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CNI alerta que Custo Brasil consome 20% do PIB e ameaça competitividade: 70% citam tributos e 62% falta de mão de obra qualificada

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 16/09/2025 às 13:05
Pesquisa da CNI aponta tributos como principal fator do Custo Brasil, citado por 70% dos empresários, e que eleva os preços ao consumidor.
Pesquisa da CNI aponta tributos como principal fator do Custo Brasil, citado por 70% dos empresários, e que eleva os preços ao consumidor.
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Levantamento nacional mostra que carga tributária e burocracia estão entre os maiores obstáculos ao crescimento da indústria brasileira.

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 70% dos empresários industriais apontam o pagamento de tributos como o principal vilão do chamado Custo Brasil. Logo em seguida aparece a dificuldade para contratar mão de obra qualificada, mencionada por 62% dos entrevistados.

Outros entraves citados foram a dificuldade para financiar o negócio (27%), a insegurança jurídica e regulatória (24%) e a falta de competitividade justa (22%).

O levantamento foi encomendado ao Instituto de Pesquisas Nexus e ouviu 1.002 empresários de indústrias de pequeno, médio e grande portes, em todas as regiões do país, entre 14 de julho e 7 de agosto de 2025.

Além desses fatores, os entrevistados também apontaram o acesso a insumos básicos (20%), a dificuldade para inovar (14%), a precariedade da infraestrutura (12%), o acesso a serviços públicos (10%), a baixa integração internacional (4%) e as dificuldades para abrir, retomar ou encerrar negócios (3%).

CNI lança campanha sobre o Custo Brasil

A pesquisa integra a nova campanha “Custo Brasil”, lançada nesta segunda-feira (15) pela CNI. A iniciativa busca mostrar o impacto desse conjunto de problemas na rotina das empresas e na vida dos consumidores, além de propor caminhos para superar as ineficiências.

O termo “Custo Brasil” surgiu no fim da década de 1990 para descrever as dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem os custos das empresas, prejudicam investimentos e comprometem a competitividade do país.

“Todos os anos, jogamos fora mais de 20% do PIB brasileiro por não resolvermos dificuldades estruturais, como tributos, financiamento, qualificação de pessoas e infraestrutura”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban. Segundo ele, esse valor equivale a todos os gastos da máquina estatal com servidores públicos em 2025.

Impacto direto para os consumidores

O levantamento mostrou que 77% dos empresários acreditam que o Custo Brasil aumenta os preços finais pagos pelos consumidores. No Nordeste, essa percepção é ainda maior: 93% dos respondentes afirmaram que o problema resulta em aumentos expressivos nos preços.

No Sul, esse índice chega a 87%, seguido pelo Sudeste (78%) e Norte/Centro-Oeste (76%). Para 64% dos empresários, o impacto do Custo Brasil cresceu nos últimos três anos, contribuindo para a elevação dos preços. Por isso, 78% consideram reduzir esse custo uma prioridade estratégica para as empresas.

Principais fatores que elevam o custo

A pesquisa também comparou a percepção dos empresários brasileiros com a realidade de países ricos. Segundo os entrevistados, os fatores que mais encarecem a competitividade internacional são pagar tributos (66%), financiar o negócio (66%) e retomar ou encerrar um negócio (60%).

“Precisamos reduzir o Custo Brasil para promover a competitividade da indústria e um ambiente de negócios mais eficiente, estimulando a indústria brasileira tanto no mercado interno quanto externo”, afirmou o vice-presidente da CNI, Léo de Castro. Segundo ele, isso permitiria que os brasileiros tivessem acesso a produtos mais baratos e melhor qualidade de vida.

Quando questionados sobre os riscos de não enfrentar o problema, os empresários apontaram como principal consequência o aumento de falências e fechamento de empresas (24%), seguido de crise e recessão econômica (19%) e perda de competitividade (10%).

Redução de juros e processos trabalhistas

A pesquisa também abordou as medidas que poderiam estimular os investimentos no setor industrial. Para 77% dos empresários, haveria aumento no nível de investimento caso a taxa de juros sobre empréstimos para empresas fosse reduzida pela metade.

Entre esses, 31% afirmaram que o investimento “aumentaria muito” e 46% disseram que “aumentaria”. Além disso, 56% acreditam que a redução dos processos trabalhistas impulsionaria a contratação de mão de obra.

Outros 46% indicaram que adotariam a estratégia de empregar mais trabalhadores e investir simultaneamente. “A pesquisa revela um forte consenso no setor empresarial: a redução dos processos trabalhistas e das taxas de juros são um gatilho direto para um ciclo virtuoso de crescimento econômico”, concluiu Léo de Castro.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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