O navio polar Almirante Saldanha será de grande utilidade para futuras pesquisas na Antártida. A cerimônia de batimento de quilha, realizada pela Marinha do Brasil no Estaleiro Jurong Aracruz, contou com a presença de convidados ilustres.
A Marinha do Brasil celebrou recentemente um marco histórico com a cerimônia de batimento de quilha do primeiro navio polar construído em território brasileiro. O evento, que simboliza o início oficial da construção da embarcação, teve lugar no estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo, e contou com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Com um orçamento de aproximadamente 692 milhões de reais, o navio polar Almirante Saldanha será a joia da frota polar brasileira, projetado para substituir uma das duas embarcações do mesmo tipo atualmente em operação. A previsão é que o navio entre em operação no mês de outubro de 2025.
Veja: Marinha do Brasil realiza o batimento de quilha do Navio Polar “Almirante Saldanha”
Navio com tecnologia quebra-gelo avançada promete impulsionar pesquisas na Antártida
Segundo informações da Marinha do Brasil, o Almirante Saldanha será equipado com uma das mais avançadas tecnologias quebra-gelo do mundo.
Essa capacidade permitirá que a embarcação rompa camadas glaciais com até um metro de espessura, mesmo aquelas formadas em menos de um ano.
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Além disso, o navio proporcionará manobras mais eficientes, melhor aproveitamento de combustível e maior agilidade na carga e descarga de equipamentos durante as missões na Antártida.
Uma adição significativa a essa embarcação é a inclusão de dois helicópteros AirBus-25, recentemente adquiridos pelas Forças Armadas.
Cada helicóptero consegue transportar cerca de uma tonelada e meia de carga e uma autonomia de voo superior a 600 quilômetros.
Isso aumentará a eficiência das operações de pesquisa e logística na Antártida.
Investimento no navio polar reforça compromisso com o Programa Antártico Brasileiro e beneficia pesquisas climáticas
Esse investimento na construção do navio polar Almirante Saldanha reflete o compromisso do governo brasileiro com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
Um projeto que tem mais de quatro décadas e desempenha um papel fundamental na consolidação da participação do Brasil no Tratado da Antártida como membro com poder de veto.
Além disso, o Proantar viabiliza pesquisas científicas nacionais no continente gelado e oferece suporte logístico às atividades conduzidas pelo governo na Antártida, incluindo o fornecimento de navios, helicópteros, médicos e mergulhadores.
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as pesquisas realizadas na Antártica têm implicações diretas na previsão de eventos climáticos extremos no Brasil.
A coordenadora de Mar e Antártica do MCTI, Andrea Cruz-Kaled, destaca a importância dessas pesquisas.
“Pesquisas brasileiras comprovam que fenômenos na Antártica influenciam as chuvas na Amazônia, e que as correntes marítimas na Antártida impactam diretamente os recursos no nosso litoral.”
Descobertas científicas na Antártida e potencial medicinal
Além disso, os estudos conduzidos na Antártica têm revelado substâncias com potencial de uso na medicina e agricultura.
Andrea Cruz-Kaled menciona que a Antártica abriga uma comunidade biológica diversa, com adaptações evolutivas únicas.
Moléculas encontradas em fungos e plantas na região podem ser utilizadas em aplicações como pesticidas naturais e filtros solares, representando avanços significativos na pesquisa científica.
O investimento na construção do navio polar Almirante Saldanha não apenas fortalece a capacidade de pesquisa do Brasil na Antártida, mas reforça o compromisso do país com a proteção do ambiente antártico e a busca por soluções inovadoras nas áreas de ciência, tecnologia e defesa.
Com sua tecnologia de ponta e capacidades avançadas, o navio polar Almirante Saldanha promete desempenhar um papel vital nas futuras missões de exploração e pesquisa científica no continente gelado.