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Com este achado gigantesco, a China avança rumo à energia infinita, liderança nuclear global e independência

Publicado em 05/08/2025 às 15:38
China, Tório, Energia Nuclear, Energia limpa
A descoberta de imensas reservas de tório na Mongólia Interior pode abastecer a China por 60 mil anos. Esse recurso fortalece a busca do país por energia limpa, autonomia e liderança nuclear global. Imagem ilustrativa
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Descoberta de 1 milhão de toneladas de tório na Mongólia Interior pode garantir autonomia energética e redefinir a disputa global por tecnologia nuclear

Pesquisadores chineses afirmam ter encontrado uma fonte de energia praticamente inesgotável, capaz de abastecer o país pelos próximos 60 mil anos. Trata-se do tório, elemento radioativo abundante que, quando utilizado em reatores nucleares de sal fundido, pode gerar grandes quantidades de eletricidade com mais segurança e eficiência que os sistemas convencionais.

A descoberta foi feita no complexo de mineração Bayan Obo, na Mongólia Interior. Cientistas estimam que haja cerca de 1 milhão de toneladas do mineral disponíveis para extração.

Segundo um relatório desclassificado obtido pelo South China Post, esses recursos, antes negligenciados, podem representar uma mudança profunda na matriz energética global.

O mais importante, de acordo com especialistas, é que essa tecnologia poderia reduzir a dependência de combustíveis fósseis e até eliminar a necessidade de exploração de urânio.

Uma descoberta em meio à disputa global

A revelação ocorre em um momento de forte disputa tecnológica entre China, Estados Unidos e Rússia. Todos buscam consolidar o domínio da energia nuclear como pilar de suas políticas energéticas.

No mesmo período, o governo dos EUA firmou um acordo com a Ucrânia para explorar reservas de minerais raros, intensificando a corrida por recursos estratégicos.

Para a China, o tório pode ser o diferencial capaz de garantir autonomia energética por milhares de anos.

Como o tório pode mudar a energia nuclear

Diferente do urânio-235 usado nos reatores convencionais, o tório não é fissível por si só. Ele precisa ser bombardeado por nêutrons para se transformar em urânio-233, capaz de sustentar a fissão e gerar calor para a produção de eletricidade.

Os reatores de sal fundido de tório (TMSR) se destacam por quatro fatores:

  • Segurança: operam em temperaturas elevadas, mas com combustível diluído em sais líquidos, reduzindo riscos de explosões e derretimentos nucleares.
  • Menos resíduos: a queima do tório produz muito menos lixo radioativo que o urânio.
  • Eficiência: segundo a Associação Nuclear Mundial, ele pode gerar até 200 vezes mais energia que o urânio.
  • Abundância: é 500 vezes mais comum na crosta terrestre e poderia eliminar a necessidade de extração de urânio.

Além disso, essa tecnologia permitiria o aproveitamento de um recurso presente em diversos países, ampliando o acesso à energia nuclear.

Viabilidade e desafios

O entusiasmo com o tório não é novo. Desde o século passado, cientistas avaliam seu uso, mas custos altos e falta de infraestrutura atrasaram a adoção.

A China já estimava que suas reservas poderiam abastecer o país por 20 mil anos. Agora, o novo relatório triplica essa projeção. Ainda assim, restam obstáculos técnicos e econômicos para viabilizar o uso em larga escala.

O desenvolvimento exige investimentos em pesquisa e construção de reatores específicos, diferentes dos atuais.

O papel da China e o avanço do projeto

Pequim lidera um projeto ambicioso para construir o primeiro reator de tório em grande escala no Deserto de Gobi. Ele deverá gerar 10 megawatts de eletricidade e servir de modelo para futuras usinas.

O governo afirma que o sistema estará operacional até 2029, o que seria um passo importante rumo à independência energética.

Estados Unidos e Rússia também investem na tecnologia, com pesquisas avançadas e testes de ciclos de combustível à base de tório.

Tório: potencial e implicações geopolíticas

Apesar dos benefícios, o tório não elimina os desafios da energia nuclear. Sua extração e processamento ainda são caros, e a adaptação das redes elétricas e industriais pode levar décadas.

No campo geopolítico, o domínio dessa tecnologia pode alterar o equilíbrio de poder. Um país capaz de produzir energia quase ilimitada teria vantagem estratégica sobre economias dependentes de petróleo, gás e urânio.

Um pesquisador chinês, que falou sob anonimato ao South China Post, ressaltou que “toda nação possui tório”, o que poderia democratizar o acesso à energia nuclear.

Futuro incerto, mas promissor

Se a China alcançar sucesso, poderá liderar uma nova era da energia nuclear. O tório, por sua abundância e eficiência, tem potencial para reduzir drasticamente a poluição e a dependência de combustíveis fósseis.

No entanto, a história mostra que o controle sobre fontes energéticas sempre gerou disputas internacionais.

A energia quase infinita prometida por essa descoberta pode ser um marco para a sustentabilidade – ou o início de uma nova corrida pelo poder.

Com informações de Xataka.

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Romário Pereira de Carvalho

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