o primeiro passo para explorar minerais no espaço e, possivelmente, mudar o mercado global de metais. O objetivo é acessar um asteroide rico em minérios e, no futuro, torná-los uma fonte de riqueza na Terra.
O lançamento para explorar minerais no espaço ocorre nesta quarta-feira (26) e marca o avanço mais concreto na corrida pela mineração espacial. Nenhuma outra empresa privada conseguiu levar um projeto desse tipo adiante, mas a AstroForge acredita que está mais próxima do sucesso do que qualquer uma antes dela.
Oportunidade bilionária: minerais no espaço
A demanda por metais essenciais para a tecnologia, como ouro, platina, cobre, paládio, cobalto e tungstênio, cresce a cada ano. No entanto, esses materiais são limitados na Terra e podem se tornar ainda mais escassos no futuro.
Por outro lado, estudos mostram que esses metais existem em grande quantidade no espaço, especialmente em asteroides. Se a mineração espacial se tornar viável, isso poderia transformar a economia global, suprindo a indústria tecnológica por centenas de anos e gerando fortunas inimagináveis.
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O lançamento da nave Odin e o projeto da AstroForge
A AstroForge investiu mais de US$ 55 milhões (cerca de R$ 337 milhões) neste projeto, buscando se tornar a primeira empresa privada a acessar e explorar um asteroide rico em metais.
O lançamento da nave Odin marca um passo inédito, já que a empresa obteve uma licença da Comissão Federal de Comunicações dos EUA para transmitir do espaço profundo. Nenhuma outra missão comercial conseguiu essa autorização antes.
A ideia é que a Odin alcance um asteroide do tipo M, que representa cerca de 5% das rochas espaciais conhecidas e pode conter metais preciosos do grupo da platina (PGMs), essenciais para produtos como smartphones e equipamentos tecnológicos avançados.
Por que a mineração espacial nunca avançou antes?
Apesar do potencial gigantesco, a mineração espacial não é uma ideia nova. Há cerca de uma década, outras empresas tentaram desenvolver projetos semelhantes, mas nenhuma delas conseguiu superar os desafios técnicos e financeiros.
A AstroForge acredita que pode mudar esse cenário. A empresa já fez testes preliminares em abril de 2023, quando lançou a Brokkr-1, uma missão que pretendia testar a tecnologia de refino de asteroides. No entanto, a nave enfrentou problemas e queimou na atmosfera.
Mesmo assim, a companhia se mantém otimista e aposta que a Odin será a primeira a obter resultados concretos.
A jornada da nave Odin até o asteroide 2022 OB5
A nave Odin enfrentará uma longa jornada de 300 dias até alcançar o asteroide 2022 OB5, onde realizará sua primeira missão de reconhecimento.
O plano é capturar imagens detalhadas a uma distância de quase mil metros, analisando características como brilho e crateras, que podem indicar a presença de metais. A expectativa é que, com essas informações, seja possível confirmar se o asteroide é realmente metálico e qual seu potencial de exploração.
Mesmo que a composição seja favorável, não há ainda um plano imediato para iniciar a mineração. O principal foco desta missão é coletar informações e entender se a extração de minérios do espaço pode, de fato, ser viável.