A dívida total da China já ultrapassa 300% do PIB, contra 200% há apenas uma década, revelando risco sistêmico ignorado no debate público.
A economia da China surpreendeu o mundo ao resistir às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos nos últimos anos, mantendo exportações fortes ao redirecionar vendas para Europa, Ásia e América Latina.
Porém, dados divulgados em julho de 2025 pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS) e analisados pelo Banco Mundial mostram um alerta claro: a dívida total do país já ultrapassa 300% do PIB, enquanto o consumo das famílias segue em apenas 39%, muito abaixo da média global de 60%.
De acordo com o jornal TLDR Notícias Globais esse cenário indica um risco estrutural para a economia chinesa, que não consegue equilibrar crescimento sustentável apenas com exportações e investimentos em larga escala.
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O peso da dívida e a fraqueza no consumo doméstico revelam que o modelo atual pode ter chegado ao limite.
O peso da dívida e a desaceleração da indústria
Há dez anos, a dívida da China representava cerca de 200% do PIB. Hoje, já são mais de 300% do PIB, o que coloca o país em patamar crítico para um mercado emergente.
Os dados de julho mostram queda expressiva: os investimentos em ativos fixos, que cresciam 4% ao ano, recuaram para apenas 1,6%, e a produção industrial caiu de 6,8% em junho para 5,7% em julho.
Esse desaquecimento também aparece no varejo, com alta de apenas 3,7% nas vendas, o menor nível em seis meses.
O consumo fraco reflete a perda de confiança das famílias, pressionadas por deflação, desemprego juvenil e insegurança em relação ao setor imobiliário.
O peso do investimento exagerado
Enquanto nos Estados Unidos e na Índia o consumo responde por 65% a 70% do PIB, na China esse número é de apenas 39%.
Já o investimento chega a 41% do PIB, quase o dobro da média mundial de 23%.
Esse modelo funcionou nas últimas décadas, mas hoje gera superprodução industrial, guerras de preços e bolhas imobiliárias.
O governo tentou conter riscos impondo limites de endividamento para incorporadoras em 2020, mas isso levou ao colapso de gigantes como a Evergrande.
A resposta foi injetar recursos em setores de alta tecnologia, como veículos elétricos e painéis solares.
A estratégia sustentou a economia temporariamente, mas intensificou a pressão deflacionária ao criar excesso de oferta.
Consequências globais e impacto no Brasil
Para analistas, o desequilíbrio atual da economia da China não é apenas um problema doméstico.
Como segunda maior economia do mundo, qualquer instabilidade no país repercute diretamente no comércio internacional.
Parceiros estratégicos, como o Brasil, já observam riscos: a China é o principal comprador de soja, minério de ferro e petróleo brasileiros, e qualquer retração na demanda pode reduzir exportações e pressionar a balança comercial.
O Banco Mundial alerta que sem aumento consistente do consumo interno, a China terá dificuldade em sustentar o crescimento.
Isso pode significar menos espaço para investimentos externos e maior instabilidade nos mercados globais, impactando desde commodities até cadeias de tecnologia.
A economia da China está diante de um dilema: reduzir a dependência de investimentos e exportações e fortalecer o consumo doméstico ou enfrentar uma crise estrutural prolongada.
Com dívida acima de 300% do PIB e consumo em apenas 39%, o modelo atual mostra sinais claros de esgotamento.
E você, acredita que a China conseguirá reverter esse quadro aumentando o consumo interno ou o peso da dívida já compromete o futuro do país? Deixe sua opinião nos comentários!
A dívida da China é em moeda emitida por ela mesma. Pode dever três vezes mais que não tem problema. Além disso, o perfil da dívida é de longuíssimo prazo e juros bastante modestos. Além disso, é importante perceber quem são os credores da China. São entes, empresas, bancos controlados pelo Estado. Logo, a maior parte da dívida chinesa é consigo própria. A China não é uma economia de mercado como são as economias ocidentais. Analisar a China como se faz ao analisar os EUA leva a essa situação **** em que “especialistas” estão alardeando a quebra iminente da economia chinesa há mais de 40 anos
Nao importa se a divida de um país é em moeda nacional ou estrangeira. Como vc acha que a divida sera paga? No final do dia a maquininha tera que rodar e emitir mais moeda sem rastro, para rolar a divida. Nao precisamos discutir o que irá causar esssa expansão monetaria, portanto, o problema é muito grave mas o governo lacra as informações e censura os numeros. Isso nao resolve o problema mas agrava ainda mais.
