Plano bilionário da Fiat inclui Grande Panda para o lugar de Argo e Mobi e novas gerações para Strada e Toro.
A Fiat confirmou um plano robusto para o Brasil, envolvendo um investimento de R$ 30 bilhões e o lançamento de cinco carros totalmente novos entre 2026 e 2030. O anúncio, parte das celebrações de 50 anos da marca no país, foi feito em Turim, na Itália, por Frederico Battaglia, vice-presidente da Fiat para a América do Sul. A informação, divulgada pela CNN, sinaliza uma aposta clara na manutenção da liderança de mercado.
Este aporte bilionário, parte do ciclo de investimentos da Stellantis, será direcionado para renovar segmentos-chave da Fiat. O foco será em produtos “adequados ao bolso e à necessidade” do consumidor brasileiro. A principal mudança será a substituição conjunta dos populares Argo e Mobi por um único modelo, o esperado Grande Panda, além da renovação completa das picapes Strada e Toro.
O que são os “carros completamente novos”?
Durante o anúncio, uma dúvida crucial surgiu: seriam esses lançamentos meras atualizações de design ou ano-modelo? Segundo a reportagem da CNN, o vice-presidente Frederico Battaglia foi enfático ao garantir que se tratam de carros completamente novos. Isso abre espaço para novas gerações de veículos consagrados ou até mesmo para modelos inéditos em categorias onde a marca ainda não compete, como um possível SUV compacto.
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O executivo declarou que o plano é um “compromisso claro” com o mercado brasileiro, reforçando a crença da Fiat no potencial do país. “A gente continua acreditando muito no mercado brasileiro”, afirmou Battaglia. A estratégia visa consolidar a posição dominante que a marca deteve na maior parte dos últimos 25 anos, adaptando-se às novas demandas por tecnologia, eficiência e, principalmente, acessibilidade.
A chegada do Grande Panda e o fim de Argo e Mobi
O primeiro lançamento deste novo ciclo já tem nome e data: o Grande Panda, previsto para chegar em 2026. Este modelo será o movimento mais ousado da Fiat, pois substituirá de uma só vez os atuais Mobi e Argo. A produção será concentrada na fábrica de Betim (MG), um polo histórico da montadora no Brasil, e o plano é ter um lançamento por ano até 2030.
Importante notar que o Grande Panda nacional não será idêntico ao modelo europeu. Conforme apurado pela CNN, teremos uma versão simplificada, mas que manterá o design neoretrô. A motorização deve incluir o conhecido 1.0 Firefly (75 cv) nas versões de entrada e o 1.0 T200 (turbo) nas mais caras, com a possibilidade real de uma opção híbrida-leve (mild-hybrid) de 12V, alinhando-se às novas tendências de eletrificação.
A nova plataforma e o futuro da Strada e Toro
A base para a maioria desses novos veículos será a plataforma “Smart Car”. Trata-se de uma variação simplificada da arquitetura CMP, já utilizada por modelos da Citroën e Peugeot (outras marcas do grupo Stellantis). Essa padronização é crucial para reduzir custos de produção e acelerar o desenvolvimento dos novos carros da Fiat, permitindo que a marca mantenha preços competitivos.
A Fiat não vai abandonar suas líderes de venda. O plano prevê uma nova geração da Strada, a picape mais vendida do Brasil. Embora a marca não confirme oficialmente, um vídeo conceitual exibido no evento em Turim deu pistas claras sobre a futura identidade visual da picape. A Toro também está na fila para uma renovação profunda, que deve incluir a adoção da moderna plataforma STLA Medium, a mesma dos futuros Jeep Compass e Peugeot 3008, com produção provável em Goiana (PE).
Incertezas e produção flexível
Uma questão que permanece em aberto é o nome dos veículos. Segundo Battaglia informou à CNN, ainda não está definido se todos os modelos manterão suas nomenclaturas atuais (como Fastback, por exemplo, que também deve ganhar nova geração) ou se a Fiat optará por rebatizá-los. A decisão final dependerá de extensas análises de mercado e da percepção do consumidor sobre a força de nomes como Argo e Mobi.
O vice-presidente da Fiat também esclareceu um ponto logístico importante: qualquer unidade fabril da Stellantis no Brasil poderá ser usada para suprir a demanda desses cinco novos produtos. Isso dá à empresa uma enorme flexibilidade para alocar a produção entre Betim (MG) e Goiana (PE), otimizando a operação conforme a necessidade do mercado para os futuros lançamentos.