Conheça o Amfibus, o ônibus anfíbio da Dutch Amphibious Transport. Com 3,8 metros de altura, motores potentes e fuselagem de helicóptero, ele circula por terra e água transportando até 55 passageiros.
Imagine um ônibus que cruza ruas asfaltadas, mergulha em um rio e continua sua viagem flutuando como uma embarcação. Parece ficção científica, mas é realidade: o Amfibus, desenvolvido pela empresa Dutch Amphibious Transport, é um dos veículos mais impressionantes do mundo. Equipado com motores semelhantes aos usados em aviões, 3,8 metros de altura, e design inspirado na fuselagem de helicópteros, ele é capaz de transportar mais de 50 passageiros, tanto em terra quanto na água.
Criado nos Países Baixos, o Amfibus é uma resposta prática e futurista para cidades com grandes corpos d’água, onde a integração entre transporte terrestre e fluvial é vital. Ele já opera em rotas turísticas e testes urbanos na Europa, sendo considerado um marco em engenharia de mobilidade híbrida. Existe também um ônibus mais de 30 metros de comprimento e capacidade para 350 passageiros, o ônibus mais longo do mundo foi um marco da engenharia urbana moderna
Hoje você vai descobrir todos os detalhes sobre o ônibus que anda na água, seu funcionamento, história, desafios técnicos, uso no transporte público e o potencial para transformar o futuro da mobilidade urbana.
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O que é um ônibus anfíbio?
Um ônibus anfíbio é um veículo híbrido projetado para operar tanto em ambientes terrestres quanto aquáticos. A tecnologia combina aspectos da engenharia automobilística com princípios náuticos, criando um meio de transporte versátil que pode sair de uma rodovia e continuar navegando por rios, lagos ou canais urbanos.
Ao contrário dos veículos blindados militares com capacidade anfíbia, o Amfibus foi desenvolvido para uso civil, turístico e urbano, com foco em segurança, eficiência e conforto.
Amfibus: o ônibus que anda na água e na terra
O Amfibus é o modelo mais conhecido e avançado de ônibus anfíbio civil do mundo. Desenvolvido na Holanda, o veículo é fabricado pela empresa Dutch Amphibious Transport Vehicles (DATV), e foi projetado para oferecer transporte público em cidades cercadas por canais e rios — como Roterdã, Amsterdã, Estocolmo e Londres.
Especificações técnicas do Amfibus
- Altura: 3,8 metros
- Comprimento: 13,8 metros
- Capacidade: até 103 passageiros
- Motorização terrestre: motor diesel Euro 6 com tração 4×2
- Motorização aquática: propulsores a jato de água (tipo jet propulsion) semelhantes aos usados em lanchas rápidas
- Conversão automática de modo terrestre para aquático
- Material da carroceria: compósitos leves e reforçados, inspirados em fuselagens aeronáuticas
- Controle de flutuabilidade: reforçado com tanques de equilíbrio e casco selado
Como funciona o Amfibus?
O funcionamento do Amfibus é baseado em um sistema bi-modal de propulsão:
- Na terra, ele opera como um ônibus comum, com rodas, suspensão pneumática e câmbio automático.
- Na água, as rodas se retraem parcialmente e entram em modo de “roda livre”. Motores a jato (jet drives) entram em ação, permitindo navegação com manobrabilidade similar à de barcos fluviais.
A transição entre modos leva menos de 2 minutos e pode ocorrer em rampas inclinadas, portos ou margens reforçadas. Todo o sistema é operado por um único motorista treinado, sem a necessidade de mudanças manuais nos controles.
Design inspirado em helicópteros e aviões
Um dos diferenciais do Amfibus é o uso de materiais aeroespaciais, como compósitos reforçados com fibras leves, inspirados em fuselagens de helicópteros. Isso permite que o veículo seja:
- Leve o suficiente para flutuar com estabilidade;
- Resistente à corrosão causada por água doce ou salgada;
- Capaz de suportar o impacto de ondas pequenas e variações de correnteza.
O sistema de motores aquáticos, por sua vez, foi inspirado em turbojatos aeronáuticos, proporcionando impulso forte, silencioso e preciso — ideal para ambientes urbanos e rios de correnteza controlada.
Onde o Amfibus já é usado?
O Amfibus já foi testado ou operado nos seguintes países:
Holanda
Testes em Roterdã, com rotas cruzando o Rio Maas. O veículo conectava bairros separados por água, reduzindo em 70% o tempo de deslocamento em horários de pico.
Reino Unido
Em 2010, o Amfibus foi testado como alternativa ao ferry de Glasgow, na Escócia. Apesar de elogios à inovação, problemas com ventos fortes e mar agitado inviabilizaram sua adoção definitiva.
