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Com aumento do nível do mar, Xangai afunda (pico de 10cm/ano) por culpa humana, já perdeu US$ 3 bilhões e ameaça o comércio

Escrito por Carla Teles
Publicado em 19/10/2025 às 21:05
Com aumento do nível do mar, Xangai afunda (pico de 10cm/ano) por culpa humana, já perdeu US$ 3 bilhões e ameaça o comércio
Alerta global: Xangai afunda em ritmo acelerado e o aumento do nível do mar ameaça o comércio mundial. Entenda os riscos revelados por um novo estudo.
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Estudo revela que a combinação de subsidência do solo e o aumento do nível do mar coloca em risco não apenas a metrópole chinesa, mas também as cadeias de suprimentos mundiais.

Um novo estudo publicado na prestigiada revista Nature revela uma realidade alarmante: Xangai, um dos maiores centros financeiros do mundo, está afundando a um ritmo acelerado, enquanto o aumento do nível do mar atinge sua maior velocidade em milênios. De acordo com informações do portal Interesting Engineering, essa combinação de fatores não só eleva o risco de inundações catastróficas para a cidade, mas também representa uma ameaça direta aos portos, ao comércio e às linhas de abastecimento que conectam o planeta.

A pesquisa, conduzida por cientistas do Reino Unido, China e EUA, aponta que a maior parte do problema é causada pela ação humana. A subsidência do solo, intensificada pela extração de água subterrânea, agrava drasticamente os efeitos das mudanças climáticas. O fenômeno observado em Xangai serve como um alerta para outras megacidades construídas em deltas de rios, que enfrentam um futuro igualmente incerto e vulnerável.

A dupla ameaça: afundamento local e elevação global

O estudo destacado pelo Interesting Engineering detalha que a elevação global do nível do mar desde 1900 foi mais rápida do que em qualquer outro século nos últimos quatro milênios. A taxa média global, de aproximadamente 1,5 mm por ano, é impulsionada principalmente pela expansão térmica da água oceânica à medida que o planeta aquece, além do derretimento de geleiras e calotas polares. Este cenário, por si só, já seria um grande desafio para cidades costeiras.

No entanto, em Xangai, o problema é amplificado. A cidade foi erguida sobre o solo macio do delta do rio Yangtze, que se comprime naturalmente com o tempo. O fator decisivo, segundo os pesquisadores, é a atividade humana: cerca de 94% do afundamento acelerado é atribuído a ações antropogênicas, com destaque para o bombeamento de água subterrânea para abastecer indústrias, construções e residências. Em seu pico, na década de 1960, a extração de água era tão intensa que a cidade chegava a afundar 10 cm por ano.

Impacto econômico e o risco para a cadeia de suprimentos

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As consequências financeiras já são visíveis e bilionárias. Apenas Xangai acumulou perdas superiores a US$ 3 bilhões entre 2001 e 2020 devido à subsidência. Em escala nacional, a China perde, em média, US$ 1,5 bilhão anualmente por conta da combinação do aumento do nível do mar e do afundamento de suas terras costeiras. O perigo reside no fato de que essas áreas, incluindo outras grandes cidades como Shenzhen e Hong Kong, são polos econômicos e industriais vitais.

Qualquer evento de inundação ou perda de território nessas regiões pode interromper cadeias de suprimentos em escala global. Como a equipe de cientistas afirmou, conforme reportado pelo Interesting Engineering: “Centímetros de elevação do nível do mar aumentarão significativamente o risco de inundações em deltas. Se riscos costeiros ocorrerem nessas áreas, a cadeia de suprimentos global ficará vulnerável”. Mesmo pequenos aumentos no nível da água podem agora desencadear consequências de grande magnitude.

Um desafio global: de Jacarta a Nova York

O drama de Xangai não é um caso isolado. A mesma dinâmica de afundamento e aumento do nível do mar ameaça outras megacidades construídas em deltas, como Jacarta (Indonésia), Manila (Filipinas) e até mesmo Nova York (EUA). Essas áreas, historicamente, atraíram civilizações por serem férteis e ideais para agricultura, pesca e desenvolvimento urbano. Contudo, sua geografia plana e a propensão à subsidência as tornam extremamente vulneráveis.

Em resposta, Xangai implementou medidas para mitigar o problema, como o reforço das regulamentações sobre a extração de água subterrânea e a recarga artificial de aquíferos. Tais ações conseguiram reduzir consideravelmente o ritmo do afundamento. Ainda assim, a combinação de longo prazo entre a elevação dos oceanos e a subsidência residual significa que os riscos permanecem altos, exigindo um planejamento contínuo e robusto em engenharia costeira e gestão hídrica.

A situação de Xangai serve como um alerta urgente. A interação entre o aumento do nível do mar e a subsidência causada pelo homem cria um desafio complexo que ameaça não apenas milhões de vidas, mas também a estabilidade da economia mundial.

Você acredita que cidades como Xangai conseguirão reverter esse cenário a tempo? Como o impacto na cadeia de suprimentos global poderia afetar sua vida? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem acompanha o tema de perto.

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Carla Teles

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