Nova fábrica no Texas vai produzir moscas estéreis para combater a bicheira-do-Novo Mundo, protegendo a pecuária e evitando perdas bilionárias.
Os Estados Unidos anunciam nova fábrica no Texas capaz de gerar até 300 milhões de moscas estéreis por semana para barrar avanço da bicheira-do-Novo Mundo. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) comunicou a construção em Edinburg, Texas, diante da ameaça real de infestação que pode causar prejuízos bilionários à pecuária e à vida selvagem.
Com investimento estimado em US$ 750 milhões, a iniciativa surge como medida emergencial de contenção essencial.
Contexto geral: por que essa fábrica é urgente?
A bicheira-do-Novo Mundo é uma praga que deposita larvas em feridas de animais, provocando lesões, mortes e perdas de produtividade.
-
IBGE confirma: Safra agrícola de 2024 registrou R$ 783 bilhões em valor de produção
-
Muito além da narração: Galvão Bueno está impressionando a América com sua fazenda e vira referência na produção de vinhos no Hemisfério Sul
-
EUA zeram tarifas do café de países alinhados e mantém Brasil penalizado com taxa de 50%: ‘Consumidor dos EUA pode pagar o maior preço da história pelo café’, diz presidente do Cecafé
-
Gigantes da soja, cacau, leite e café apostam na agricultura regenerativa com US$ 100 bi até 2050, mas obstáculo pouco falado pode travar tudo
O risco econômico é altíssimo: estimam-se prejuízos de US$ 2,1 bilhões à pecuária e US$ 9 bilhões à vida selvagem caso a infestação avance nos EUA.
Desde a década de 1960, os programas com liberação de moscas estéreis já haviam erradicado a praga nos EUA.
Agora, diante do avanço da infestação a partir do México, detectada a cerca de 600 km da fronteira, o governo federal aposta novamente nesta técnica comprovada.
Detalhes do projeto e capacidade de produção
A nova fábrica será erguida em Edinburg, Texas, com aporte de US$ 750 milhões.
Aunidade terá capacidade de fabricar 300 milhões de moscas estéreis por semana, liberadas para reduzir drasticamente a população da praga.
A operação deve iniciar em até um ano, sendo pioneira nos EUA e diminuindo a dependência de instalações no Panamá e México.
Ações complementares enquanto a fábrica não entra em operação
Enquanto a fábrica está em construção, o USDA investirá US$ 100 milhões em tecnologias emergenciais: armadilhas, unidades móveis de esterilização e monitoramento avançado.
Também haverá reforço na patrulha da fronteira com equipes montadas (“tick riders”) focadas em inspecionar animais potencialmente infectados.
Ainda será construída uma unidade de dispersão na Base Aérea de Moore, em Edinburg, avaliada em US$ 8,5 milhões, que receberá larvas produzidas no Panamá e México para liberação rápida nas zonas de risco.
No âmbito estadual, o governador Greg Abbott formou uma Equipe de Resposta à Bicheira do Novo Mundo, envolvendo a Comissão de Saúde Animal e o Departamento de Parques e Vida Selvagem.
A força-tarefa, que também utilizará cães farejadores, visa assegurar vigilância e reação ágil à ameaça.
Além disso, o USDA aprimora a coordenação com autoridades mexicanas para monitorar o avanço da praga diretamente no país vizinho e impedir que ela atravesse a fronteira.
O anúncio foi bem recebido por entidades do setor.
O presidente do Texas Farm Bureau, Russell Boening, ressaltou a importância de agir com rapidez:
“Esta ameaça é real e urgente, e não podemos nos dar ao luxo de atrasos. A construção imediata desta instalação é essencial para evitar danos irreversíveis à economia agrícola e ao sistema alimentar do nosso país.”
Com um plano ambicioso e investimento robusto, a nova fábrica no Texas de moscas estéreis emerge como peça-chave para conter a bicheira, proteger a pecuária e preservar a estabilidade alimentar dos EUA.
O projeto representa uma resposta ágil e plena ao risco que paira sobre o setor, combinando tecnologia, vigilância e logística avançada.