Suécia e 🇩🇰 Dinamarca
Utilizado em rotas turísticas entre canais de Estocolmo e Copenhague, com embarque direto de ruas históricas para trajetos fluviais.
Singapura
Em fase de estudo como solução para integração entre distritos comerciais e ilhas turísticas da região costeira.
O ônibus anfíbio no turismo
O uso turístico do Amfibus se tornou uma de suas principais aplicações. Empresas de turismo urbano em cidades com canais ou rios exploram o apelo visual e tecnológico do veículo para oferecer:
- City tours temáticos;
- Passeios noturnos com jantar a bordo;
- Rotas educativas para escolas e universidades;
- Eventos corporativos e experiências exclusivas.
O formato futurista do ônibus, combinado com a transição visual da terra para a água, cria uma experiência cênica e inesquecível para turistas, além de promover a cidade como polo de inovação.
Segurança e regulamentação
O Amfibus cumpre rigorosamente normas de segurança rodoviária e naval, sendo homologado para ambos os meios. Isso inclui:
- Equipamentos obrigatórios como boias salva-vidas, coletes, rádios VHF e sinalizadores;
- Controle de estabilidade e freios ABS em modo terrestre;
- Homologação com base nas normas da IMO (International Maritime Organization) e da UE (União Europeia) para transporte urbano.
As equipes operacionais são treinadas tanto para situações de tráfego quanto para emergências náuticas, e o veículo possui dupla redundância de propulsão e direção.
Quais são os desafios do ônibus anfíbio?
Apesar das vantagens, o Amfibus enfrenta desafios técnicos e operacionais:
- Custo de fabricação elevado, com valores que podem ultrapassar € 900 mil por unidade.
- Necessidade de infraestrutura específica, como rampas de transição e manutenção especializada.
- Limitações de navegação, especialmente em águas agitadas, com ventos acima de 30 km/h.
- Resistência política ou burocrática para integração em sistemas públicos tradicionais.
- Vida útil reduzida em ambientes salinos sem manutenção rigorosa.
O futuro dos ônibus anfíbios
O avanço da mobilidade urbana exige soluções que reduzam a necessidade de múltiplas baldeações. O Amfibus e projetos similares mostram que é possível integrar diferentes modais em um único veículo — e isso pode revolucionar:
- Transporte em regiões ribeirinhas e insulares, como a Amazônia ou o Arquipélago de Marajó no Brasil;
- Acesso a comunidades alagadas, onde ônibus convencionais não circulam;
- Infraestrutura turística em cidades costeiras com grande fluxo de visitantes.
Empresas da Ásia e América Latina já demonstram interesse no conceito, e projetos-piloto devem ser iniciados até 2026, com versões elétricas ou híbridas do veículo.
O Amfibus no Brasil: é possível?
No Brasil, o conceito de ônibus anfíbio ainda é pouco explorado, mas possui grande potencial. Algumas cidades onde o projeto poderia ser testado:
- Manaus (AM) – com rios que atravessam zonas urbanas e comunidades ribeirinhas;
- Belém (PA) – forte apelo turístico e infraestrutura de canais;
- Recife (PE) – interligação entre bairros separados por rios e pontes antigas;
- Rio de Janeiro (RJ) – integração entre Zona Sul e ilhas próximas da Baía de Guanabara.
Com investimentos em infraestrutura e regulamentação local, o ônibus que anda na água e na terra pode se tornar uma solução para mobilidade integrada e sustentável no país.
O Amfibus, com seu design futurista, motores potentes e a capacidade de cruzar ruas e rios com mais de 100 passageiros, representa uma verdadeira revolução na mobilidade urbana. Mais do que uma inovação tecnológica, ele é um símbolo do que o transporte público pode se tornar: eficiente, versátil e preparado para enfrentar os desafios geográficos das grandes cidades.
O sucesso do ônibus anfíbio depende de visão urbana estratégica, investimentos em inovação e parcerias público-privadas. Mas uma coisa é certa: ele já provou que a mobilidade do futuro não precisa escolher entre terra ou água — pode simplesmente usar os dois caminhos.
Eu acho perfeito, e me surpreende isso não estar sendo usado em mais lugares, acho que no Brasil seria de muita ajuda, principalmente para locais como rios, onde cidades ficam ilhadas e as pessoas precisam usar barcos, chamadas de chalanas, porém esse ônibus anfíbio ajudaria muito eles, e também nos casos de alagamentos como o que aconteceu no Rio Grande do Sul.
Em Manaus não daria certo dentro da cidade pois há uma poluição gigantesca, passagens de nível, pontes, viadutos muito próximas a linha d’água.