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Cientistas estudam salmouras vulcânicas como nova abordagem para extração de cobre sem agredir ao meio ambiente

Publicado em 05/03/2025 às 06:20
Extração de Cobre
Foto: IAS
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Nova abordagem científica investiga o uso de salmouras vulcânicas e mineração bacteriana na extração de cobre, oferecendo alternativas ecológicas para minimizar os danos ambientais da mineração tradicional

A mineração de cobre é essencial para a infraestrutura moderna, mas seus métodos tradicionais são prejudiciais ao meio ambiente. O processo envolve grandes escavações, alto consumo de água e uso de produtos químicos, o que pode levar ao desmatamento, contaminação de rios e emissões de carbono.

Com a crescente demanda por cobre, impulsionada pela eletrificação e pela energia renovável, cientistas buscam alternativas mais sustentáveis.

Uma iniciativa inovadora com sede em Londres está desenvolvendo soluções para tornar a extração desse metal menos agressiva ao meio ambiente.

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O recém-criado Rio Tinto Centre for Future Materials, no Imperial College London, lidera pesquisas para novas formas de extração. O objetivo é atender à demanda global enquanto reduz os impactos ecológicos.

Métodos inovadores para extração sustentável

Os pesquisadores do Rio Tinto Centre estão testando diferentes abordagens para tornar a mineração mais sustentável. Um dos métodos promissores envolve a utilização de salmouras geotérmicas ricas em cobre.

Essas formações naturais são encontradas em sistemas vulcânicos e podem ser bombeadas para a superfície com impacto reduzido.

Segundo o professor Matthew Jackson, chefe de dinâmica de fluidos geológicos do Imperial College, esse método pode ser vantajoso. “Isso significa que podemos extrair o cobre bombeando as salmouras para a superfície por meio de furos de sondagem – o que é relativamente fácil – e também usar energia local para alimentar a própria mina e possivelmente fornecer energia excedente para comunidades próximas”, afirmou. Estudos já identificaram potenciais locais para aplicação da técnica na Nova Zelândia e no Japão.

Outra abordagem inovadora é a mineração bacteriana, que utiliza microorganismos para extrair cobre de forma eficiente e sustentável.

Esse método permite a recuperação do metal sem necessidade de escavações agressivas ou uso excessivo de produtos químicos. A técnica está sendo estudada como alternativa para reduzir o impacto ambiental da mineração tradicional.

Além disso, a startup RemePhy, fundada pelos estudantes de doutorado Franklin Keck e Ion Ioannou, do Imperial College, foca no uso de plantas geneticamente modificadas para recuperar cobre de terras contaminadas.

Esse método permite a extração do metal sem necessidade de mineração convencional, ao mesmo tempo em que ajuda a recuperar áreas degradadas.

Essencialmente, você poderá cultivar essas safras em terras contaminadas por resíduos deixados pela mineração, e elas extrairão esse metal”, explicou Keck. A técnica pode representar um avanço para a recuperação de áreas afetadas pela exploração de cobre ao longo das décadas.

O impacto ambiental da mineração de cobre

Embora o cobre seja essencial para diversas indústrias, sua extração tem consequências severas para o meio ambiente. Os métodos convencionais requerem escavação em larga escala, além do uso de ácido sulfúrico para separação do metal dos minerais, o que gera contaminação da água e do solo.

O Chile, maior produtor mundial de cobre, enfrenta dificuldades ambientais devido à extração do metal. A mineração consome grandes quantidades de água em um país que já sofre com secas severas. Além disso, a atividade contribui para o desmatamento e degradação da terra.

O professor Matthew Jackson destaca o problema: “Nós normalmente o extraímos de minerais que se cristalizaram de salmouras muito salinas e ricas em cobre. No entanto, esse processo requer enormes quantidades de energia para quebrar as rochas e também gera muito lixo.

A necessidade de soluções sustentáveis se torna mais evidente com o crescimento da demanda global pelo metal.

Desafio entre demanda e sustentabilidade

O mundo precisará de mais cobre na próxima década do que foi extraído ao longo do último século. Isso se deve, principalmente, ao avanço da eletrificação e à transição energética global.

Diante desse cenário, os pesquisadores reforçam a necessidade de reduzir o consumo e tornar os processos de extração menos agressivos ao meio ambiente. Ryan, um dos cientistas envolvidos no projeto do Rio Tinto Centre, resume a missão do grupo: “Precisamos, portanto, reduzir nossa demanda por cobre e descobrir como extraí-lo da forma mais sustentável possível, e é isso que pretendemos ajudar a alcançar no centro.”

O avanço das pesquisas pode redefinir o setor de mineração, equilibrando desenvolvimento tecnológico e preservação ambiental.

Com informações de Interesting Engineering.

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Romário Pereira de Carvalho

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