O argumento de que a dívida da China não é um problema grave por ser denominada em sua própria moeda, ter longo prazo e ser detida por entidades estatais é uma perspectiva comum, mas que simplifica demais a complexidade da situação.
Aqui estão os pontos para refutar essa visão:
1. Dívida Interna não Elimina o Risco
Embora seja verdade que a China, como detentora de sua própria moeda, não corre o risco de calote de dívida externa (como aconteceu com a Grécia, por exemplo), isso não significa que não haja riscos. Uma dívida interna crescente pode levar a uma série de problemas:
* Inflação: Para pagar uma dívida em sua própria moeda, o governo pode ser tentado a imprimir mais dinheiro. O aumento da oferta de moeda sem um crescimento equivalente na produção de bens e serviços pode causar inflação, reduzindo o poder de compra da população.
* Alocação de Capital Ineficiente: O governo chinês tem direcionado grandes volumes de crédito para setores como o imobiliário e empresas estatais, muitos dos quais não são lucrativos. Isso cria “empresas ****” que só sobrevivem com o apoio do Estado, desviando capital que poderia ser usado em setores mais produtivos e inovadores da economia.
2. Dívida e Desaceleração da Indústria
A desaceleração da indústria chinesa está diretamente ligada ao problema da dívida. A dependência de investimentos e construção, financiados por dívidas, esgotou-se como motor de crescimento. O setor imobiliário, por exemplo, está em crise, e as construtoras endividadas não conseguem concluir projetos, gerando um efeito cascata em fornecedores e no sistema bancário.
3. A Fragilidade dos Credores Estatais
O argumento de que “a China deve para si mesma” é enganoso. Os credores, como bancos estatais, não são entidades sem risco. Se as empresas e governos locais (que são os maiores devedores) não pagam suas dívidas, esses bancos acumulam perdas. Se as perdas se tornarem insustentáveis, o governo central precisará resgatá-los, o que pode sobrecarregar as finanças públicas e, novamente, levar a impressão de dinheiro ou cortes em outros gastos essenciais.
4. O Mito do “Alarme de 40 Anos”
A afirmação de que especialistas “alarmeiam a quebra iminente” há 40 anos ignora a natureza cíclica e evolutiva dos problemas econômicos. A China mudou drasticamente nas últimas décadas. A dívida em 1985 era mínima, mas a estrutura econômica atual é completamente diferente. O que era sustentável há 20 anos pode não ser mais hoje. As preocupações atuais não são sobre uma “quebra iminente”, mas sobre o risco de uma crise estrutural prolongada e um crescimento significativamente menor, o que é um problema real para a estabilidade global e para os planos da China de se tornar uma potência econômica de alta renda.
Em resumo, a análise simplista de que “dívida interna não é problema” desconsidera os riscos de inflação, a má alocação de capital e a interligação do sistema financeiro, mesmo que seja controlado pelo Estado. A dívida chinesa é um problema sistêmico que afeta o modelo de crescimento do país e, consequentemente, a economia global.
A China vai enfrentar uma queda gigantesca na Economia. Já está implodindo nas vendas de carros elétricos e ela apostou todas as fichas nisso
Sério? China com risco “estrutural” em sua economia? E qual é o nível da dívida interna e externa da China com relação ao seu PIB? Como está o nível de suas exportações em relação ao seu PIB? Muito antes de achar que a China tem algum problema “estrutural” em sua economia, vcs deveriam se preocupar com a dívida externa dos EUA em relação ao seu PIB e tb a economia cambaleante da UE, desde o fim de 2023, início de 2024.
Dos EUA são 120% em relação ao PIB, na reportagem mostra que o da China é de 300% em relação ao PIB. O consumo interno dos EUA são em média 60% o da China 36%…