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Cliente paga R$ 17 milhões em Aston Martin Valkyrie e entra na Justiça: motor V12 seria tão barulhento que impede até ouvir sirenes

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 27/06/2025 às 00:12
Cliente paga R$ 17 milhões em Aston Martin Valkyrie e entra na Justiça: motor V12 seria tão barulhento que impede até ouvir sirenes
Foto: Cliente paga R$ 17 milhões em Aston Martin Valkyrie e entra na Justiça: motor V12 seria tão barulhento que impede até ouvir sirenes
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Proprietário de um Aston Martin Valkyrie enfrenta dificuldades após pagar R$ 17 milhões por um supercarro que, segundo ele, é tão barulhento que compromete a segurança nas ruas. Entenda os detalhes do processo, o impacto do motor V12 barulhento e os riscos envolvidos nesse carro de luxo com problema

Um comprador norte-americano do supercarro Aston Martin Valkyrie, avaliado em cerca de R$ 17 milhões, está processando a montadora britânica por um motivo inusitado: o motor V12 barulhento demais. Segundo a ação, o ruído é tão intenso que o proprietário afirma ser impossível escutar até mesmo sirenes de emergência durante a condução, levantando sérias preocupações sobre segurança e usabilidade do veículo.

A situação revela um aspecto pouco discutido sobre os carros de luxo com problema: quando o desempenho extremo ultrapassa os limites do razoável para o uso em vias públicas. O caso ganhou destaque internacional e reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre potência, engenharia de corrida e funcionalidade cotidiana.

O caso judicial contra a Aston Martin

O proprietário do Aston Martin de R$ 17 milhões entrou com um processo na Justiça dos Estados Unidos, alegando que a montadora entregou um carro que não pode ser legalmente utilizado nas ruas, apesar de ter sido prometido como um veículo “street-legal”. O cliente afirma que, além do ruído ensurdecedor, o supercarro apresenta calor excessivo no interior, tornando-o desconfortável para uso fora de pistas.

O dono do carro contratou engenheiros e especialistas para avaliar o modelo, que relataram que o motor V12 barulhento, com mais de 1.000 cavalos de potência, excede os níveis de ruído aceitáveis para veículos urbanos. Como resultado, ele alega que a Aston Martin violou garantias implícitas e diretas sobre usabilidade e segurança.

Aston Martin Valkyrie: da pista para as ruas?

O Aston Martin Valkyrie foi concebido em parceria com a Red Bull Racing como um carro de Fórmula 1 adaptado para as ruas. Com motor 6.5 V12 aspirado da Cosworth, que atinge até 11.000 rpm, o modelo é uma obra-prima da engenharia automobilística.

O som metálico e estridente do propulsor é, para muitos entusiastas, um espetáculo – mas, para autoridades e usuários urbanos, pode ser um problema.

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O modelo tem apenas 150 unidades produzidas no mundo. Segundo a Aston Martin, ele é homologado para uso em ruas públicas, mas diversos relatos indicam que o carro tem dificuldade em se adequar aos padrões de segurança e ruído de algumas jurisdições, como nos EUA e na Europa.

Motor V12 barulhento: qual o limite aceitável de ruído?

A legislação americana, através da Agência de Proteção Ambiental (EPA) e do Departamento de Transporte (DOT), estabelece limites máximos de ruído veicular. Em muitas cidades, o limite é de cerca de 95 decibéis para veículos em aceleração. Já o Valkyrie, segundo análises preliminares, pode ultrapassar os 120 dB – o que equivale ao som de uma britadeira industrial.

Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a exposição prolongada a ruídos acima de 85 dB pode causar danos auditivos. Nesse contexto, o supercarro pode ser considerado um risco não apenas ao conforto, mas à saúde do condutor e à segurança ao trânsito, já que o som pode impedir a audição de sirenes, buzinas e outros sinais de alerta importantes.

Problema em Aston Martin Valkyrie levanta debate sobre funcionalidade dos supercarros

Esse problema em Aston Martin Valkyrie destaca uma questão central na indústria automotiva de alto desempenho: até que ponto um carro projetado para desempenho extremo pode (ou deve) ser usado em vias públicas? O equilíbrio entre potência e usabilidade tornou-se um desafio para marcas que buscam entregar experiências de corrida aos seus clientes, sem comprometer as regras civis.

Especialistas indicam que há um crescimento de casos semelhantes em que carros de luxo com problema acabam virando alvo de disputas judiciais. Entre as reclamações mais comuns estão excesso de ruído, baixa dirigibilidade em condições urbanas e falhas no cumprimento de normas ambientais e de segurança locais.

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Supercarro pode ser banido das ruas?

Embora o dono processe a montadora alegando falhas de projeto, ainda não está claro se o modelo será proibido em determinadas localidades. No entanto, autoridades de trânsito já investigam se o Aston Martin Valkyrie realmente atende às regras do Código de Trânsito local.

Em alguns estados americanos e países europeus, veículos que ultrapassam limites sonoros ou que não cumprem normas de emissões podem ser impedidos de circular, mesmo sendo homologados internacionalmente. A Aston Martin ainda não se pronunciou oficialmente sobre o processo.

O impacto para a Aston Martin

O caso pode se tornar um precedente perigoso para a Aston Martin. Se o juiz considerar que houve falha no projeto ou má-fé na comercialização do carro, outras ações semelhantes podem surgir, criando um desgaste de imagem para a marca. Além disso, pode abrir caminho para uma reavaliação da regulamentação de supercarros “street-legal”.

A montadora britânica, que nos últimos anos tem apostado em modelos extremos como o Valkyrie para reposicionar sua imagem no mercado, pode ser forçada a rever suas práticas de homologação e adaptação dos veículos para uso público.

Casos como esse mostram que nem sempre adquirir um produto exclusivo e de alto valor garante satisfação. O carro de luxo com problema é uma realidade mais comum do que parece. Clientes que investem milhões em um produto esperam mais do que desempenho – buscam confiabilidade, usabilidade e suporte.

O episódio envolvendo o Aston Martin de R$ 17 milhões também reforça a importância de uma regulamentação clara sobre o que pode ser comercializado como carro de rua. A linha entre o automobilismo esportivo e o tráfego civil parece, neste caso, perigosamente tênue.

Desempenho vs. segurança: o preço da exclusividade

O processo movido contra a Aston Martin por conta do motor V12 barulhento do Valkyrie levanta discussões importantes sobre engenharia, regulamentação e responsabilidade das montadoras. Embora o supercarro seja uma joia da tecnologia automobilística, é preciso questionar até que ponto ele cumpre seu papel como veículo urbano seguro e funcional.

O fato de o ruído impedir a audição de sirenes é um sinal claro de que o desempenho não pode ser o único parâmetro de sucesso. A experiência do usuário, a segurança no trânsito e o respeito às normas locais são elementos igualmente fundamentais.

O caso continua em análise judicial, mas independentemente do desfecho, já serve como alerta tanto para fabricantes quanto para consumidores: no universo dos supercarros, o luxo precisa vir acompanhado de responsabilidade.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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