1. Início
  2. / Energia Nuclear
  3. / Com mais de 10 usinas nucleares em construção, Rússia acelera hegemonia energética global e desafia sanções internacionais
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Com mais de 10 usinas nucleares em construção, Rússia acelera hegemonia energética global e desafia sanções internacionais

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 03/01/2025 às 16:15
Com mais de 10 usinas nucleares em construção, Rússia acelera hegemonia energética global e desafia sanções internacionais
A Rússia está construindo mais de 10 usinas nucleares em países estratégicos e controlando boa parte do mercado de urânio enriquecido. Assim, garante influência global enquanto dribla sanções econômicas.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

A Rússia domina 27% da capacidade mundial de conversão de urânio, lidera a construção de usinas nucleares em países estratégicos como China e Turquia, e consolida sua influência energética enquanto contorna sanções do Ocidente.

A energia nuclear está moldando o futuro do planeta, e a Rússia parece estar liderando o jogo. Com mais de 10 usinas nucleares em construção em diversos países, o Kremlin busca consolidar sua influência geopolítica e reconfigurar o mercado energético global. Mas o que isso significa para o resto do mundo? Vamos entender.

O ambicioso plano de construção nuclear da Rússia

Se tem algo que a Rússia sabe fazer, é estratégia. Atualmente, estão em andamento mais de 10 projetos de usinas nucleares em países como Bangladesh, China, Egito, Índia, Irã e Turquia. A empresa estatal Rosatom está no comando, garantindo que cada iniciativa esteja alinhada aos interesses russos.

Essa expansão não é apenas tecnológica, mas também uma jogada de mestre para ampliar a influência geopolítica do país. Afinal, quem controla a energia controla o mundo, certo? E a Rússia está determinada a fazer isso silenciosamente, enquanto muitos focam apenas nos conflitos em andamento.

O ás na manga

A planta Paks 2, na Hungria, é um dos grandes projetos nucleares liderados pela Rússia para expandir sua influência energética. Com dois novos reatores em construção pela Rosatom, ela vai dobrar a capacidade de geração nuclear do país.
A planta Paks 2, na Hungria, é um dos grandes projetos nucleares liderados pela Rússia para expandir sua influência energética. Com dois novos reatores em construção pela Rosatom, ela vai dobrar a capacidade de geração nuclear do país.

A construção de usinas é só a ponta do iceberg. O setor nuclear oferece uma ampla gama de oportunidades, desde o fornecimento de combustível até serviços complementares. Além disso, é um caminho estratégico para contornar as sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

Projetos como a planta Paks 2 na Hungria e os reatores no Uzbequistão são exemplos claros de como o Kremlin utiliza o setor nuclear para manter sua relevância global. É como um tabuleiro de xadrez onde cada peça movimentada tem um propósito maior.

Além da construção, a dependência global do urânio

Quando se trata de urânio, a Rússia tem as cartas na mão. Além da construção dos reatores, o país controla cerca de 27% da capacidade mundial de conversão e 39% do mercado de enriquecimento. Isso significa que, mesmo com sanções, o Ocidente continua dependente desse recurso.

Nos Estados Unidos, por exemplo, uma proibição total ao urânio russo poderia gerar perdas de bilhões de dólares. Esse paradoxo deixa claro como a energia nuclear se tornou uma arma poderosa na geopolítica moderna.

Fraturas no ocidente e a união europeia dividida

Enquanto alguns países tentam se livrar da dependência russa, outros resistem. Na União Europeia, por exemplo, Hungria (onde já existe a construção da Rosatom) e Eslováquia são defensores fervorosos da cooperação com Moscou no setor energético. Seus líderes argumentam que cortar os laços com a Rússia colocaria em risco a produção de eletricidade em seus territórios.

Essas divisões dentro do bloco europeu dificultam uma frente unificada contra a influência russa. E, nesse cenário, a Rússia aproveita para fortalecer sua posição.

Estratégia russa

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, a capacidade de geração nuclear deve crescer 155% até 2050, atingindo 950 gigawatts. Nesse contexto, a Rússia está se posicionando como líder, investindo em tecnologia e ampliando sua presença global.

O setor nuclear, mais do que uma solução energética, se tornou um campo de batalha silencioso onde a Rússia busca consolidar sua hegemonia. E enquanto isso, o mundo observa, preso entre a dependência e as sanções.

A expansão nuclear da Rússia é uma estratégia para garantir influência global e driblar sanções. Com o controle sobre o urânio e uma dúzia de usinas em construção, o Kremlin está moldando o futuro energético do planeta.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x