Como encontrar Mitsubishi desvalorizados que entregam motor forte, conjunto robusto e equipamentos de alto padrão pelo preço de um 1.0 novo.
No mercado de usados existe um código de oportunidade que separa quem paga caro pelo básico de quem leva Mitsubishi completo por valor de carro popular. A matemática é simples: enquanto muitos assinam carnês longos por modelos 1.0, há quem volte para casa com SUV turbo, V6, 4×4, teto panorâmico e couro desembolsando R$ 60 mil, R$ 80 mil ou pouco mais de R$ 100 mil.
Este guia entrega, de forma direta e técnica, cinco Mitsubishi que o mercado subestimou e que, em 2025, se tornaram compras racionais. Sem truques e sem promessas fáceis, apenas inteligência de mercado aplicada a preço, pacote e contexto de uso.
O “código secreto” que abre negócio em Mitsubishi
A lógica é enxergar onde o grande público enxerga medo. Design ousado, fama de manutenção cara, consumo do V6 e a preferência por SUVs de asfalto criam desvalorização acima da média.
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O comprador estratégico transforma esse “defeito percebido” em vantagem e compra mais carro por menos dinheiro.
Funciona assim: você troca o racional minimalista por um conjunto mecânico superior, mais segurança ativa e passiva e equipamentos que “humilham” um popular.
O resultado é um custo–benefício difícil de replicar no zero-quilômetro.
1. Mitsubishi Eclipse Cross 1.5 Turbo 2019: ousadia que vira desconto
Na casa dos R$ 104 mil, o Eclipse Cross concorre com sedans 1.3 automáticos novos. Aqui o salto é de patamar: motor turbo de 165 cv, desenho marcante e um pacote que inclui teto panorâmico duplo, couro com aquecimento, ar dual zone, head-up display, chave presencial e multimídia completa.
A versão de entrada HP já é muito completa. A SWC agrega tração integral, interessante para quem enfrenta chuva frequente ou terra.
Pontos de atenção: ruídos eventuais no teto solar resolvidos com reaperto e desgaste de freios acima da média.
Detalhe funcional valioso: banco traseiro corrediço com cerca de 20 cm, alternando entre porta-malas grande e espaço traseiro de carro de luxo.
2. Mitsubishi Lancer 2.0 2013: dignidade de sedan médio pelo preço de 1.0
Por R$ 55 a R$ 60 mil, você escolhe entre um 1.0 básico novo ou um Lancer 2.0 com cerca de 160 cv, câmbio CVT ou manual, suspensão independente nas quatro rodas, freios a disco nas quatro e presença de carro médio japonês. A comparação é injusta para o popular.
O “desconto” veio de três fatores: concorrência de Civic e Corolla, consumo urbano apenas razoável e o estigma de manutenção cara.
Na prática, você leva mais estrutura, mais espaço e mais segurança. Fique de olho no recall do câmbio CVT para instalação do radiador de óleo e no desgaste de buchas/bieletas em carros com rodas grandes. A versão GT agrega rodas 18, teto solar, sensores e paddle shifters de magnésio fixos na coluna toque esportivo raro na categoria.
3. Mitsubishi Pajero Dakar 3.2 Diesel 2014–2015: tanque de guerra com sete lugares
Na faixa de R$ 110 a R$ 120 mil, o Pajero Dakar troca a moda SUV de shopping por capacidade real de 4×4. Motor 3.2 turbodiesel com torque de caminhão, construção sobre chassi e o sistema Super Select 4WD criam um canivete suíço de tração: 4×2, 4×4 no asfalto, bloqueado e reduzida.
É mais ruidoso e firme que um monobloco moderno, mas entrega onde muitos não chegam.
Priorize histórico de uso e inspeção debaixo da carroceria; avalie amortecedores traseiros para evitar “quicadas” com o carro vazio. Para quem precisa puxar, lotar ou explorar, é um 4×4 de R$ 300 mil por menos da metade.
4. Mitsubishi Outlander 3.0 V6 2016: espaço, conforto e força sem pagar apartamento
Por algo em torno de R$ 100 mil, o Outlander V6 de 240 cv oferece sete lugares, porta-malas generoso e tração integral SWC na versão GT.
É a compra de quem roda menos na cidade e quer conforto de viagem, retomadas seguras e versatilidade de cabine.
Pontos de atenção: consumo urbano na casa de 6 a 7 km/l e manutenção preventiva em dia, com atenção à correia dentada. A boa oficina especializada fora da rede ajuda a controlar custos. Trilhos na 2ª fileira permitem ajustar espaço de pernas ou liberar a 3ª fileira com mais conforto.
5. Mitsubishi ASX 2.0 2016: porta de entrada robusta e racional
Com preços a partir de R$ 55 mil e média de R$ 70 mil na tabela, o ASX entrega motor 2.0 flex de até 170 cv, câmbio CVT, posição de dirigir alta e confiabilidade japonesa. É o SUV certo para a cidade que encara estrada sem drama.
Perdeu brilho à época por concorrência forte e consumo discreto, o que hoje vira oportunidade. A versão 4×2 automática já atende a maioria, mas a 4×4 selecionável no botão transforma o carro em campeão de versatilidade.
Cheque troca de óleo do CVT no prazo e desgaste de freios. Mimo útil: encosto traseiro com ajuste de inclinação para viagens mais confortáveis.
Como escolher o seu Mitsubishi com cabeça fria
Comece pelo uso real: cidade, estrada, família grande, reboque ou trilha leve. Defina o teto de gasto total incluindo uma revisão preventiva inicial.
Teste-drive obrigatório com atenção a ruídos, freios e câmbio. Histórico documental e de manutenção vale mais que quilometragem baixa sem prova.
Negocie com dados em mãos: preço médio pedido, eventuais serviços pendentes e itens de desgaste. Carro completo, bem cuidado e com manutenção em dia sempre sai mais barato no ciclo de propriedade do que o “baratíssimo” que pede investimento oculto.
Quando o mercado corre para o 0 km básico, o comprador atento usa a cabeça e compra um Mitsubishi superior pelo mesmo dinheiro.
É menos status de vitrine e mais engenharia, segurança e conteúdo real. A oportunidade está na coragem de pensar fora da caixa.